No Seminário de Teologia, seminaristas são configurados ao Cristo, Bom Pastor

Na última reportagem da série do O SÃO PAULO sobre as Casas de Formação da Arquidiocese, conheça os detalhes sobre a etapa da configuração

A imagem do Bom Pastor próxima à entrada da capela do Seminário de Teo­logia, no Ipiranga, na zona Sul, indica o essencial do que é vivenciado pelos se­minaristas nesta fase de preparação ao sacerdócio: a configuração a Cristo.

“A etapa da Configuração chama cada seminarista a viver a vocação que só tem sentido na medida em que se une a Cristo. Tudo aqui é mais aprofun­dado que nas etapas anteriores: o amor à Igreja, aos estudos, à vida espiritual, à pastoral, ao Santo Padre e ao bispo dio­cesano, bem como a vida comunitária. É, portanto, uma etapa de consolidação da vida de Cristo em nós”, explica ao O SÃO PAULO o Padre José Adeildo Pe­reira Machado, Reitor.

No prédio de três andares, inaugu­rado em junho de 2005, vivem atual­mente 15 seminaristas que já passaram pelas etapas anteriores de formação do Seminário Arquidiocesano Imaculada Conceição – um ano no Seminário Pro­pedêutico Nossa Senhora da Assunção e três no Seminário de Filosofia Santo Cura d’Ars.

Nos quatro anos em que permane­cem no Seminário de Teologia Bom Pastor, eles recebem formações nas di­mensões humano-afetiva, comunitária, espiritual, intelectual-cultural e pastoral­-missionária, especialmente nos âmbitos da espiritualidade, catequese, liturgia, sacramentos e administração paroquial. Após este período, são ordenados diá­conos e ainda mantêm alguns vínculos com o Seminário, como para momentos formativos, até receberem a ordenação sacerdotal.

O COTIDIANO DO SEMINARISTA

Um dia no Seminário de Teologia começa quase sempre com a oração das Laudes às 6h30, à exceção das quartas e sábados, quando há missa de manhã. Após o café da manhã, os seminaristas vão para a Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, no campus Ipiran­ga da PUC-SP. Ao retornarem, rezam a Hora Média, às 12h, e depois almoçam.

Na parte da tarde, a rotina varia conforme o dia, com atividades como a limpeza do Seminário, momento para estudo pessoal, formações, direção espi­ritual, reza do Terço, ofício das Leituras e participação da missa, antes do jantar. A programação da noite também é diversi­ficada, com atividades esportivas, às se­gundas-feiras; Lectio Divina e oração das Completas, às terças-feiras; Adoração ao Santíssimo e as Completas; às quintas­-feiras; formação com o reitor e as Com­pletas, às sextas-feiras. Na quarta-feira, do começo da tarde às 22h, os semina­ristas têm o período livre, e geralmente visitam a família.

Além da capela e dos quartos, o Semi­nário tem um auditório, salas de reunião, refeitório e uma biblioteca multimídia.

Aos fins de semana, cada seminarista realiza pastoral em uma paróquia. “Na Teologia, a questão da pastoral é uma es­pécie de carro-chefe, pois já é feita com vista à futura ordenação do seminaris­ta. Se exige mais que haja um projeto de pastoral, um feedback do que é feito. Os seminaristas recebem mais responsa­bilidades do padre da paróquia em que estão”, explica Padre José Adeildo, desta­cando que o Cardeal Odilo Pedro Sche­rer, Arcebispo de São Paulo, sempre se preocupa com o andamento do processo formativo dos futuros padres.

‘O SEMINÁRIO NÃO É UMA ILHA’

O Seminário de Teologia é aberto a visitações, mediante agendamento. Lá já estiveram grupos do Apostolado da Oração, de coroinhas e até crismandos em retiro. Há, ainda, a live vocacional, na terceira terça-feira de cada mês, às 20h30, pelo Facebook.

