Seminaristas e candidatos ao diaconato permanente recebem os ministérios de leitor e acólito

Rito conferido pelo Cardeal Odilo Scherer antecede a ordenação dos futuros padres e diáconos da Arquidiocese

Na última semana, o Cardeal Odilo Pedro Scherer conferiu os ministérios de leitor e acólito a seminaristas e candidatos ao diaconato permanente da Arquidiocese de São Paulo. Esse rito é uma das etapas que antecedem a ordenação diaconal.

Dom Odilo com os seminaristas do Seminário Redemptoris Mater São Paulo Apóstolo, dia 23
Dyego Luiz

Na sexta-feira, 23, no Seminário Missionário Arquidiocesano Redemptoris Mater São Paulo Apóstolo, localizado no Jaraguá, zona Norte da capital paulista, receberam os ministérios os seminaristas Felipe Mateus Gonçalves Ribeiro, de Brasília (DF); Gilson Ricardo dos Santos Pereira, de Tutóia (MA); Miguel Teixeira Mombeli, de São Paulo; e Sergio David Sotelo Spitia, da Colômbia. Este seminário, ligado ao Caminho Neocatecumenal, é destinado à formação de padres diocesanos para as missões.

Arcebispo institui como leitor e acólito dois candidatos ao diaconato permanente, dia 24
Willians Gama

No sábado, 24, na Paróquia São Carlos Borromeu, na Vila Prudente, na zona Leste, Dom Odilo celebrou o rito de admissão como candidatos à ordem sacra e a instituição dos ministérios de leitor e acólito ao diaconato permanente de Carlos Eduardo Moraes e José Rizonaldo da Cunha. Ambos são estudantes do 5º ano da Escola Diaconal Arquidiocesana São José.

MISTÉRIOS

A palavra “ministério”, do latim ministerium, refere-se à função do servidor. Desde os primeiros séculos do Cristianismo, a Igreja instituiu alguns ministérios com o fim de render a Deus o devido culto e de prestar serviço ao povo de Deus, segundo as suas necessidades. Com esses ministérios eram confiadas aos fiéis funções da liturgia, do exercício da caridade, conforme as diversas circunstâncias. Muitas vezes, tais encargos eram conferidos com um rito especial que, mediante uma bênção, constituía o fiel para desempenhar o ofício eclesiástico.

Alguns desses ofícios, mais intimamente relacionados com a ação litúrgica, aos poucos passaram a ser considerados instituições anteriores à recepção do sacramento da Ordem e, por isso, foram chamados de “ordens menores”. Antes do Concílio Vaticano II (1962-1965), esses ministérios eram os de Ostiário (porteiro), Exorcista, Leitor e Acólito.

No entanto, como essas ordens menores não foram sempre as mesmas e muitas das suas funções eram, na prática, igualmente desempenhadas por leigos, em 1972 São Paulo VI estabeleceu, por meio da carta apostólica em forma de motu proprioMinisteria quaedam, que as ordens menores passassem a ser denominadas ministérios, mantendo apenas o leitorato e o acolitato. Desde então, tais ministérios poderiam também ser conferidos de forma estável a homens leigos e, a partir de janeiro de 2021, o Papa Francisco os estendeu às mulheres. Também em 2021, o mesmo Pontífice tornou o serviço de catequista um ministério instituído.

Tal reforma, contudo, manteve a obrigatoriedade de que os candidatos ao diaconato, tanto permanente quanto aos que em seguida serão ordenados sacerdotes, recebam os ministérios de leitor e acólito como preparação para o futuro serviço da Palavra e do altar.

LEITOR

O leitor é instituído no serviço da mesa da Palavra, onde de forma oficial proclama as leituras das celebrações (exceto o Evangelho); a ele também é conferida a missão de organizar a catequese e orientar o povo e sua participação na assembleia.

“A fim de poder desempenhar estas tarefas com aptidão e perfeição sempre maiores, procure o leitor meditar com assiduidade a Sagrada Escritura. Consciente do ofício recebido, procure adquirir cada vez mais, por todos os meios oportunos, intenso amor e conhecimento da Sagrada Escritura, de modo a tornar-se discípulo mais perfeito do Senhor”, sublinhou São Paulo VI, na carta apostólica por meio da qual reformou os ministérios não ordenados.

No rito do leitorato, o candidato recebe o Lecionário ou Evangeliário enquanto o celebrante diz: “Recebe este livro da Sagrada Escritura e transmite com fidelidade a Palavra de Deus para que ela frutifique cada vez mais no coração das pessoas”.

ACÓLITO

O acólito é instituído para ajudar o diácono e para servir ao sacerdote nos atos litúrgicos, sobretudo na celebração da missa. Além disso, cabe-lhe auxiliar na distribuição da sagrada comunhão aos fiéis, como ministro extraordinário, todas as vezes que for necessário. Pode ser encarregado, ainda, em circunstâncias extraordinárias, de expor publicamente o Santíssimo Sacramento à adoração dos fiéis, e fazer depois a reposição. Não pode, porém, dar a bênção ao povo. Poderá também cuidar da formação dos demais servidores da liturgia e dos ministros extraordinários da Sagrada Comunhão.

“Destinado de modo particular ao serviço do altar, procure obter todas as noções relativas ao culto divino e compreender o seu significado íntimo e espiritual, de modo que se ofereça cada dia totalmente a Deus e possa, ao mesmo tempo, ser bom exemplo para todos pela sua atitude grave e respeitosa no templo sagrado. Por fim, com amor sincero, demonstre seu interesse pelo Corpo místico de Cristo ou povo de Deus, especialmente pelos fracos e pelos doentes”, enfatizou São Paulo VI na carta apostólica.

Ao ser instituído acólito, o candidato recebe a patena com a hóstia (ou a galheta com o vinho) que será consagrada na missa, enquanto o celebrante diz: “Recebe o pão (vinho) para a celebração da Eucaristia e procede de tal modo que possas servir dignamente à mesa do Senhor e da Igreja”.

(Colaboraram: Dyego Luiz e Willians Gama)

guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
Veja todos os comentários