‘O caminho para a Páscoa é tempo de reconciliação diante do altar de Deus’

(Foto: Bruno Melo)

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, presidiu a missa desta sexta-feira, 26, na capela de sua residência, transmitida pela rádio 9 de Julho e pelas mídias digitais da Arquidiocese.

Na homilia Dom Odilo meditou a partir do trecho do Evangelho do dia (Mt 5,20-26), no qual Jesus exorta aos discípulos sobre a prática da justiça e da reconciliação.

O Arcebispo explicou que, no contexto bíblico, a justiça diz respeito à retidão e à santidade de vida. “A justiça dos fariseus e escribas era, em geral, exterior, formal, ritual e, portanto, muitas vezes, reprovada pelos profetas e pelo próprio Jesus”, destacou.

O Cardeal ressaltou, ainda, que Jesus convida as pessoas a uma atitude diferente, a não imitar essa religiosidade aparente, que não muda a vida. “A religião não é feita de ritos mágicos e exteriores… O que se passa na minha vida pessoal e privada, mesmo que ninguém saiba, conta diante de Deus. Por isso, Jesus convida para uma retidão na prática da fé e da moral”, afirmou.

Perdão

No mesmo trecho bíblico, Jesus também aborda a dimensão do perdão e da reconciliação, ao recomendar: “Quando tu estiveres levando a tua oferta para o altar, e ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa a tua oferta ali diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão. Só então vai apresentar a tua oferta”.

“O perdão é uma prática muito necessária durante a Quaresma. Não poderíamos pensar em celebrar a Páscoa sem nos reconciliar com os irmãos, sem dar e receber o perdão”, enfatizou o Arcebispo, acrescentando que, a esse respeito, Jesus ainda exorta: “Procura reconciliar-te com teu adversário, enquanto caminha contigo para o tribunal”.

“Aqui, não se está falando dos tribunais deste mundo, mas enquanto estamos a caminho desta vida para nos apresentar diante do tribunal de Deus, temos muito tempo e oportunidades para nos reconciliar com as pessoas que nos ofenderam ou a quem ofendemos. Portanto, não esperemos que chegue o último momento”, sublinhou o Cardeal.

“É tempo de reconciliação, de fazer as pazes e poder se apresentar não somente diante do tribunal de Deus, como também de seu altar, para oferecer nossos sacrifícios, nossas oferendas, para que sejam agradáveis a Deus”, concluiu o Arcebispo.

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