“Com essas atividades, a finalidade é mostrar que o Seminário não é uma ilha. Não adianta ficarmos parados esperando pelas vocações, temos que motivar, lan­çar as redes”, ressalta Padre José Adeildo.

Antes de ser nomeado Reitor do Se­minário de Teologia, em julho de 2022, o Sacerdote esteve à frente do Seminário Propedêutico. Com base nessas duas ex­periências, ele avalia ser indispensável que haja mais equipes de pastoral vo­cacional nas paróquias e que cada uma assuma o propósito de encaminhar ao menos um vocacionado ao Seminário Arquidiocesano.

“Como sempre diz Dom Odilo, ‘por que alguém vem parar no seminário?’ E ele responde: ‘Porque um dia alguém perguntou para esse jovem se ele nunca havia pensado em ser padre’. E é depois dessa pergunta que muitos pensaram na possibilidade, fizeram acompanhamento vocacional e estão no seminário”, destaca o Reitor.

VALE A PENA DIZER SIM A DEUS

Em 16 de dezembro, Douglas Gon­zaga, 25, deverá ser ordenado diácono­-seminarista pela imposição das mãos do Cardeal Scherer. O jovem, que está no 4o ano da Configuração e realiza pas­toral na Basílica de Sant’Ana, ingressou Seminário Propedêutico em 2016, após o despertar vocacional motivado por um questionamento.

“Um seminarista que fazia pastoral na minha Paróquia de origem, a Santa Maria Madalena, na Região Belém, per­guntou-me se eu não queria ser padre. A partir disso, comecei a pensar: ‘Por que não?’. Eu era muito jovem, 15 anos, e me lancei à vontade de Deus”, conta à reportagem.

“Vale a pena realizar o discernimen­to vocacional, pois o chamado que Deus faz é sempre bom, é para que sejamos felizes”, assegura Douglas. “Ao longo do seminário, vamos conformando a nossa vontade com a de Deus e fazendo com que o sonho Dele seja o nosso”.

Leonardo de Oliveira Leopoldo, 28, está no 2o ano da Configuração e realiza pastoral na Paróquia Santa Cristina, na Região Ipiranga. Ele ingressou no Prope­dêutico em 2018, após ser motivado pelo capelão do colégio das Irmãs de São José de Chambéry, onde estudava. Ele avalia que o mais desafiador para o seminarista é a vivência comunitária, mas que essa é uma experiência fundamental para aqueles que um dia, como padres, terão de lidar com todas as pessoas.

“O caminho não é fácil, mas vale muito a pena! Deus está sempre do nos­so lado, nunca nos desampara nos mo­mentos de dificuldade, de crise. O Se­nhor sempre se faz presente e dá sinais concretos de que caminha conosco”, ava­lia Leonardo.

Luís Henrique Rodrigues de Lima, 22, chegou ao Seminário de Teologia neste ano, após passar os três anteriores no Seminário de Filosofia. Ele ingressou no Propedêutico em 2019, após o des­pertar da vocação na adolescência com os Arautos do Evangelho e de ter feito, posteriormente, o discernimento com a Pastoral Vocacional arquidiocesana.

“Nesta etapa da Configuração, nós nos preparamos de uma forma mais efe­tiva para ser padre, e o padre precisa ter o cuidado máximo para lidar com todas as pessoas”, destaca.

Luís Henrique, que atualmente faz vivência pastoral na Paróquia Natividade do Senhor, na Região Belém, deixa um conselho aos jovens que estão em dúvi­da pelo discernimento vocacional: “Viva a intimidade com Jesus, o amor por Ele, pois do contrário, às vezes, temos o cha­mado, mas não conseguimos escutá-lo. Que o jovem que deseja ser padre tenha uma vida honesta e simples, tenha amor às coisas de Deus na simplicidade, além de uma vida de oração e de ajuda ao pró­ximo.”

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