Agentes da Pastoral Familiar da Arquidiocese realizaram peregrinação jubilar à Catedral da Sé e participaram da Missa presidida por Dom Rogério Augusto das Neves

Com o tema “Família, peregrina de esperança”, os membros da Pastoral Familiar da Arquidiocese de São Paulo peregrinaram à Catedral da Sé na manhã do sábado, 16, por ocasião do Jubileu 2025.
Vindos das seis regiões episcopais, eles participaram dos ritos previstos para as peregrinações jubilares, entre os quais a contemplação da cruz, a oração diante da imagem da Virgem Maria e o Ato da Esperança, por meio dos quais cada fiel rezou para que, pela graça de Deus, consiga “a remissão de todos os pecados e depois desta vida a felicidade eterna”. Também ouviram a explicação sobre as indulgências e acompanharam a leitura da carta de São Paulo aos Romanos (Rm 5,5-11).
Durante a contemplação da cruz jubilar, o Padre Alessandro Enrico de Borbón, Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Consolação e Assistente Eclesiástico da Pastoral Familiar na Região Sé, destacou que “o amor de Cristo é a razão da nossa esperança” e rogou ao Senhor para que “derrame esperança e graças em nossas famílias”.
“Deus é a comunidade de vida e amor entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Que Deus abençoe as nossas famílias e faça com que elas sejam o que estão chamadas a ser: sinal do amor de Deus e de esperança neste mundo”, disse Padre Alessandro ao O SÃO PAULO.

RECORDAR AS MARAVILHAS DE DEUS
A peregrinação foi concluída com a missa presidida por Dom Rogério Augusto das Neves, Bispo Auxiliar da Arquidiocese e Referencial para a Pastoral Familiar no Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Na celebração, que também marcou o encerramento da Semana Nacional da Família, os fiéis realizaram a renovação das promessas batismais.
Na homilia, Dom Rogério, aludindo à 1ª leitura do dia (cf. Js 24,14-29), disse que ao recordar ao povo de Israel as maravilhas que Deus realizara, Josué proclamou que ele e sua família decidiram servir o Senhor, e convidou que cada um, com liberdade, escolhesse entre seguir o Deus verdadeiro ou os deuses cultuados outrora, e que o povo optou pelo Senhor por reconhecer os muitos benefícios que Ele havia realizado.

O Bispo enfatizou que a todo o tempo é oportuno recordar as maravilhas de Deus na vida de cada família e que mesmo aquelas que passaram dificuldades ou ainda as enfrentam “se olharem bem, vão perceber que Deus não as abandonou, que ao lado de tanto sofrimento houve sempre um sinal de Deus, e que se não fosse por Ele, não estaríamos onde estamos”.
Dom Rogério explicou que, ao peregrinar, cada pessoa reconhece e agradece as maravilhas de Deus na própria vida. “Viemos aqui por causa Dele. Viemos agradecidos por tudo que fez por nós, louvamos os 2025 anos da encarnação do Verbo. Se Jesus não tivesse vindo a nós, que esperança teríamos de sentido para a nossa vida? Que esperança para o futuro, diante de tanta debilidade, fraqueza e limitações nossas? Portanto, por trás desta nossa peregrinação está um grande ato de gratidão, de reconhecimento a Deus”, sublinhou.

ENCAMINHAR AS CRIANÇAS NA FÉ
Ao recordar o Evangelho proclamado na missa (cf. Mt 19,13-15), que relata o episódio em que Jesus reza e impõe as mãos sobre as crianças, o Bispo destacou o papel dos pais e de todos os adultos em conduzi-las nos caminhos do Senhor, pois, embora a infância seja um momento de muitas possibilidades e descobertas, também é marcada por fragilidades, inseguranças e perigos, e que eventuais traumas nesta etapa da vida podem deixar marcas para sempre.
“Hoje parece que muita gente não leva em conta o que significa o sagrado da infância e, muitas vezes, não percebe o que pode fazer um mau exemplo dado a uma criança ou uma palavra mal colocada”, alertou Dom Rogério. “Tudo o que se faz às crianças para apresentar a elas o amor, a pureza e a bondade de Deus é um esforço que vale a pena”, enfatizou, destacando, ainda, o papel insubstituível das famílias nessa missão.
Por fim, o Bispo enfatizou que a família formada pelo homem e a mulher é “uma revelação do amor de Deus” e que “a família não é apenas uma destinatária de esperança; a família traz em si a própria esperança. São João Paulo II dizia que o futuro da humanidade passa pela família. Se tivéssemos famílias bem construídas, fortes, fiéis, teríamos uma sociedade melhor”.

TESTEMUNHAR A ESPERANÇA
Antes da bênção final, o Padre Luiz Eduardo Pinheiro Baronto, Cura da Catedral da Sé, desejou que Deus conceda aos fiéis todos os frutos espirituais que foram buscar naquela peregrinação. O Sacerdote foi um dos concelebrantes da Eucaristia, assim como o Padre Alessandro e o Padre Valdinei Pini, OSJ, Pároco da Paróquia Nossa Senhora de Loreto, na Região Santana.
Nessa Paróquia e em outras da Região Santana, uma extensa programação de oração e reflexões, com base no subsídio Hora da Família, aconteceu durante a Semana Nacional da Família, conforme contou à reportagem o casal Lincoln Costa e Marta Sionti Costa, coordenador paroquial e regional da Pastoral Familiar, também casal vice-coordenador arquidiocesano.

“A família é chamada a pescar outras famílias, a partir de seu testemunho. Nossas famílias não são perfeitas, mas cada uma tem um testemunho a dar. Portanto, devemos sair para buscar outras famílias, acolhendo cada uma na sua realidade. Na Igreja cabem todas: famílias com pessoas solteiras, viúvas, desquitadas, divorciadas, todos devem ser acolhidos”, enfatizou Marta. Já Lincoln lembrou que cada família católica é um celeiro de vocações: “A vocação ao Matrimônio, à vida religiosa ou ao sacerdócio começa pela família, e foi muito interessante as pessoas terem entendido isso ao longo desta Semana”.
Coordenador arquidiocesano da Pastoral Familiar ao lado da esposa Simone Mavignier Madeira, Braulio Rocha Gonçalves destacou à reportagem que cada vez mais as famílias católicas devem dar sinais de esperança ao mundo, a começar pela transmissão da fé dos pais aos filhos: “Não basta que os pais levem seus filhos até a porta dos encontros de catequese. Eles precisam participar, dando testemunho de vida cristã”.