Religiosa esteve à frente da instituição por 33 anos, entre 1974 e 2007

A Associação Amparo Maternal informou, com pesar, na sexta-feira, 21, o falecimento da Irmã Anita Serrachiolli Gomes, religiosa da Congregação das Irmãs de São Vicente de Paulo Gysegem, que presidiu o Amparo por 33 anos.
“O Amparo Maternal, em nome de todos os funcionários, voluntários e acolhidas, lamenta profundamente a morte da Irmã Anita Serrachioli Gomes, que dirigiu a instituição durante 33 anos (de 1974 a 2007) a pedido de Dom Paulo Evaristo Arns.
Irmã Anita, foi uma mulher corajosa que não se deixava abater pelas dificuldades, sempre se colocou a frente pelas mães que chegavam ao Amparo Maternal, enfrentando todos os desafios que a cercavam”, consta na nota de pesar emitida pela direção da instituição, criada pela Arquidiocese de São Paulo em 1939.
“Dentre tantas realizações, conseguiu construir o Centro de Acolhida para receber as mães com seus filhos, localizado até hoje na rua Napoleão de Barros, 1.035 – Vila Clementino. Nossos sentimentos a todos os familiares e amigos”, prossegue a nota.
O velório de Irmã Anita ocorre no sábado, 22, das 7h às 12h, no Cemitério da Vila Mariana (Avenida Lacerda Franco, 2012, Vila Mariana), onde ocorrerá o sepultamento às 12h.

UMA VIDA DEDICADA ÀS VIDAS VULNERÁVEIS
Nascida em 3 de agosto de 1927, na capital paulista, Lydia Serrachioli Gomes foi criada em Santos (SP). Ela ingressou na vida religiosa aos 26 anos de idade, e na Congregação das Irmãs de São Vicente de Paulo Gysegem tornou-se conhecida por Irmã Anita Gomes.
Em uma entrevista ao Banco de Memória e Histórias de Vida da Escola Paulista de Medicina e da Unifesp, em 2007, ela recordou a própria trajetória profissional e o ingresso no Amparo Maternal.
“Fui enfermeira no Hospital Nossa Senhora da Penha, estudei em Sorocaba. Fiz Enfermagem e Administração Hospitalar. Depois fui diretora da Ordem por seis anos, a chamada Provincial. Quando acabou meu tempo, pois tem duração determinada, Dom Paulo Evaristo Arns me chamou e pediu que reorganizasse o Amparo Maternal. Aqui estou há 33 anos. Comecei em 1974 e tive de organizar tudo. O professor [Guimarães] e a madre [Madre Dominequè], fundadores do Amparo, não tinham recursos. Então, o professor operava e a Madre fazia partos. A casa ficava sem direção. Era administrada, muitas vezes, por jovens albergadas”, recordou.

“Em 1974, quando cheguei, estava muito difícil. Quem não era parturiente não ficava na cama. Saia, andava… Era uma confusão. Foi quando começamos a batalhar por um novo prédio. Dom Paulo Evaristo ajudou muito, chamou amigos de todo lado, a minha ordem também mandou verba e em 1978 começou a construção do albergue [o atual Centro de Acolhida], para separar e poder organizar”, lembrou.
“No início, quando cheguei aqui, tinha medo de que uma das pacientes se matasse. Tudo era muito precário e o povo das favelas era ainda mais pobre que agora. Elas vinham de chinelo de dedo, sujas. Muitas que recorriam ao albergue, não só para dar à luz, vinham num estado depressivo tremendo… E ficavam todas juntas, quem estava bem e quem não estava. Grávidas e as que já haviam dado à luz. Atendemos também muitas com doenças mentais… Mas Deus me deu a mão, nunca houve um suicídio. Isso, agradeço a Nossa Senhora”, recordou.

Que Deus a receba na sua glória, Irmã Anita dedicou toda vida aos semelhantes….. Muitas saudades
Dedicou sua vida ao próximo. “Que exemplo” Descanse em paz Irmã Anita.
Descanse em paz
Irmã Anita foi, realmente, um exemplo de vida.Minha homenagem e meu agradecimento por todo bem que fez a mim e a todos que se acercaram dela.
Gratidão por tudo.
Fique na paz do Senhor!
Saudades…