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Movimento de Schoenstatt celebra os 75 anos da Campanha da Mãe Peregrina

Dom Rogério das Neves realiza a coroação da imagem da Mãe Peregrina, no sábado, 31 de maio
Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Surgido na Alemanha, em outubro de 1914, e hoje com missionários em todos os continentes, o movimento apostólico de Schoenstatt tem sua espiritualidade baseada na Aliança de Amor com Maria. 

O fundador do movimento, Padre José Kentenich, tinha o desejo de que a imagem da Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt chegasse a todos os lugares. Esse apostolado foi especialmente difundido por um brasileiro: João Luiz Pozzobon, que em setembro de 1950 passou a peregrinar com a imagem. Além disso, a partir de 1959, foram criadas as capelinhas para disseminar a Campanha da Mãe Peregrina, cujo objetivo principal é a evangelização das famílias e pessoas, por meio da oração do Terço, da vivência dos valores cristãos e da prática orante nos lares, escolas e em todos os lugares em que as pessoas busquem a Deus. 

Em ação de graças pelos 75 anos da Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt, na tarde do sábado, 31 de maio, cerca de mil missionários e representantes do movimento peregrinaram à Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Assunção, uma das 12 igrejas de peregrinação da Arquidiocese no Jubileu 2025. 

A peregrinação iniciou-se com um momento orante em frente à Catedral para a acolhida dos missionários e das Capelinhas da Mãe Rainha. Dentro do templo, todos foram recebidos pelo Cônego Helmo Cesar Faccioli, Auxiliar do Cura da Catedral, e, em seguida, participaram da missa presidida por Dom Rogério Augusto das Neves, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé. Concelebraram os Padres Vandemir Josué Meister, Superior Provincial dos Padres de Schoenstatt; Maurício Vieira de Souza, Pároco da Paróquia Santa Zita, Região Santana; Heitor Marshel, Pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Sapucaia do Sul (RS); e o Cônego Helmo. 

MARIA É PEREGRINA E SERVA 

“Neste dia em que recordamos os 75 anos da Campanha da Mãe Peregrina, somos introduzidos na esperança e convidados a refletir sobre a sinodalidade: fazer o caminho e caminhar juntos”, disse Dom Rogério, no começo da homilia. 

Destacando a liturgia da Visitação de Nossa Senhora a Santa Isabel, o Bispo Auxiliar lembrou que assim como a Virgem Maria fez essa via de peregrinação, os missionários da Mãe Peregrina peregrinam juntos “para buscar a vontade de Deus e testemunhar o amor materno de Maria, que nos conduz ao seu Filho Jesus”. 

Dom Rogério também mencionou a passagem dos discípulos de Emaús, sublinhando que caminhar juntos significa “deixar Jesus nos acompanhar e guiar em nossa jornada”. 

Em seguida, recordou três momentos bíblicos em que Maria foi peregrina: quando partiu apressadamente ao encontro de sua prima Isabel (cf. Lc 1,39-56); na peregrinação ao Templo na infância de Jesus (cf. Lc 2,41-51); e no caminho do Calvário, permanecendo de pé junto à cruz (cf. Jo 19,25-27). “Maria é peregrina e serva”, afirmou. 

Dom Rogério, por fim, destacou: “Cada missionário leva às casas a visita da Mãe Rainha, peregrina e serva. E, ao fazer isso, almeja ser também um peregrino missionário, que conduz as famílias a pensar mais em Deus”. 

A CAMPANHA NO BRASIL E EM SÃO PAULO 

Irmã Maria Sandra Maieski, do Instituto Secular das Irmãs de Maria de Schoenstatt, recordou ao O SÃO PAULO as três graças alcançadas nos santuários da Mãe Peregrina: o abrigo (Maria nos acolhe como lar), a transformação interior (nos forma como discípulos de Cristo) e a fecundidade apostólica (envia-nos em missão). 

