O Arcebispo de São Paulo comentou a ligação do título de Nossa Senhora como Mãe de Deus com São Cirilo de Alexandria
No programa “Encontro com o Pastor”, da segunda-feira, 27, na rádio 9 de Julho, o Cardeal Odilo Pedro Scherer falou sobre a contribuição de São Cirilo de Alexandria – cuja a memória litúrgica é celebrada nessa data – para proclamação de Nossa Senhora como Mãe de Deus.
O Arcebispo explicou que Jesus Cristo entrou no mundo nascendo humanamente por meio de Maria, e a Igreja entende que Nossa Senhora pode ser chamada verdadeiramente de mãe do Deus Filho que se fez homem.
Dom Odilo recordou que São Cirilo foi um dos que defendeu essa afirmação de fé, que era negada por aqueles que de alguma forma diziam que Jesus veio o mundo não como Filho de Deus, mas foi depois revelado, manifestado mediante a Ressurreição.
“Nunca dá para separar o Filho de Deus, Daquele que nasceu de Maria”, enfatizou o Arcebispo. “Ela é, portanto, a Mãe de Deus e podemos com toda alegria invocá-la como Santa Maria, Mãe de Deus”.
NÃO ESPERAR VIDA TRANQUILA
A liturgia da segunda-feira da 13ª Semana Tempo Comum traz o Evangelho de São Mateus (8,18-22), em que uma pessoa se apresenta a Jesus e diz que irá segui-lo aonde quer que Ele vá. Cristo, porém, responde que o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.
Dom Odilo explica que Jesus, ao dizer isso, aponta que não tinha lugar fixo, não tinha casa, pois sempre estava caminhando para pregar o Evangelho. E quem quisesse segui-lo também não poderia esperar uma vida tranquila, confortável.
“Quem quer seguir Jesus tem que estar disposto a caminhar com Ele e não se permitir buscar conforto, riqueza ou prestígio pelo fato de estar com Cristo. Essa é uma questão interessante de se observar hoje. Infelizmente, atualmente há pregações que fazem da religião um objeto de lucro, ganho de vida e promessas falsas de enriquecimento”, alertou.
Dom Odilo lembrou que o Senhor nunca prometeu vantagens nesta vida, mas, sim, na Vida Eterna. Assim, jamais assegurou a quem o segue riqueza, prosperidade ou vantagens financeiras.
Na mesma narrativa bíblica, um outro discípulo pediu a Jesus que primeiro pudesse sepultar o pai. Ele, porém, o exortou a segui-lo e que deixasse que os mortos enterrem os mortos.
O Cardeal detalhou que enterrar seu pai significava não que o pai já estivesse morto, mas talvez idoso e tinha que esperar ainda algum tempo para ficar livre e, então, seguir Jesus. Assim como os mortos são os que estão longe de Deus, pessoas que não têm fé são como mortos espiritualmente.
Portanto, Jesus sempre pede que é preciso estar pronto a renunciar a tudo, pois o Reino de Deus vale mais do que tudo e, portanto, a escolha por Deus não pode ser adiada.
OUÇA A ÍNTEGRA DO PROGRAMA “ENCONTRO COM O PASTOR”