No Natal, ‘acolhemos o eterno hoje de Deus que vem a nós para manifestar sua graça e benevolência’

No dia santo da encarnação do Verbo de Deus, Jesus Cristo, centenas de fiéis foram à Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Assunção, na manhã da quarta-feira, 25 de dezembro, para celebrar o Menino que nasceu para a nossa salvação.

Fotos: Luciney Martins/ O SÃO PAULO

Cristãos, vinde todos, com alegres cantos

Oh! Vinde, oh! Vinde até Belém

Vede nascido, vosso Rei eterno

Oh! Vinde, adoremos, O Salvador!

O som da canção Adeste Fideles, executado pela São Paulo Schola Cantorum, ecoou por toda a Catedral da Sé durante a procissão de entrada da missa da Solenidade do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, tendo como concelebrantes os Padres Luiz Eduardo Pinheiro Baronto, Cura da Catedral; Luís Carlos Ferreira Tose Filho, Secretário do Arcebispo; e o Cônego Helmo Cesar Faccioli, Auxiliar do Cura da Catedral.

“Como cantamos, ‘Ó vinde todos, adoremos!’ É o convite que hoje nos é feito e a todos os cristãos e a toda a humanidade: acolher, adorar, louvar, agradecer a Deus por tão grande benevolência, por enviar a nós seu filho, como nosso Salvador. Celebremos, portanto, com fé e alegria”, exortou o Cardeal Scherer no começo da missa.

ACOLHEMOS O ETERNO HOJE DE DEUS

“Este é um grande dia. ‘Hoje nasceu para vós o Salvador’, anunciaram os anjos aos pastores. Este hoje é um hoje permanente, porque para Deus não há amanhã nem ontem, há um permanente hoje. O hoje é o dia da salvação, da manifestação da graça, da misericórdia e da bondade de Deus, que é um fato permanente à humanidade. Também acolhemos o eterno hoje de Deus que vem a nós para manifestar sua graça e benevolência”, afirmou o Arcebispo no começo da homilia, após desejar feliz Natal a todos que participavam da missa na Catedral da Sé ou a acompanhavam ao vivo pelas mídias digitais da Arquidiocese, pela rádio 9 de Julho e pela Rede Vida de Televisão.

Aludindo ao hábito de as pessoas darem presentes umas as outras no Natal, Dom Odilo enfatizou que o grande presente, razão para essa celebração, é o nascimento de Cristo, “a quem nós na fé reconhecemos o Filho de Deus, que se fez homem, que se fez carne para estar no meio de nós e por meio do qual nos vem todos os dons de Deus”.

QUEM É ESTE MENINO?

Dom Odilo também refletiu com os fiéis sobre quem é o Menino neste dia especialmente contemplado no presépio.

“Ele não é um mito criado pela fantasia humana, pelos desejos humanos”, enfatizou o Arcebispo, fazendo menção ao Evangelho proclamado nesta celebração (Jo 1, 1-18), no qual o evangelista João recorda que o Verbo que se fez carne, assumindo a condição humana, é o próprio Filho de Deus, que entrou na história, no tempo, na geografia e na cultura humana para a todos resgatar.

“Jesus, portanto, não é um mito. Ele veio participar da história humana, da nossa vida. Respirou o nosso ar, experimentou nossos alimentos, pisou o nosso chão, sentiu nossas dores, sentiu a fome que sentimos, sentiu a ofensa, a ingratidão, sentiu a terrível condenação à morte, a morte injusta de um justo”, recordou.

Dom Odilo destacou, ainda, que o evangelista João apresenta Jesus como aquele outrora anunciado pelos profetas e sábios do Antigo Testamento; também como o Filho Deus, presente já desde o início da criação, e que vem ao mundo para anunciá-Lo porque viu a Deus e, assim, “no rosto de Cristo resplandece a glória de Deus; em suas palavras, o poder de Deus; em seu jeito, o jeito de Deus. A Igreja diz que Ele é o rosto humano de Deus e, ao mesmo tempo, o rosto divino do homem”.

