“Todos nós, somos um povo sacerdotal, esta é a Igreja de Jesus Cristo e, por isso, hoje nós queremos agradecer a Deus pela perseverança de vocês, pelo trabalho que fazem e pelo testemunho que dão como homens e mulheres de Igreja, como homens e mulheres da Igreja que testemunham Jesus Cristo”.
Assim, Dom Cícero Alves de França, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Belém, agradeceu o trabalho dos leigos e leigas presentes nas paróquias e comunidades da Região Belém, na missa que reuniu cerca de 2,5 mil fiéis, na tarde do sábado, 23, no Colégio Nossa Senhora de Lourdes, na Vila Regente Feijó.
A missa, celebrada na liturgia da Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, também foi ocasião também para comemorar o Dia Nacional do Leigo e se realizar a investidura de cerca de 400 novos ministros extraordinários da Sagrada Comunhão Eucarística e a renovação do mandato de outros 300 ministros. Participaram cerca de 50 padres e diáconos, além de seminaristas e religiosos consagrados.
QUEM É JESUS PARA NÓS
Na homilia, Dom Cícero ressaltou que celebrar a Solenidade de Cristo Rei não é celebrar um rei nos moldes humanos. Recordando o Evangelho no qual Jesus dialoga com Pilatos, o Prelado afirmou que este diálogo é comovente e, que “nós percebermos há uma nuância muito interessante, a gente acha, em uma primeira olhada, que quem conduz o diálogo é Pilatos, mas quem o conduz é o próprio Senhor, é Jesus, é Ele quem conduz esta conversa, se assim podemos dizer, entre Ele e Pilatos. E a conversa dos dois, o diálogo dos dois, é marcado por perguntas”.
Dom Cícero afirmou que as perguntas, nos evangelhos, trazem tesouros. “João nos apresenta claramente que Jesus se utiliza da pedagogia da pergunta. Muito mais do que as respostas, mais importantes são as perguntas, por isso ao celebrarmos a festa de Cristo Rei, nós queremos também nos deixarmos atingir pelas perguntas de Jesus.”
O Prelado salientou que a pergunta que se deve fazer na solenidade de Cristo Rei é “quem é Jesus para nós? Quem é este que hoje celebramos como o Rei de nossas vidas, como o Senhor da nossa história, com o aquele único que nos pode salvar?”
“Muito mais do que as respostas, nós precisamos viver as perguntas, porque as perguntas nos trazem tesouros. Assim irmãos e irmãs, ao celebrarmos esta bonita festa de Jesus, Rei do Universo, Rei da nossa vida, Rei da nossa história, nós queremos, como caçadores de tesouros, buscarmos sempre mais a sua graça buscarmos sempre mais, isto é, nós como discípulos e discípulas de Jesus devemos ser inquietos, não podemos nos acomodar. Nós somos estes que estamos sempre buscando tesouros isto é, sempre atingidos pelas perguntas que o Evangelho nos faz”, exortou.
SERVIÇO E EUCARISTIA
Ao falar sobre a Eucaristia e o Ministério Extraordinário, Dom Cícero salientou que a Eucaristia é o alimento que dá alegria e faz reviver, e que deve impulsionar os fiéis a caminharem.
“Não importa a mão que distribui a Eucaristia, importa quem recebemos. Portanto, de vossas mãos, calejadas e marcadas muitas vezes pelo sofrimento, pelas dificuldades da vida, Deus vos escolheu, para que, em vossas mãos, Ele possa ser alimento. O mais importante não somos nós, mas Ele. Nós somos instrumentos, somos meios, nunca o fim.”, afirmou, exortando os ministros a serem como São João Batista que indicou o Salvador aos seus discípulos.
O Prelado também destacou que comungar é assumir o compromisso de se tornar como que uma espécie de “eucaristia ambulante”, e exortou os fiéis a serem, para o mundo, um sinal forte e eloquente da presença de Jesus.
“Sejam transparentes, para que em vossas vidas Jesus possa ser reconhecido, amado e seguido. Por isso, o ministro, seja o ministro ordinário, seja o ministro extraordinário, seja todos nós, como discípulos e discípulas de Jesus, nós temos esse compromisso moral de sermos esta Eucaristia ambulante, esta Eucaristia onde cada irmão, cada irmã, pode tocar, pode sentir e, consequentemente, pode reviver e celebrar”.
VALORES CRISTÃOS
Ao concluir a homilia, Dom Cícero ressaltou que celebrar a Solenidade de Cristo Rei é celebrar a certeza de que Deus venceu a morte, de que Ele saiu vitorioso da cruz e que a cruz não tem mais a última palavra.
O Bispo salientou que o mundo e a sociedade precisam ser transformados pelos valores cristãos. “Como a sociedade em que vivemos precisa ser cristianizada, nós vivemos em uma sociedade que se diz cristã, mas onde estão os valores cristãos? Participar da mesa da Eucaristia é assumir um compromisso com a vida, assumir um compromisso com aqueles que pouco ou nada tem. Sejam homens e mulheres da caridade, nunca fechem aos olhos aos pobres, aos pequenos e aos que sofrem. Como ‘eucaristias ambulantes’, não podemos cerrar os ouvidos aos tantos cegos bartimeus, que gritam ‘Filho de Davi, tem piedade de mim’”, concluiu, exortando os fiéis a serem servidores e enamorados de Jesus.
Após a homilia, Dom Cícero, juntamente com os padres, realizou o rito de investidura dos novos ministros e renovando o propósito de levarem a Eucaristia aos doentes e administrar o Viático.
Por Fernando Arthur
Colaboração especial para a Região Episcopal Belém
