‘Somos introduzidos no Santuário de Deus por Jesus Cristo, sumo e eterno sacerdote’

(Foto: Bruno Melo)

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, presidiu a missa na manhã desta quinta-feira, 28, na capela de sua residência, transmitida pela rádio 9 de julho e pelas mídias digitais da Arquidiocese.

Nesta data, a Igreja celebra a memória litúrgica de Santo Tomás de Aquino, presbítero de doutor da Igreja.

Tomás nasceu por volta do ano 1225, da família dos Condes de Aquino. Inicialmente, estudou no mosteiro de Monte Cassino e depois em Nápoles, na Itália. Ingressou na Ordem dos Frades Pregadores (Dominicanos) e completou os estudos em Paris, na França e em Colônia, na Alemanha, tendo tido como professor Santo Alberto Magno. Escreveu muitas obras de grande erudição, e, como professor, lecionou disciplinas filosóficas e teológicas, o que lhe valeu grande reputação. Morreu nas proximidades de Terracina, na Itália, em 7 de março de 1274. Sua memória é celebrada a 28 de janeiro, data em que seu corpo foi trasladado para Toulouse (França), em 1369.

Teólogo e místico

Na homilia, Dom Odilo destacou que Santo Tomás foi um teólogo e um místico que procurou aprofundar o significado da palavra de Deus, unindo a Teologia com a oração.

“Na Igreja, a Teologia é a ajuda importante para a compreensão da fé, daquilo que cremos e que a Palavra de Deus nos revela, do patrimônio da pregação da Igreja desde os apóstolos. Naturalmente, isso não se faz apenas com a cabeça, crendo compreendemos mais e, assim, podemos crer melhor”, explicou o Cardeal.

Brilhe a luz de Deus

No Evangelho do Dia (Mc 4,21-25), Jesus diz à multidão: “Quem é que traz uma lâmpada para colocá-la debaixo de um caixote, ou debaixo da cama? Ao contrário, não a põe num candeeiro? Assim, tudo o que está escondido deverá tornar-se manifesto, e tudo o que está em segredo deverá ser descoberto”.

Ao comentar esse trecho, o Arcebispo ressaltou que a recomendação de Jesus é para que os cristãos não escondam suas boas obras. No entanto, dom Odilo sublinhou que essas palavras não podem ser confundidas com outra recomendação dada por Cristo para que se pratiquem as obras diante dos outros para serem vistos e elogiados. “É preciso praticar as boas obras para que elas brilhem como a luz e, assim, manifestem o Evangelho e a glória de Deus”, afirmou.

Povo sacerdotal

O Arcebispo também comentou a primeira leitura (Hb 10,19-25), que continua a reflexão sobre o novo sacerdócio instituído em Jesus Cristo na nova aliança dá aos cristãos a plena liberdade para entrarem no santuário de Deus com ele.  

“A Teologia nos ensina que toda a Igreja é um povo sacerdotal, que também se oferece a Deus e se apresenta diante do Santuário, por meio de Jesus que no introduz com ele no Santuário”, salientou Dom Odilo, acrescentando que, como o texto diz, Cristo “abriu um caminho novo e vivo, através da cortina, quer dizer, através da sua humanidade”.

O Cardeal Scherer também chamou a atenção para outro trecho da Carta aos Hebreus que exorta os fiéis a não abandonarem as assembleias e procurem animar-se mutuamente. “Precisamos muito dizer isso também hoje, quando há tantos católicos que abandonaram a assembleia, a comunidade da Igreja que se reúne para celebrar, viver e testemunhar a sua fé”.

“Busquemos, portanto, de todo coração, também nós, aprofundar a nossa fé em Jesus Cristo, sumo e eterno sacerdote, lembrando em cada Eucaristia que celebramos, que é com ele que somos introduzidos diante de Deus”, concluiu o Arcebispo.

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