Há 50 anos, Paróquia Santo Antônio é presença missionária e evangelizadora no Jardim Mandaqui

Erigida em 1973, a paróquia terá comemoração do Jubileu de Ouro até junho de 2024

‘Aqui no bairro, vocês são a expressão da Igreja de Cristo. São 50 anos de história, de testemunho da fé, da caridade e da esperança cristã’, diz Dom Odilo na Paróquia Santo Antônio
Luciney Martins/O SÃO PAULO

No domingo, 25, os fiéis da Paróquia Santo Antônio, no Jardim Mandaqui, Conjunto dos Bancários, na Região Santana, celebraram a abertura das comemorações dos 50 anos de criação da Paróquia, participando da missa presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer e concelebrada pelo Padre Edson José do Sacramento, Administrador Paroquial, com a assistência do Diácono Durval Bueno.

DE CAPELA A PARÓQUIA

A história da Paróquia começou em 1967, com uma missa realizada na associação dos moradores. Depois, outras ocorreram nos apartamentos das famílias do Conjunto dos Bancários.

Um dos apartamentos em que se realizava a liturgia dominical era o da Maria Auxiliadora Alvarenga, hoje com 88 anos.

“Na humildade, começamos a celebrar a fé em nossos lares. Depois, as missas foram celebradas pelo Padre Afonso Gutierrez, então Capelão do Hospital Mandaqui, na garagem desativada do Hospital Santo Antônio. Em seguida, foi construída uma capelinha de madeira, no mesmo terreno onde hoje é a Paróquia”, recordou.

No dia 26 de junho de 1973, Dom Paulo Evaristo Arns, então Arcebispo Metropolitano, presidiu a missa de criação da Paróquia. Com o apoio dos membros dos movimentos do Cursilho, Casais, Jovens, Adolescentes, Clube de Mães, e com a realização de eventos como quermesses e a Paixão de Cristo dramatizada, foi sendo arrecadado dinheiro para a construção e ampliação do templo.

ATUAÇÃO SOCIAL

Padre Edson ressaltou que uma das marcas registradas da Paróquia é sua atuação pastoral e social. “Nossa Paróquia, desde sua fundação, incentivada pelo Padre Tomaso Leporale, apoia e colabora com as pastorais sociais, de modo particular: a casa do idoso; atendimento a pessoas em situação de rua, com refeições; atenção especial aos dependentes químicos; famílias carentes; e tantos outros atendimentos sociais”, mencionou.

O Sacerdote, Administrador Paroquial há três meses, ressaltou que a Conferência dos Vicentinos doa cerca de 60 cestas básicas mensais e acompanha as respectivas famílias; e que as pastorais da Catequese, Crisma, Familiar, da Criança, Apostolado da Oração e Dízimo são fortes e atuantes na comunidade.

“Nesta retomada pós-pandemia, estamos engajados em atrair os jovens para a vida em comunidade, na formação das lideranças e no engajamento pastoral”, falou.

O Padre destacou que entre os sonhos para este ano jubilar está o de concluir algumas reformas necessárias na igreja e no salão paroquial. “Outro sonho é podermos celebrar o rito de dedicação do altar e da igreja, o qual consiste na consagração do local construído exclusivamente para a celebração dos mistérios sagrados”, disse.

O Sacerdote afirmou que vai ser criada uma equipe jubilar para pensar as ações para bem celebrar o jubileu que acontecerá até 26 de junho de 2024.

TEMPO DE GRAÇA E RENOVAÇÃO

Na homilia da missa, Dom Odilo, fundamentado no Evangelho segundo Mateus 10,26-33, exortou a comunidade a não ter medo de proclamar o Evangelho e a sempre confiar em Deus. “Somos impelidos pela liturgia a deixar de lado o medo de testemunhar a fé; a com coragem enfrentar os desafios da vida; e diante de tantas fake news e falsidade, a remar contra essa corrente e buscar a verdade”, disse exortando: “Não tenham medo, continuem firmes no testemunho do Evangelho”.

No final da celebração, o Arcebispo ressaltou que o ano jubilar “é um tempo de ação de graças pela história construída, de renovação da vida paroquial e da missão evangelizadora”, e recordou que o Santo Padroeiro é exemplo de oração, penitência e intimidade com Deus. “Inspirados em Santo Antônio, que a comunidade cresça na fé, no amor a Deus e aos irmãos e na evangelização de crianças, jovens e adultos”, exortou.

“Aqui no bairro, vocês são a expressão da Igreja de Cristo. São 50 anos de história, de testemunho da fé, da caridade e da esperança cristã. São 50 anos de serviço mis- sionário e de transmissão da fé”, ressaltou.

CELEBRAR A VIDA

Reynaldo Barboza, 68, é ministro extraordinário da Sagrada Comunhão e coordenador da Pastoral do Batismo. Para ele, celebrar o jubileu de ouro é um misto de alegria e gratidão: “Alegria em ver como foi o início, marcado pela pobreza e pela generosidade da comunidade que participou da construção e solidificação; e gratidão por toda obra evangelizadora, sendo que sempre estivemos pautados nos valores do Evangelho e das ações sociais”.

Liliana Ferreira Galinari, 60, é membro da Conferência Vicentina. Ela participa da Paróquia desde os 10 anos de idade. Sua mãe foi uma das primeiras catequistas da comunidade.

“Vi como tudo começou, recordo de meus pais ajudando nos eventos para arrecadar dinheiro e ajudando na construção, como, por exemplo, carregando tijolos”, recordou. Atualmente, Liliana atua na arrecadação de alimentos e na visita às famílias carentes assistidas pela Paróquia Santo Antônio.

Emília Soares Leite, 80, também é uma das pioneiras da Paróquia e recordou que há 50 anos ela e o esposo contribuíram para a construção do templo e que a formação religiosa dos filhos se deu na comunidade. “Éramos, na época, jovens e queríamos um espaço para expressar nossa fé”, disse, abraçada à filha Elaine Soares Leite, 53, que segue os passos da mãe e ajuda nas ações sociais e nas quermesses paroquiais. “A comunidade é extensão da nossa família e como é bom atuar ao lado da minha filha. A semente da fé germinou e deu frutos”, afirmou, emocionada.

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