Atividade, com a participação de 49 seminaristas do seminário arquidiocesano, acontecerá entre os dias 1o e 10 de julho
Com a meta de que os seminaristas do Seminário Imaculada Conceição, da Arquidiocese de São Paulo, conheçam mais e melhor a experiência pastoral missionária que já realizam aos finais de semana, acontecerá entre os dias 1o e 10 de julho, a Missão de Férias 2023, em seis paróquias da Arquidiocese e nas realidades de missão das Pastorais Carcerária e do Menor, incluindo, respectivamente, visitas a unidades prisionais paulistas e unidades de internação da Fundação Casa.
De acordo com o Padre José Adeildo Pereira Machado, Reitor do Seminário e responsável pela Missão, essa iniciativa tem a finalidade de fazer com que os seminaristas vivam aquilo que é a natureza da Igreja: ser missionária. Por ocasião do 3o Ano Vocacional do Brasil – “Vocação – Graça e Missão”, também se buscará despertar vocações para a Igreja.
“A contribuição da Missão em vista de despertar vocações está naquilo que o próprio da Igreja, que testemunha de Jesus Cristo em diversos lugares da cidade de São Paulo. Nesse movimento de saída está uma ótima ‘motivação’ vocacional, em que muitos são chamados a continuar a missão de Cristo: cuidando dos doentes, socorrendo os pobres, visitando os presos (cf. Mt 25). É vivendo bem a missão, segundo o mandato de Cristo (cf. Mt 10) que a Igreja promove as vocações, criando um cultura vocacional”, explicou o Sacerdote ao O SÃO PAULO.
“A vocação cristã é um convite a sair de si mesmo. Portanto, ainda ‘hoje é possível voltar a encontrar o ardor missionário e propor, sobretudo aos jovens, o seguimento de Cristo. Face à generalizada sensação duma fé cansada ou reduzida a meros deveres a cumprir, os nossos jovens tem o desejo de descobrir o fascínio sempre atual da figura de Jesus, de deixar-se interpelar e provocar pelas suas palavras e gestos e, enfim, sonhar – graças a Ele – com uma vida plenamente humana, feliz de gastar-se no amor” (cf. Mensagem do Papa Francisco para o 54° dia mundial de oração pelas vocações, 7 de maio de 2017 – IV domingo da Páscoa). É neste chão eclesial, onde a vocação é graça e missao, que os “corações ficam ardentes, e os pés se põem a caminho” (cf. Lc 24, 32-33)”, prossegue o Reitor do Seminário.
ENVIADOS A DIFERENTES REALIDADES
Visitar as casas, pessoas doentes e enfermas, os encarcerados e dialogar com crianças, jovens, adultos e idosos, sempre com vistas a conhecer mais afundo as realidades e desafios da pastoral urbana na maior metrópole do Brasil, estão entre as atividades que os seminaristas realizarão ao longo da semana de Missão.
Ao todo, participarão 49 seminaristas, das três casas de formação do Seminário Arquidiocesano: sete do Propedêutico, 27 da Filosofia (etapa do Discipulado) e 15 da Teologia (etapa da Configuração).
Nas paróquias, eles serão acolhidos no sábado, dia 1o, já os que estarão com as Pastorais do Menor e Carcerária serão enviados em missão no domingo, 2, na missa das 11h na Catedral da Sé.
EVENTO VOCACIONAL NAS REGIÕES
No fim de semana dos dias 8 e 9, acontecerá um evento vocacional, em âmbito regional, em cada uma das seis paróquias que acolherão a Missão de Férias 2023: Paróquia Espírito Santo (Região Brasilândia), Santa Ângela e São Serapião (Região Ipiranga), São Cristóvão (Região Sé), São João Gualberto (Região Lapa), São Miguel Arcanjo (Região Santana) e São Pedro Apóstolo (Região Belém).
“Haverá testemunhos vocacionais, momentos de espiritualidade – nos grupos variados das paróquias e nas missas –, gincanas, roda de conversa e outras possibilidades segundo cada paróquia e lugar”, explica o Padre José Adeildo sobre o evento vocacional.
A Missão de Férias será concluída na manhã do dia 10, com um encontro de revisão/avaliação, missa e confraternização no Seminário de Teologia Bom Pastor, com a participação do Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano.
ONDE OS SEMINARISTAS FARÃO MISSÃO
– Paróquia Espírito Santo – Setor São José Operário da Região Brasilândia
– Paróquia Santa Ângela e São Serapião – Setor Cursino da Região Ipiranga
– Paróquia São Cristóvão – Setor Bom Retiro da Região Sé
– Paróquia São João Gualberto – Setor Pirituba da Região Lapa
– Paróquia São Miguel Arcanjo – Setor Casa Verde da Região Santana
– Paróquia São Pedro Apóstolo – Setor Vila Alpina da Região Belém
– Pastoral Carcerária (com visitas a unidades prisionais)
– Pastoral do Menor (com visitas ao Sefras, café da manhã com as pessoas em situação de rua no Belenzinho, CCAs apoiados pela Pastoral na Brasilândia, Favela do Moinho e unidades da Fundação Casa)
O QUE VOCÊ ESPERA DA MISSÃO DE FÉRIAS 2023?
Douglas Gonzaga, seminarista do 4° ano de Teologia
Desde o primeiro ano da etapa inicial da formação presbiteral, os candidatos são chamados a uma vida missionária, ou como nos lembra o documento conclusivo da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, somos chamados a sermos discípulos- missionários de Jesus Cristo. O documento nos lembra que ser discipulo é “realizar um encontro vivo, persuasivo e decisivo com Jesus” (290) e manifestar isso aos outros. Portanto, fazer missão é próprio da Igreja que precisa estar em “estado permanente de Missão” (551), e mais ainda aqueles que foram chamados para o seguimento mais próximo de Jesus.
A Missão de Férias é uma oportunidade ímpar tanto de exercício do mandato evangélico (Mc 16,15) de todo batizado quanto de conhecer a fundo a realidade concreta da Igreja na qual nós nos propomos a servir como colaboradores mais próximos do bispo, por toda a vida. Como breve testemunho, posso afirmar que ninguém sai igual da Missão, pois ela nos transforma, converte, compromete e nos faz amar ainda mais o chão que pisamos e os corações que tocamos.
E como afirmou Dom Helder Câmara: “Missão é partir, caminhar, deixar tudo, sair de si, quebrar a crosta do egoísmo que nos fecha no nosso Eu… É sobretudo abrir-se aos outros como irmãos, descobri-los e encontrá-los. E, se para encontrá-los e amá-los é preciso atravessar os mares e voar lá nos céus, então missão é partir até os confins do mundo.
Vinícius Pinheiro, seminarista do 2º Ano de Teologia
Ser padre nesta grande Arquidiocese é um desafio, pois há muitas realidades diversas; desde as maiores distâncias até o centro da cidade.
Ser missionário nesta cidade me faz lembrar sempre o que cantávamos no hino do 1o sínodo arquidiocesano: ‘Chegou a nossa vez, é missão de todos nós’. Quantos homens e mulheres de fé aqui construíram a fé católica. Ser um continuador dessa missão é, ao mesmo tempo, belo e uma tarefa difícil que pede de nós o mesmo ardor que teve São José de Anchieta para corresponder a tudo isso da melhor maneira possível.
Caminhar como seminarista da Arquidiocese é ter essa herança e, corresponder com nossa alegria e entusiasmo ao nosso chamado. De tantos missionários que pisaram nessa terra, hoje somos nós os responsáveis de ser eco do Espírito Santo que soprou e ainda sopra nessa cidade.
