Na Vila Souza, Cardeal Scherer dedica a igreja e o altar da matriz da Paróquia Nossa Senhora Aparecida

Cardeal Odilo Pedro Scherer unge com o óleo do Crisma o altar da igreja matriz da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em missa no domingo, dia 13
Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Ao celebrar 56 anos de sua criação, a Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Vila Souza, Decanato São Filipe da Região Brasilândia, teve seu novo altar e a igreja matriz dedicados em missa solene, na noite do domingo,13.

A concretização do sonho de ver o templo dedicado levou milhares de fiéis a participar da missa, presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer e concelebrada pelos Padres Rafael Nolli, Administrador Paroquial, e Álvaro Moreira Gonçalves, Administrador Paroquial da Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus, no Jardim Sydney.

A liturgia da dedicação começou com o Arcebispo abençoando a água e aspergindo os fiéis, em sinal de penitência e em memória do Batismo, além de aspergir as paredes da igreja e o novo altar para purificá-los. Após o Glória, o Lecionário foi depositado sobre o ambão, de onde são proclamadas as leituras da Palavra de Deus nas celebrações litúrgicas.

Após a homilia e a profissão de fé, aconteceu a Ladainha de Todos os Santos. Na sequência, foram depositadas sob o altar as relíquias de Santa Maria Goretti; São Paulo da Cruz; Santa Gema Galgani; São Vicente Strambi; São Carlos do Monte Argos; Beato Daimiel e Beato Francisco Jordan.

Em seguida, ocorreu o momento central do rito: a prece de dedicação, após a qual o Arcebispo ungiu o altar com o óleo do Crisma, tornando-o, assim, símbolo de Cristo, o ungido por excelência. Depois, ele ungiu as 12 cruzes nas paredes da igreja.

O rito teve sequência com a incensação do altar e do templo, com a queima do incenso sobre aquele, simbolizando o sacrifício de Cristo; também o povo, templo vivo de Deus, foi incensado, assim como as paredes da igreja.

Depois, aconteceu o revestimento do altar, indicando-o como lugar do sacrifício eucarístico e mesa do Senhor, em torno do qual o sacerdote e os fiéis celebram o memorial da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. Foram também acesas as velas nas laterais do altar e sobre as 12 cruzes nas paredes. E a iluminação do altar e da igreja, para lembrar que Cristo é “luz para a revelação dos povos”.

CASA PARA DEUS

Durante a homilia, Dom Odilo falou sobre o valor e a dignidade dos templos como casa de Deus: “Humanamente, podemos nos perguntar se Deus precisa de igrejas quando o mundo inteiro é pequeno para conter sua presença. Deus não precisa de casa, mas aceita que nós dediquemos um espaço para sinalizar que Ele tem uma casa no meio de nós”.

O Cardeal acrescentou que as igrejas são um sinal para a humanidade de que “o Senhor está no meio de nós”, que Ele habita as cidades e se manifesta no mundo, por meio do testemunho daqueles que creem Nele.

O Arcebispo lembrou, ainda, que as igrejas são os lugares em que a família de Deus se reúne para celebrar a sua fé e se encontrar com o Senhor.

“A família de Deus precisa de casa e o Pai nos oferece a sua casa. Aqui, proclamamos a Palavra de Deus, celebramos os sacramentos, testemunhamos a nossa fé”, destacou Dom Odilo, comentando, ainda, que “a comunidade de fé se edifica no testemunho dos Apóstolos”. Ele também exortou os fiéis a seguirem o exemplo de Nossa Senhora “que ouviu e proclamou a Palavra”, para que possam também ser “testemunhas do Evangelho”.

LUGAR DE ORAÇÃO

Padre Rafael recordou que a comunidade erigida em 1968, desmembrada da Paróquia Santos Apóstolos, no Jardim Maracanã, em seus 56 anos de história compreende as Comunidades Divino Espírito Santo, Sagrado Coração de Jesus e Cristo Ressuscitado.

