Na festa da padroeira, Igreja de Sant’Ana é elevada à dignidade de basílica menor

Os fiéis da Paróquia Sant’Ana, na zona norte de São Paulo, celebraram solenemente a festa de sua padroeira, neste domingo, 26. Este ano, a comemoração teve um sentido ainda mais especial, foi estão sendo celebrados os 125 anos de fundação da paróquia e a elevação da matriz paroquial à dignidade de Basílica Menor.

O título, concedido pelo Papa Francisco por meio da Congregação para a Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, foi entregue oficialmente à comunidade pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, na missa por ele presidida.

A Eucaristia foi concelebrada pelos bispos auxiliares da Arquidiocese e demais bispos convidados, além de diversos sacerdotes, dentre os quais o Pároco, Padre José Roberto Abreu de Mattos, que, na ocasião, foi nomeado reitor da Basílica de Sant’Ana.

Devido à pandemia de COVID-19, a celebração contou com a participação de um grupo reduzido de fiéis, seguindo as recomendações sanitárias de distanciamento, higiene das mãos e uso de máscaras.

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PATRIARCAS DA FÉ

Ao se referir à memória litúrgica de São Joaquim em Sant’Ana, pais da Virgem Maria e avós de Jesus, Dom Odilo ressaltou que ambos se inserem na linha dos “pais da fé” e são considerados “elos de transmissão das promessas de Deus” e da aliança de amor com seu povo.

“Sant’Ana representada como mãe-mestra-catequista, transmite a fé à filha, ensina, testemunha sobre as coisas de Deus”, afirmou o Cardeal, na homilia, sublinhando, ainda, que a avó de Jesus é um ícone para aquilo que as mães e avós também hoje são chamadas a ser e fazer. Em seguida, ele convidou os fiéis a refletirem: “Ainda falamos aos filhos e netos das coisas de Deus?”.

JUBILEU

Ao falar da comemoração dos 125 anos da Paróquia, o Arcebispo enfatizou que a Paróquia Sant’Ana foi a primeira do lado norte do Tio Tietê e é “mãe de mais de uma centena de outras paróquias hoje existentes”, não apenas na Arquidiocese, como em dioceses vizinhas, como na Diocese de Guarulhos.

A Paróquia Sant’Ana foi criada em 12 de julho de 1895, por Dom Joaquim Arcoverde, então bispo de São Paulo. “Até aquela data, faltava na cidade de São Paulo uma paróquia dedicada a Sant’Ana, e, desde então, permaneceu a única com esse título na Arquidiocese de São Paulo”, destacou o Cardeal Scherer.

“Este jubileu é motivo de ação de graças e especial louvor a Deus pelos imensos serviços que a Paroquia já prestou e continua a prestar à evangelização, à vida pastoral e à caridade para com os pobres”, afirmou Dom Odilo, recordando os inúmeros padres que já serviram o povo de Deus nesse comunidade, as muitas missas celebradas, batismos, confissões, crismas e casamentos realizados.

“Quantas pessoas encontraram, aqui, o conforto do encontro com Deus e o consolo de acolher sua Palavra! Por tudo isso, Deus seja louvado! E o serviço já prestado pela Paróquia jubilar seja estímulo para a renovação da fé e das disposições para continuar a prestar o serviço da Igreja à comunidade e o testemunho de que Deu habita esta cidade e quer bem ao seu povo”, manifestou o Cardeal, que também agradeceu o Papa Francisco por este “presente” à Paróquia Sant’Ana no seu jubileu de criação.

BASÍLICA

Dom Odilo explicou concessão do título de basílica menor à Igreja matriz de Sant’Ana vinha respaldada por “abundantes justificativas históricas e pastorais”. “Este templo, já muito querido do povo fiel, poderia adquirir um significado simbólico ainda maior, ornado com a dignidade de basílica menor, para a celebração dos divinos mistérios, o anúncio da Palavra de Deus e o conforto da fé, esperança e caridade”, disse.

O Arcebispo destacou, ainda, a importância dos sinais externos e dos simbolismos da fé católica para o povo, “que se afeiçoa ao templo onde experimenta a especial proximidade de Deus”.

“Por isso, nossas igrejas, grandes ou pequenas que sejam, simples ou ricamente ornadas, precisam ser sinais claros da presença de Deus entre nós, pois constituem um auxílio importante para o testemunho de nossa fé”, afirmou o Cardeal Scherer, completando que, “no deserto árido e frenético da cidade, os templos são como oásis de serenidade e paz, onde as pessoas podem repousar e matar a sua sede de Deus e de sentido para a vida”.

SÍMBOLOS

Durante a celebração, foram entronizados as duas insígnias basilicais, isto é, símbolos que indicam a dignidade de basílica concedida a uma igreja: 

Umbela basilical ou conopeu – tem o formato de um guarda-sol semiaberto, com as cores amarelo e vermelho, decorados com os brasões do Papa que concedeu o título, do Arcebispo da época da concessão , a Arquidiocese à qual pertence a igreja, da própria basílica e do reitor da época.

Tintinábulo: uma espécie de campanário portátil, que sustenta um pequeno sino, tendo como timbre o símbolo da Santa Sé (a tiara sobre as chaves cruzadas). Tem a função de chamar a atenção dos fiéis para a passagem dos cortejos das basílicas. Contém, ainda, a imagem da padroeira e o brasão da Arquidiocese à qual pertencem a basílica. 

SINAL DE COMUNHÃO

A Basílica de Sant’Ana se somará às outras três basílicas menores existentes na Arquidiocese de São Paulo: Basílica Abacial Nossa Senhora da Assunção (Mosteiro de São Bento), Basílica Santíssimo Sacramento (Paróquia Santa Ifigênia) e Basílica Nossa Senhora do Carmo, na Bela Vista.

“Com elas, a Basílica de Sant’Ana nos recordará sempre nossa comunhão de fé na Igreja de Cristo, presidida pelos bispos locais em comunhão de fé e nos recordará sempre a ‘fé de nossos pais’, transmitidas desde os nossos ‘pais na fé’ pelos apóstolos, testemunhada pelos mártires e os santos de todos os tempos, na qual permanecemos firmes até hoje”, afirmou Dom Odilo.  

PORTAS ABERTAS

Em seus discurso de agradecimento, o Padre José Roberto recordou que o Decreto Domus Ecclesiae, que trada das basílicas menores, ressalta que os templos que recebem esse título são dotados de uma especial importância para a vida litúrgica e pastoral de uma diocese, reforçando de maneira particular o vínculo com a Igreja de Roma e como o Sumo Pontífice, sendo exemplar na preparação e na celebração dos Sacramentos, fiéis na observância das normas da Igreja e com ativa participação do povo de Deus.

O Reitor explicou, ainda, que nos últimos meses, a matriz esteve fechada devido à pandemia. Nesse período, foram concluídas as obras de restauro e pintura no seu interior. “Afirmarmos que as portas do templo, a partir de hoje, voltam a se abrir, de forma que, com a colaboração de pessoas de boa vontade, possamos continuar a desempenhar nosso apostolado diário, inclusive com os mais pobres que nesta casa encontram refugio”, afirmou.

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