Novos agentes concluem cursos da Pastoral da Saúde arquidiocesana

Formação iniciada em março foi ofertada pelo Vicariato Episcopal para a Pastoral da Saúde e dos Enfermos, criado em dezembro de 2023

Cardeal Scherer, padres e leigos que atuam no Vicariato Episcopal para a Pastoral da Saúde e dos Enfermos, em missa na Catedral da Sé, dia 7
Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Na manhã do sábado, 7, na Catedral da Sé, foi celebrada a missa em ação de graças pela conclusão dos cursos da Pastoral da Saúde e da Pastoral Hospitalar. A Eucaristia foi presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer e marcou o envio e início da missão de 245 pessoas que concluíram as formações. 

As turmas deste ano foram iniciadas em março, com aulas nas seis regiões episcopais. Pela primeira vez, a coordenação dos cursos coube ao Vicariato Episcopal para a Pastoral da Saúde e dos Enfermos da Arquidiocese, criado em dezembro de 2023 pelo Arcebispo Metropolitano como um dos frutos do 1º sínodo arquidiocesano. 

Cônego João Inácio Mildner, Vigário Episcopal para a Pastoral da Saúde e dos Enfermos, salientou que os cursos têm o objetivo de encorajar e formar “bons samaritanos” para os doentes. 

A partir do envio, os novos agentes retornarão às suas paróquias e serão encaminhados às missões em hospitais, casas de longa permanência, visitas domiciliares e para atuação nos conselhos de saúde, conforme a realidade paroquial. 

SINAL DE BÊNÇÃO 

Segundo o Cônego João, este primeiro ano do Vicariato serviu para incentivar as comunidades a assumirem a Pastoral da Saúde com plenitude em suas dimensões da assistência, prevenção de enfermidades e políticas públicas de saúde. 

Em sua avaliação, a formatura dos 245 novos agentes representa uma boa resposta ao trabalho desempenhado em 2024 e um “sinal de bênção” para toda a Arquidiocese. 

“Este ano, só nos resta agradecer a Deus por termos um grupo tão grande de formandos, de gente preparada, e pedir que Ele continue abençoando a Pastoral da Saúde e dos Enfermos para que ela cresça, atendendo ao apelo de Dom Odilo, de que em nossa Arquidiocese não tenhamos mais um enfermo ou um sofredor sem assistência”, manifestou o Vigário Episcopal. 

Além das seis regiões episcopais, há a previsão de expansão, em 2025, dos cursos da Pastoral da Saúde para os bairros de Perus, na zona Noroeste, e de São Mateus, na zona Leste. 

COMPROMISSO DE TODA A IGREJA 

Dom Odilo, que naquele sábado celebrou 48 anos de ordenação presbiteral, falou aos novos agentes sobre o compromisso evangélico da Igreja de estar a serviço dos enfermos, pois o próprio Cristo esteve com eles, compadecendo-se diante do sofrimento das multidões que iam ao seu encontro. 

“A doença e a enfermidade são momentos em que podemos repensar a nossa própria vida. É nessas horas que percebemos nossa fragilidade. Queremos ser super-heróis, mas percebemos que somos frágeis”, comentou o Arcebispo. 

O Cardeal afirmou, ainda, que apresentar a misericórdia do Pai aos enfermos, por meio do serviço da Igreja, representa ajudar a carregar a dor do outro, testemunhando o verdadeiro sentido da palavra pastoral: “Hoje vocês são enviados para se unir à Igreja e ir ao encontro dos enfermos de nossa Arquidiocese. Neste caminho, anunciam que o Reino de Deus está próximo”. 

IR AO ENCONTRO 

No grupo que concluiu os cursos está Josefa Gomes do Nascimento, 85. Paroquiana da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, no bairro dos Campos Elísios, na Região Sé, ela já realiza visitas semanais aos doentes internados no Hospital Pérola Byington, especializado em tratamentos oncológicos. 

Apesar de já ter experiência prática na visita aos doentes em fase terminal, Josefa afirmou que o curso lhe trouxe novas técnicas sobre como melhor acolher as pessoas internadas, pequenas sutilezas que, segundo ela, garantirão o sorriso e a alegria ao final de cada visita. 

LEVAR A ESPERANÇA 

Marta Regina Veríssimo, 47, moradora de Santo André, na grande São Paulo, decidiu fazer os cursos para qualificar sua missão na Pastoral da Pessoa Idosa da Paróquia São Judas Tadeu. 

Ela também é voluntária no Hospital do Servidor Público Estadual e missionária no Santuário da Mãe Rainha Peregrina de Schoenstatt, na Vila Mariana, e vê nos atendimentos aos enfermos uma porta para a esperança e o encontro com o próximo. 

HOMENAGEM 

Antes do término da missa, Sandra Ramalhoso, coordenadora da Pastoral da Pessoa com Deficiência da Arquidiocese de São Paulo, recebeu de Dom Odilo a Medalha São Paulo Apóstolo, na categoria Defesa e Promoção da Vida e Dignidade Humana. 

Por motivos particulares, ela não pôde comparecer à cerimônia realizada em agosto. 

Sandra realçou sua alegria pelo reconhecimento de todo o trabalho realizado em favor da pessoa com deficiência na Arquidiocese de São Paulo: “Deus sempre me abençoou na minha saúde, me dá força para que eu leve essa pastoral. Eu agradeço a quem me indicou e às pessoas que apoiaram e apoiam o meu trabalho.” 

OBJETIVOS DA PASTORAL DA SAÚDE 

  • Sensibilizar a Igreja e a sociedade sobre o sofrimento, denunciando a marginalização dos doentes, pessoas com deficiência e, de maneira especial, em face das novas formas de sofrimento e doenças contemporâneas (HIV, doenças mentais e terminais etc); 
  • Zelar pela humanização e evangelização do ambiente hospitalar, visando ao bem-estar de todos os que nele se encontram (profissionais, funcionários, doentes e familiares); 
  • Participar ativa e criticamente nas instâncias oficiais que decidem a política de saúde da nação, estado, região e município; 
  • Favorecer políticas de humanização, colocando o doente como razão de ser das instituições de saúde, no resgate da dignidade humana, no processo de fortalecer a fé e a esperança cristã; 
  • Apoiar e criar espaços de luta política e solidariedade em favor da vida, valorizando as organizações populares e suas iniciativas; 
  • Celebrar nas instituições de saúde (hospitais, ambulatórios, postos de saúde, comunidades) as datas significativas relacionadas com o mundo da saúde e litúrgicas como o Natal; 
  • Conscientizar a comunidade sobre o direito à saúde e o dever de lutar por condições mais humanas de vida, terra, trabalho, salário justo, moradia, alimentação, educação, lazer, saneamento básico e preservação da natureza; 
  • Priorizar ações de educação, implementando uma verdadeira cultura de saúde, com ênfase em ações preventivas, permeadas pelos valores da solidariedade, justiça e equidade; 
  • Incentivar e desenvolver a formação e a capacitação contínua dos agentes da Pastoral da Saúde, nos aspectos humanos, técnicos, éticos e cristãos, criando centros regionais de formação de agentes de pastoral; 
  • Valorizar a vida como um dom de Deus. 

Fonte: Pastoral da Saúde 

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