
Na entrevista concedida ao programa “Canal Livre”, da TV Bandeirantes, no domingo, 18, o Cardeal Odilo Pedro Scherer falou sobre sua participação no Conclave que elegeu o Papa Leão XIV e refletiu sobre os desafios e perspectivas da Igreja sob o novo pontificado.
O Arcebispo de São Paulo destacou que a eleição do novo Pontífice ocorreu em menos de 24 horas, mas negou qualquer precipitação deliberada por parte dos cardeais. Ele explicou que a escolha do Papa se dá ao longo do processo de escrutínios, e não a partir de campanhas ou listas prévias. “Na votação, os cardeais vão percebendo quem desponta como alguém capaz de responder aos desafios da Igreja”, explicou.
Sobre a recorrente máxima “quem entra Papa sai cardeal”, Dom Odilo comentou: “Quem faz lista de favoritos é a imprensa. Os cardeais não se orientam pelos critérios da opinião pública”.
UM PERFIL MISSIONÁRIO E UNIVERSAL
Indagado sobre a surpresa com a eleição do Cardeal Robert Francis Prevost, Dom Odilo reconheceu que ele “não estava na berlinda” das previsões midiáticas. Contudo, enfatizou que o perfil foi decisivo.
“Ele [Cardeal Prevost] é um cidadão do mundo, com sólida formação teológica e uma visão ampla de Igreja e de humanidade. Acho que isso contou muito para a eleição dele”, disse, o Cardeal Scherer, destacando o extenso percurso eclesial e missionário do novo Pontífice.
Dom Odilo apontou que Leão XIV e Francisco têm personalidades distintas e carismas diferentes, mas ambos compartilham a mesma missão de confirmar os fiéis na fé. “Francisco fez a sua parte, Leão XIV fará a sua. Ambos mostrarão a direção justa”, disse.
O PAPEL DA IGREJA NO MUNDO ATUAL
Sobre os conflitos armados atuais, Dom Odilo assegurou que a paz será um tema central no novo pontificado. “A primeira saudação ao mundo já começou com a palavra paz”, lembrou. Também ressaltou que a Igreja deverá continuar a usar os meios tecnológicos para evangelizar, mas alertou para os riscos da inteligência artificial: “Será que ela vai substituir a inteligência humana? Isso precisa ser regulado com critérios”.
O Cardeal Scherer vê com bons olhos o esforço de unidade entre católicos e ortodoxos, especialmente com a provável viagem de Leão XIV à Turquia por ocasião dos 1.700 anos do Concílio de Niceia. O evento, segundo ele, será uma oportunidade para aprofundar o diálogo com as Igrejas do Oriente. Já com os evangélicos — especialmente os pentecostais — o diálogo ainda é “incipiente, mas necessário”.
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