Segundo ela, São Paulo conta com cerca de 6 mil missionários da Mãe Peregrina. “Cada missionário tem uma Capelinha que visita 30 famílias. Como recordamos hoje na liturgia da Visitação de Nossa Senhora, é a Mãe que continua a visitar seus filhos”. E prosseguiu: “Assim como Nossa Senhora educou Jesus, o desejo de todos os ‘schoenstattianos’ é que a Mãe os forme em novas imagens de Cristo para o mundo”. 

Padre Vandemir Josué Meister afirmou que no Brasil 15 sacerdotes estão empenhados em propagar a devoção à Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt, e avaliou que celebrar os 75 anos da Campanha da Mãe Peregrina é “sentir a presença materna de Maria que nos conduz a seu Filho Jesus”. 

Ao final da missa, realizou-se o momento da coroação de Nossa Senhora. 

O APOSTOLADO COM A MÃE PEREGRINA 

As famílias que desejam receber a visita da Mãe Peregrina de Schoenstatt podem se informar pelo e-mail mpsubsecretariado.sp@gmail.com ou pelo WhatsApp (11) 93217-6744 

Alguns dos participantes da missa do último sábado contaram à reportagem como têm vivenciado este apostolado: 

“Fui batizada ainda criança, mas até 2002 estava afastada da Igreja. Tudo mudou no dia do aniversário da minha filha, quando uma amiga trouxe a Capelinha da Mãe Peregrina até nossa casa. Aquilo tocou profundamente meu coração. Quis saber mais e desejei recebê-la em meu lar. Iniciei a catequese, fiz a Primeira Eucaristia e a Crisma. Desde então, cada visita da Capelinha é um momento muito esperado. Rezamos juntos em família.” 
(Itsuko Inow Mishaima, 69, da Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus, Região Ipiranga) 
“Ser missionário nos leva a refletir sobre a vida e espalhar a devoção. Os desafios são muitos, mas a Mãe nos ajuda a enfrentá-los. Testemunhos não faltam de lares transformados com sua presença”. 
(Natanael da Silva Maia Júnior e Eva Maria da Silva Lobão Maia, casados; nos últimos três, coordenam a Campanha no Setor Aclimação da Região Sé) 
“Estava cansada e sem propósito. Entrei na Igreja e vi um folheto. Comecei a receber a Capelinha em casa. Passamos a rezar em família e voltei à missa. Foi uma verdadeira transformação de vida”. 
(Renata de Carvalho Rodrigues Seno, 41) 
“Com essa missão, vejo famílias se reunindo para rezar e jovens redescobrindo a fé”. 
(Vitor Samuel Barbosa Pereira, 17, da Paróquia Santo Antônio, Diocese de Santo André)

O MOVIMENTO DE SCHOENSTATT E A CAMPANHA 

  • A palavra “Schoenstatt” designa, originalmente, a localidade de Schoenstatt, situada na parte oriental da pequena cidade alemã de Vallendar, próxima a Coblença e a cerca de 90km ao sul de Colônia. Em alemão, “Schoenstatt” significa “lugar belo” ou “lugar bonito”, derivado da expressão “eine schoene Statt”; 
  • Em 18 de outubro de 1914, o Padre José Kentenich, juntamente com um grupo de jovens, selou um pacto ou Aliança de Amor com Maria, pedindo-lhe que se estabelecesse espiritualmente na pequena capela que havia sido colocada à sua disposição e que convertesse aquele lugar em um local de peregrinação; 
  • Em 1948, o Padre José Kentenich expressou o seguinte desejo: “Levem a Imagem da Mãe de Deus e deem-lhe um lugar de honra nos lares. Assim, eles se tornarão pequenos santuários nos quais a Imagem de Graças se manifestará, operando milagres de graças, criando uma Santa Terra das Famílias e formando santos membros da família”; 
  • Em 1950, João Luiz Pozzobon, comerciante de Santa Maria (RS), pai de sete filhos e católico fervoroso, foi convidado pela Irmã Maria Teresinha Gobbo, do Instituto Secular das Irmãs de Maria de Schoenstatt, a levar a Imagem da Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt para visitar as famílias. Ele aceitou o convite e exerceu esse apostolado durante 35 anos, até seu falecimento em 1985. 

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