Também o Cristo que nasce é a verdadeira luz que brilha para os homens. “Ele é doador da luz a todos que desejam sair das trevas. A todos que o acolhem, deu a capacidade de serem filhos de Deus. Nele brilha a glória de Deus e abre a nós um caminho de esperança”, prosseguiu o Arcebispo.

ELE NOS DÁ INCOMPARÁVEL DIGNIDADE

Dom Odilo também explicou que no dia do Natal, diante do grande mistério da fé, a Igreja convida que todos adorem e contemplem Aquele que nasceu para a Salvação do mundo, e se alegrem no Senhor, deixando-se envolver por Sua luz.

Com o nascimento de Cristo – prosseguiu o Arcebispo – “Deus assume a nossa pobreza e a nossa humanidade recebe a riqueza de Deus” – e o Senhor dá a todos uma incomparável dignidade que, por consequência, deve fazer com que casa pessoa respeite e aprecie a dignidade do próximo.

“Hoje de maneira especial, recordamos a dignidade daqueles que mais sofrem, os preferidos de Jesus e das suas atenções: os doentes, os pobres, todas as pessoas aflitas. Ele nos deu uma incomparável dignidade e por isso a dignidade humana deve ser acolhida e dignificada em cada pessoa”, explicou.

“Este dia convida toda a humanidade a se voltar para Ele como aquele que reúne em torno de si a família humana”, prosseguiu Dom Odilo, destacando que por essa razão a Igreja também proclama o dia de Natal como o da fraternidade universal.

CRISTO VEIO PARA TRAZER A PAZ

Ainda na homilia, o Arcebispo enfatizou que o nascimento de Cristo ocorre para que se estabeleça a paz na humanidade, para que cessem todos os conflitos.

“O quanto nós precisamos disso ainda hoje, com guerras em várias partes do mundo e com muitos povos sofrendo por causa disso. Este dia da fraternidade nos deve fazer olhar também para nossos irmãos que mais têm necessidade de ser ajudados para poderem ter vida digna”, afirmou.

Por fim, o Arcebispo reiterou seus votos de feliz e abençoado Natal a todos, e desejou que aquilo de bom que se vivencia neste dia se prolongue e leve a humanidade a contemplar cada vez mais “a beleza, a profundidade do significado do que hoje nós celebramos com alegria e com louvores. Que Deus abençoe a cada um e corresponda à sua fé para lhes dar a bênção, o consolo, o conforto que nos vem pela natividade de Nosso Senhor Jesus Cristo”.

JUBILEU 2025

Antes da bênção final da missa da Solenidade do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, Dom Odilo exortou os fiéis a viverem de modo intenso o Jubileu 2025, iniciado no dia anterior, com a abertura da Porta Santa pelo Papa Francisco na Basílica de São Pedro, no Vaticano.

O Cardeal Scherer lembrou que na Arquidiocese de São Paulo, a abertura do Jubileu será celebrada no domingo, 29, a partir das 15h, com uma peregrinação do Largo São Francisco até a Catedral da Sé, onde haverá a missa. Por fim, ele rezou com os fiéis a oração do Jubileu 2025 – Peregrinos de Esperança.

ORAÇÃO DO JUBILEU 2025

Pai que estás nos céus,
a que nos deste no
teu filho Jesus Cristo, nosso irmão,
e a chama de caridade
derramada nos nossos corações pelo Espírito Santo
despertem em nós a bem-aventurada esperança
para a vinda do teu Reino.

A tua graça nos transforme
em cultivadores diligentes das sementes do Evangelho
que fermentem a humanidade e o cosmos,
na espera confiante
dos novos céus e da nova terra,
quando, vencidas as potências do Mal,
se manifestar para sempre a tua glória.

A graça do Jubileu
reavive em nós, Peregrinos de Esperança,
o desejo dos bens celestes
e derrame sobre o mundo inteiro
a alegria e a paz
do nosso Redentor.
A ti, Deus bendito na eternidade,
louvor e glória pelos séculos dos séculos.
Amém

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