Na Assunção de Nossa Senhora, encontramos um grande sinal de esperança

Destacou o Cardeal Scherer, em missa no contexto da solenidade da padroeira da Faculdade de Teologia da Arquidiocese de São Paulo

Na manhã desta sexta-feira, 14, na igreja do campus Ipiranga da PUC-SP, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano e Grão-Chanceler da pontifícia universidade, presidiu missa solene pela padroeira da Faculdade de Teologia da Arquidiocese, Nossa Senhora da Assunção, celebrada anualmente em 15 de agosto.

No início da Santa Missa, em nome de todo o corpo docente, o Padre Boris Agustin Nef Ulloa, Diretor da Faculdade de Teologia, agradeceu a presença de Dom Odilo, dos poucos presentes, dos seminaristas que ajudaram a preparar a missa e dos muitos que escutavam a celebração transmitida ao vivo pelas mídias digitais.

“Invoquemos a proteção de Nossa Senhora para todas as atividades que serão realizadas aqui neste semestre”, disse o Arcebispo, no começo da missa, quando agradeceu a todos envolvidos com a celebração.

Manter a esperança

No início da homilia, o Cardeal fez referência à particular situação que envolverá este semestre letivo, e lembrou que sendo um este ano diferente, “queremos também nós dar um sinal diferente, um sinal de esperança”, disse, exortando a todos que não deixem as dificuldades se sobreporem. A força para isso, lembrou o Arcebispo, vem da fé, da Palavra de Deus, que sempre indica uma perspectiva de saída. “Deus vai além das circunstâncias presentes”, garantiu, indicando, assim, que é preciso, a cada nova etapa da vida, renovar os propósitos e a fé.

Dom Odilo afirmou, ainda, que na Assunção de Nossa Senhora encontramos um grande sinal de esperança, que nos confirma na fé na vida eterna: “Olhando para a Assunção de Maria ao Céu, recordamos a promessa já realizada [por Deus]”. A Igreja vive dessa fé, disse ele, e também os estudos de teologia não podem estar dissociados dessa fé e dessa esperança.

O significado da Assunção

Ainda na homilia, o Arcebispo refletiu sobre as leituras proclamadas na missa. A primeira, do livro das Crônicas, fala da entronização da Arca da Aliança. Ela era venerada de modo especial, era sinal da Aliança entre Deus e os homens, papel hoje realizado para nós pela Eucaristia. A Arca da Aliança, por outro lado, é uma imagem de Maria, pois Ela é aquela que carrega em si, que trouxe ao mundo, a Nova Aliança, Jesus Cristo. A Arca foi introduzida na tenda de Deus, e Maria foi introduzida, na Assunção, na glória de Deus.

Olhando para Maria, portanto, todos saberão para onde vão e a que estão destinados.

Considerando a segunda leitura, tirada de São Paulo, ele lembrou que “a Igreja diz, de forma muito concreta, ‘creio na ressurreição da carne’”, e, assim, expressa sua fé na ressurreição do homem inteiro, em corpo e alma. Dom Odilo enfatizou que o apóstolo Paulo se empenhou por deixar isso claro. E, em referência à Virgem, perguntou: como se dará isso? “Não estamos tratando de realizações humanas”! Como o anjo disse a Maria, “para Deus nada é impossível”, e a ressurreição é a realização final de todas as promessas de Deus. Ele nos fez para a vida, não para a morte, concluiu o Arcebispo.

Ouvir a Palavra e praticá-la

 “Felizes são esses que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática” foi a mensagem central do Evangelho. O Cardeal lembrou que todos devem se mover por “essa felicidade de sermos um dia participantes da graça que a Virgem já tem”. E, recordou, que para isso é necessário colocar em prática a Palavra de Deus, cumprindo sua vontade.

Por fim, Dom Odilo lembrou que os estudantes de teologia terão uma responsabilidade especial de anunciar essa Palavra que conduz à vida. Por isso, encorajou-lhes a todo empenho, a dedicar muito carinho à teologia. Disse, ainda, que graças a Deus, com os recursos de hoje, a atual situação não é um impeditivo para continuar os estudos.

“Que a Padroeira encoraje a todos, dê esperança a todos, e, também, aquela certeza que nós não trabalhamos em vão”, desejou, lembrando, por fim, que nossas palavras não são vãs, mas, sim, são luz para os homens, para tantos que, nesse contexto de pandemia, encontram-se angustiados, desanimados.

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