O Sacerdote afirmou que a dedicação do altar e da igreja é um sonho dos paroquianos: “A comunidade se empenhou e com fé celebra esse momento. Juntos, como comunidade, reformamos a igreja e o salão paroquial. Nossa comunidade é um lugar de oração”.

EMPENHO EVANGELIZADOR

O Administrador Paroquial assegurou à reportagem que a celebração da dedicação do altar e da igreja marca um horizonte de renovação na vida da comunidade, não apenas em relação ao espaço físico, mas à ação evangelizadora.

“Somos uma igreja viva e atuante com a presença de diversas pastorais e engajamento dos leigos que fazem a evangelização acontecer. Estamos imersos na realidade periférica e as ações de caridade são presença em nossa comunidade”, afirmou.

Entre as ações realizadas, o Padre mencionou o Projeto Coração Amigo, que atende 200 crianças em situação de vulnerabilidade; a farmácia popular; a visita às famílias e enfermos. “Aos domingos, temos sete missas para atender a devoção dos fiéis e as frentes de caridade são frutos da fé desse povo que caminha em uma igreja sinodal, em constante saída ao encontro do irmão sofredor”.

A reforma da Igreja, com os novos altar, sacrário, nicho da padroeira, cozinha industrial e salão paroquial, foi possível com a participação dos fiéis. “Foram vários eventos, almoços para que pudéssemos celebrar nesse bonito espaço celebrativo. E como costumo dizer a todos: amemos a nossa Paróquia”, finalizou.

FRUTO DA FÉ

Maria das Graças Silva Santos, 72, acompanha a história da Paróquia desde a fundação. “Sou da primeira turma de Catequese. Era criança quando tudo começou, com os encontros nas casas com a oração do Terço e a Novena a Nossa Senhora Aparecida”, recordou.

“Lembro que as minhas primeiras turmas de Catequese eram embaixo de uma árvore. Depois, recebemos a doação do terreno e foi construída uma capela. Com a ajuda dos paroquianos, fomos ampliando o espaço sagrado. Fiquei muito emocionada ao ver o novo altar e a Igreja serem consagrados. É um gesto que renova a chama da fé e a devoção a Nossa Senhora Aparecida”, contou.

Nina Lima, 63, é coordenadora da Pastoral Familiar e ministra extraordinária da Sagrada Comunhão. “Desde criança, frequento a comunidade. Aqui cresci na fé. Deus é bom o tempo todo e nos permitiu realizar este sonho que representa a presença Dele no meio de nós”, disse.

Tatiana Albuquerque Steinhardt, 37, cresceu no bairro, fez a primeira Eucaristia e a Crisma na Paróquia e atualmente coordena a Liturgia: “Ser comunidade nasce do amor, somos movidos pelo Espírito Santo”.

Luciene Alves Câmara, 68, atua na Pastoral dos Enfermos e Apostolado da Oração. “Foram nove dias de novena em que recordamos o tema ‘Acolhei-nos como Peregrinos da Esperança’, em sintonia com o Ano Jubilar. Houve missas diárias, a das crianças, a carreata em honra à Mãe Aparecida”, disse, feliz, ao recordar os dias que antecederam a dedicação do altar e da igreja.

Ao final da missa, foi descerrada a placa comemorativa e a comunidade confraternizou com um lanche preparado na nova cozinha industrial da matriz paroquial.

Entre os dias 3 e 11, a Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Vila Souza, Decanato São Filipe, realizou o tradicional novenário em honra à sua padroeira. No sábado, 12, Solenidade da Padroeira do Brasil, mais de 3 mil fiéis participaram das quatro missas realizadas, sendo a das 10h presidida por Dom Carlos Silva, OFMCap., e concelebrada pelo Padre Rafael Nolli, Administrador Paroquial. O Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia abençoou o salão paroquial, que passou por recente reforma. Após a missa, foi realizada a 11ª carreata em honra a Nossa Senhora Aparecida. (por Raphael Benevides)

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