Semana Teológica da PUC-SP destaca o centenário do Cardeal Arns

O centenário de nascimento do Cardeal Paulo Evaristo Arns (1921-2016) é o tema da Semana Teológica 2022 da Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). O evento acadêmico foi aberto na segunda-feira, 6, e segue até a sexta-feira, 10, no campus Ipiranga. 

Luciney Martins/O SÃO PAULO

A atividade integra a série de iniciativas promovidas pela Arquidiocese de São Paulo para celebrar o centenário de nascimento daquele que foi seu Arcebispo de 1970 a 1998. 

A programação do evento, realizado nos períodos diurno e noturno, inclui conferências que destacam o histórico de Dom Paulo e a amplitude de seu ministério episcopal; sua relação com os meios de comunicação social, seus discursos e reflexões; a atenção dada à vida consagrada e à formação dos presbíteros; a sinodalidade e os planos de pastorais; e o diálogo com o mundo intelectual e das ciências. 

Entre os conferencistas estão o Padre Ney de Souza, Irmã Helena Corazza, Cônego Celso Pedro da Silva, Irmã Maria José Mendes, Cônego Antônio Manzat- to, Cônego Sérgio Conrado e Fernando Altemeyer. 

A abertura da Semana Teológica contou com a presença do Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo e Grão-Chanceler da PUC-SP, da reitora da universidade, Maria Amalia Pie Abib Andery, professores, alunos e convidados. 

HOMEM DA IGREJA 

“Era justo e necessário homenagear Dom Paulo neste contexto acadêmico pela figura e pelo que ele representou como Arcebispo, Cardeal e pastor da Igreja”, destacou Dom Odilo, ao abrir o evento. 

O Cardeal Scherer sublinhou, ainda, que seu predecessor não foi apenas uma ilustre figura pública, mas um homem da Igreja e, portanto, precisa ser conhecido e lembrado como tal. 

“O centenário é o momento de recolher memórias e impressões que se integram à História”, acrescentou Dom Odilo, frisando que o Cardeal Arns não é apenas um personagem de um passado distante, mas alguém que deixou um legado para a vida e a história da Igreja em São Paulo. “Esse é o momento de se deixar encantar por Dom Paulo”, completou. 

PASTOR DO PÓS-CONCÍLIO 

Dom Odilo recordou, ainda, que o Cardeal Arns foi pastor da Arquidiocese em um contexto histórico, político, social e eclesial bastante marcante. “Não dá para desvincular Dom Paulo do Concílio Vaticano II”, ressaltou, lembrando que o então frade franciscano foi nomeado Bispo no ano seguinte à conclusão do Concílio e, por isso, imprimiu em seu pastoreio os impulsos conciliares e buscava traduzi-los em novas práticas pastorais em meio aos desafios políticos e sociais no Brasil dessa época, marcada pelo regime militar e as constantes violações de direitos humanos fundamentais. 

“Nós não somos padres, bispos, religiosos em um vazio neutro, em um espaço desencarnado. ‘O Verbo se fez carne e habitou entre nós’, fez-se cultura, história, geografia… Por isso mesmo, é preciso conhecer a vida dos povos, da sociedade, do país onde vamos anunciar o Evangelho”, concluiu o Cardeal Scherer, salientando que o futuro deve ser construído com os pés apoiados no passado. Para isso, é preciso conhecer a história e o exemplo daqueles que nos precederam na ação evangelizadora. 

A reitora da PUC-SP destacou a importância de dedicar uma semana acadêmica para aprofundar o conhecimento sobre Dom Paulo, que, além de figura eclesial, pastor e homem comprometido com a vida do povo, marcou profundamente a vida dessa instituição de ensino. “Nós não seríamos a universidade que somos hoje, com características únicas, que fazem dela um exemplo no nosso País, se não fosse a figura de Dom Paulo Evaristo Arns.” 

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Maria Salete
Maria Salete
2 anos atrás

Dom Paulo, em sua simplicidade vivenciou momentos reconciliadores -, testemunhados e compartilhados com muitas pessoas. Sua história é viva entre nós.