‘Neste dia da Anunciação, somos convidados a nos colocarmos na vontade de Deus’

Cardeal Scherer presidiu missa na cripta da Catedral da Sé nesta quinta-feira, 25, e com outros líderes cristãos rezou o Pai Nosso pelas vítimas da atual pandemia

Reverendo Francisco Cézar e o Cardeal Scherer rezam o Pai Nosso na cripta da Catedral da Sé (Foto: Luciney Martins/O SÃO PAULO)

Nesta quinta-feira, 25, a Igreja celebra a Solenidade da Anunciação do Senhor, o dia em que a Virgem Maria disse sim a Deus para acolher em seu ventre o Salvador do mundo.

Em 2021, essa solenidade é ainda mais especial para os cristãos: a convite do Papa Francisco, todos são chamados a rezar a oração do Pai Nosso pelas vítimas da atual pandemia de COVID-19, que em todo o mundo já provocou a morte de mais de 2,7 milhões de pessoas, das quais 301 mil no Brasil.

Ao Meio Dia, na cripta da Catedral da Sé, antes da missa da Solenidade da Anunciação, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, rezou o Pai Nosso com o Reverendo Francisco Cézar Alves, da Diocese Anglicana de São Paulo, recordando não só os falecidos com a doença, mas, também, pedindo a Deus por seus familiares e as pessoas aflitas com a atual pandemia.

Em razão das medidas restritivas para a participação presencial dos fiéis nas missas, a fim de conter a dissiminação do coronavirus, esse momento de oração e a celebração foram transmitidos pelas redes sociais da Arquidiocese de São Paulo e da Catedral da Sé, por onde também houve a exibição de um vídeo em que os seguintes líderes religiosos rezam o Pai Nosso: Bispo Nareg Berberian, Primaz da Igreja Apostólica Armênia do Brasil; Pastor Sinodal Marcos Ebeling, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana; Dom Damaskinos Mansour, Arcebispo Metropolitano da Igreja Ortodoxa Antioquina; Pastor Eliel Batista, da Igreja Betesda de São Paulo; e o Pastor Fernando Bortolleto Filho, da Igreja Presbiteriana Independente.

Maria acolhe o Filho de Deus

Na homilia da missa, ao falar sobre a Solenidade da Anunciação, o Cardeal Scherer recordou que a Santíssima Trindade envia seu próprio Filho para salvar a humanidade e realiza no seio da Virgem Maria a encarnação do Verbo de Deus, aquele que “une nossa humanidade à sua divindade”.

“A festa da anunciação recorda um momento importantíssimo na história da nossa salvação, aquele em que o céu se abre e o Filho de Deus vem ao mundo e é acolhido por uma mulher, Maria, que o acolhe em seu seio, o gera para este mundo e o faz nascer na nossa humanidade. É o mistério da encarnação, impossível ao homem, somente a Deus possível”, afirmou Dom Odilo.

Tudo, porém, só aconteceu a partir do sim de Nossa Senhora. “Maria se dispõe, na fé, a acolher aquilo que supera as suas capacidades. Maria acolhe a vontade de Deus em sua vida e, assim, se torna a Mãe do Redentor. Ela dá o exemplo de como nós podemos, e devemos, acolher este grande dom de Deus para a humanidade”, salientou o Arcebispo.

Recordando o atual momento de pandemia, marcado pela tristeza e a insegurança diante do números de mortos e de doentes com a COVID-19, Dom Odilo ressaltou que “Deus pensa continuamente em nós, não nos abandona nas nossas misérias, fragilidades e limites. Aquilo que é impossível ao homem é possível a Deus. Por isso, neste dia da Anunciação, somos convidados a nos colocar na vontade de Deus, em sua providência”.

(Foto: Luciney Martins/O SÃO PAULO)

A mãe não abandona o filho

Diante de momentos de dor e angústia, como o atual, existe a certeza de poder contar com a intercessão da Virgem Maria, como disse o Papa Francisco na audiência geral da quarta-feira, 24, no Vaticano, e recordou Dom Odilo na missa de hoje. “Maria é mãe, não se esquece de nenhum filho e está ainda mais perto do filho doente, do angustiado, daquele que tem problemas”.

“A Igreja também é mãe”, ressaltou o Arcebispo, e por isso está solidária, solícita e se faz presente, ainda que de modo virtual, junto aos “doentes, aflitos e todos os familiares que já perderam alguém”, prosseguiu Dom Odilo. “Os nossos falecidos colocamos nas mãos de Deus, para que os acolha e lhes dê a vida eterna. E pedimos, pela intercessão de Nossa Senhora e de São José, que tenhamos proteção em nossa saúde, nossa vida, e para que possamos, o quanto antes, estarmos livres dessa pandemia e dessa angústia”, concluiu.

Dia de render graças à Mãe de Deus

Após a comunhão, o Padre Luiz Eduardo Baronto, Cura da Catedral da Sé, agradeceu aos líderes religiosos que gravaram a oração do Pai Nosso, bem como ao Reverendo Francisco Cézar Alves, que a rezou com o Cardeal Scherer no começo da missa. “Obrigado a todos por esse sinal de comunhão com a nossa Igreja que reza com vocês todos pelo bem da humanidade e pelo fim da pandemia”, disse o Padre.

No encerramento da missa, Dom Odilo exortou os católicos a realizar neste dia atos devocionais em honra à Virgem Maria em suas casas, como a reza do Terço em família e a ornamentação com flores das imagens marianas.

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