Afirmou o Cardeal Scherer ao ordenar 5 padres para a igreja.‘Nós não temos o sacerdócio como propriedade privada’
No sábado, 9, o Cardeal Odilo Pedro Scherer presidiu, na Catedral da Sé, a ordenação de cinco novos sacerdotes para a Arquidiocese de São Paulo.
Pela imposição das mãos do Arcebispo Metropolitano, receberam o segundo grau do sacramento da Ordem os até então diáconos seminaristas Miguel Lisboa Aguiar Marcondes, Alysson Antunes Carvalho, Rômulo Freire Barroso e Yago Barbosa Ferreira, além de Otoniel Profiro de Morais, até então diácono permanente, viúvo desde o ano de 2019.
A Eucaristia foi concelebrada pelos bispos auxiliares e padres e contou com a participação de inúmeros fiéis das paróquias e comunidades da Arquidiocese que lotaram a Catedral.
MINISTROS DE JESUS CRISTO
Na homilia, Dom Odilo ressaltou que a ordenação de novos padres é motivo de alegria para a Igreja em São Paulo, que recebe “novos operários para a messe do Senhor”. Nesse sentido, ele renovou o pedido de orações e apoio de toda a comunidade cristã aos vocacionados ao sacerdócio e às vocacionadas à vida religiosa consagrada. “Uma vocação é um grande dom Deus”, afirmou. Referindo-se aos presbíteros, o Arcebispo destacou que estes são os mensageiros da Boa-Nova anunciada pela Igreja. “Ordenamos sacerdotes para serem ministros de Jesus Cristo, isto é, seus servidores. Nós não temos o sacerdócio como propriedade privada. Nós recebemos a participação no sacerdócio de Jesus Cristo. Ele é o Sumo Sacerdote”, ressaltou.
O Cardeal Scherer acrescentou que os padres são ordenados para serem no mundo servidores de Cristo, o Bom Pastor. “Jesus quer continuar a ser o Bom Pastor da humanidade e Ele o faz especialmente por meio dos sacerdotes”, afirmou, recordando as palavras de São Paulo: “Ninguém atribui a si esta honra”.
SANTIDADE E COMUNHÃO
“Com muita humildade, nós recebemos este encargo, que a Igreja, em nome de Jesus Cristo, nos confia”, completou Dom Odilo, exortando os neossacerdotes a procurarem exercer o ministério recebido “no coração de Jesus Pastor, na santidade de Jesus Sacerdote, e na generosidade, na verdade de Jesus Palavra de Deus, profeta para o mundo; e para que todos conheçam o Caminho, a Verdade e a Vida e, assim, encontrem a salvação”.
Por fim, o Arcebispo pediu a Deus que conceda, sem medida, o dom dos ministros ordenados, sobretudo, onde mais faltam padres.
“Que o povo de Deus não pereça por falta de pastores, não seja desorientado por falsos pastores, por falta de quem lhes diga, com coragem, generosidade, a verdade, na comunhão da Igreja, caminhando com ela, unidos a ela, compartilhando este dom com os outros sacerdotes, com os bispos, na unidade com o Papa”, concluiu o Cardeal, enfatizando que ninguém é padre por conta própria, mas, sim, na Igreja. Dom Odilo recordou, ainda, que antes de serem ordenados, os candidatos prometem respeito e obediência ao Bispo e a seus sucessores, manifestando a comunhão com a Igreja.
RITO
No rito de ordenação, logo após a proclamação do Evangelho, os candidatos são chamados a se apresentarem diante do Arcebispo. Em seguida, após serem interrogados pelo Cardeal e fazerem suas promessas sacerdotais, os diáconos se prostram diante do altar enquanto toda a assembleia invoca a intercessão de todos os santos.
O momento central da ordenação é a imposição das mãos sobre os eleitos, seguida da prece de ordenação, na qual o Arcebispo invoca a força do Espírito Santo para constituí-los na dignidade de presbíteros.
Após serem revestidos dos paramentos litúrgicos sacerdotais – a estola e a casula –, os novos padres têm suas mãos ungidas com o óleo do Crisma, que, como sublinha a oração do ritual, os reveste de poder para “a santificação do povo fiel e para oferecer a Deus o santo sacrifício”.
Em seguida, os recém-ordenados recebem o pão e o vinho que serão oferecidos e consagrados no Corpo e Sangue de Cristo, na missa. “Toma consciência do que vais fazer e põe em prática o que vais celebrar, conformando tua vida ao ministério da cruz do Senhor”, diz o Arcebispo, segundo prevê o rito.
GRATIDÃO
Ao fazer o discurso de agradecimento em nome dos neossacerdotes, o Padre Alysson recordou as palavras do Papa Francisco, na mensagem para o Dia Mundial de Oração pelas Vocações deste ano, quando se referiu ao dom da vocação como “uma semente divina que germina no terreno da vida”.
“Agradecemos, antes de mais nada, ao nosso bom Deus que, em meio às diversas situações de nossas vidas, buscou-nos, atraiu-nos a si e, hoje, nos fez participantes do seu sacerdócio em favor da humanidade”, manifestou.
Os novos padres também agradeceram a Dom Odilo pelo cuidado, incentivo e apoio às vocações na Arquidiocese. “Deus queira que, de fato, tenhamos em cada paróquia ao menos uma vocação”.
Os agradecimentos foram estendidos aos bispos auxiliares, formadores e os sacerdotes das paróquias e comunidades nas quais os candidatos passaram durante o período formativo, assim como a todos os fiéis.
Dirigindo-se aos familiares, Padre Alysson recordou que a família sempre será a primeira Igreja, “comunidade de amor e de fé”, que generosamente oferta seus filhos a Deus. “Não se esqueçam de que, mesmo longe, somos parte da vida de vocês”, comentou.
“Assim, colocamo-nos diante de todos vocês, no desejo profundo de amar e servir a Deus nesta amada Arquidiocese e pedimos a todos que não deixem de rezar por nós”, concluiu o agradecimento.
INÍCIO DO MINISTÉRIO
No fim da celebração, foi anunciado em quais regiões episcopais os novos padres iniciarão seu ministério:
Padre Alysson, na Região Sé;
Padre Miguel, na Região Belém;
Padre Rômulo, na Região Santana;
Padre Yago, na Região Lapa;
Padre Otoniel, na Região Brasilândia e no recém-criado Vicariato Episcopal para a Pastoral da Saúde e dos Enfermos.
Os neossacerdotes deverão se apresentar em breve aos vigários episcopais para receberem deles o encargo pastoral nas respectivas regiões.