Missa em ação de graças pelo aniversário natalício do Arcebispo de São Paulo foi realizada no sábado, 21, na Catedral da Sé
Uma celebração para render graças a Deus pelo dom da vida e para recordar uma longa trajetória a serviço da Igreja. Foi assim a missa pelos 75 anos de vida do Cardeal Odilo Pedro Scherer, presidida pelo próprio jubilando na tarde do sábado, 21, na Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Assunção.
“É sempre muito bom podermos dar graças a Deus pela vida. Que belo dom é este da vida que podemos usufruir”, comentou Dom Odilo ao saudar a todos no começo da missa, que teve como concelebrantes cinco bispos auxiliares da Arquidiocese – Dom Carlos Silva, OFMCap; Dom Ângelo Mezzari, RCJ; Dom Carlos Lema Garcia; Dom Rogério Augusto das Neves; e Dom Cícero Alves de França – e os bispos das dioceses paulistas de São Carlos (Dom Luiz Carlos Dias), Campo Limpo (Dom Valdir José de Castro, SSP), São Miguel Paulista (Dom Algacir Munhak, CS) e Santo André (Dom Pedro Carlos Cipolini). Também houve a presença de Dom Damaskinos Mansour, Arcebispo Ortodoxo Antioquino, e de autoridades e representantes da direção de instituições de ensino superior católicas.
RECORDANDO A TRAJETÓRIA
“Nascido em Cerro Largo (RS) em 1949, Dom Odilo passou a maior parte da infância e juventude em Toledo (PR), onde foi ordenado sacerdote em 1976. Nomeado Bispo Auxiliar de São Paulo em novembro de 2001 por São João Paulo II, ele recebeu a ordenação episcopal em fevereiro de 2002, pela imposição das mãos do Cardeal Cláudio Hummes. Em 2007, foi nomeado Arcebispo de São Paulo pelo Papa Bento XVI, tomando posse do ofício em 29 de abril daquele ano.
“As recordações vêm pelo tempo já vivido, 75 anos! Não é pouco, mas estou me sentindo como se não tivesse 75 anos”, assegurou Cardeal Scherer no começo da homilia.
Dom Odilo rememorou diferentes fases de sua vida: a infância, vivida de modo amoroso e fraterno em família; a juventude, no seminário em Curitiba (PR) – “um tempo precioso que me deu uma base bonita e segura”; os primeiros anos como padre na Diocese de Toledo (PR); o tempo de estudos de mestrado e doutorado em Roma; o regresso ao Brasil, com responsabilidades na formação dos sacerdotes na Província Eclesiástica de Cascavel (PR); a volta a Roma para trabalhar no Dicastério para os Bispos; a ordenação episcopal, em fevereiro de 2002, e o ofício de Bispo Auxiliar de São Paulo; bem como o período como Secretário-geral da CNBB, entre 2003 e 2007; e, finalmente, Arcebispo de São Paulo e Cardeal da Igreja, a partir de 2007.
GRATIDÃO A DEUS
“Por tudo isso, hoje agradeço a Deus por ter me dado esta graça, esta oportunidade, que não é mérito meu, mas é chamado de Deus, é missão”, afirmou, fazendo menção a todos que o têm ajudado a assumir as missões na Igreja, de modo especial os padres, religiosos, bispos auxiliares e leigos que com ele colaboram, bem como os seus familiares.
“Eu só tenho a dizer que tudo é dom, tudo é graça de Deus, e a gente não é ninguém se não olha para todas as pessoas que caminham conosco, que fazem parte da nossa vida. Deus coloca tantas pessoas ao nosso lado, no nosso caminho. Com elas, nós nos alegramos, às vezes choramos, realizamos, sonhamos e vamos caminhando”, destacou.
Recordando a celebração da festa de São Mateus, em 21 de setembro, Dom Odilo disse que este apóstolo tudo deixou para seguir a Jesus e que em sua casa Cristo esteve próximo e ceou com aqueles que eram considerados pecadores.
“Que o exemplo de Jesus, o exemplo de Mateus, nos ensine o que é mais importante: realizar, de fato, a missão, ajudar as pessoas a se encontrarem com Deus e, assim, ter uma vida nova”, exortou.
HOMENAGENS
Ao final da missa, Dom Odilo foi homenageado em mensagens lidas por representantes dos bispos auxiliares, do clero e dos leigos.
“Nós, bispos auxiliares, somos privilegiados por estes anos de trabalho ao seu lado e agradecemos a providência de Deus por esta oportunidade”, disse Dom Carlos Lema Garcia, Bispo Auxiliar da Arquidiocese e Vigário Episcopal para a Educação e a Universidade. “Conte conosco para a implementação das propostas do sínodo arquidiocesano”, assegurou.
Falando em nome do clero arquidiocesano, o Cônego José Bizon rendeu graças a Deus pela vida do Arcebispo Metropolitano. “Que Deus continue lhe concedendo muita saúde, sabedoria e graças”, manifestou, agradecendo a Dom Odilo pelo fecundo ministério episcopal na Arquidiocese, pelo qual a todos encoraja “na missão de ser seguidores de Jesus de Nazaré, sendo sal e luz do mundo, por meio do nosso testemunho e da ação de Deus que habita esta cidade”.
Representando o laicato, o jornalista Fernando Geronazzo, assessor de imprensa da Arquidiocese, recordou passagens de Dom Odilo nestes 22 anos de episcopado, vivenciados especialmente na maior metrópole do País. “O senhor não teve medo ao chegar, não demorou muito para se inserir na cidade. Tornou-se um paulistano, acompanhando muito de perto esta cidade que não para”, comentou.
Ao término dos discursos, os fiéis e clérigos presentes à Catedral cantaram, em coro, o “Parabéns a você” ao jubilando, que recebeu flores de um grupo de crianças assistidas por projetos da Pastoral do Menor e foi presenteado com um quadro com sua imagem sobreposta à da Catedral da Sé, de autoria do artista Alison de Sando Manzoni.
‘COMPLETOU 75 ANOS, E AGORA?’
Antes da bênção final, o Arcebispo brincou sobre esta pergunta que ele tem respondido nas últimas semanas: “Depois virão os 76, 77 anos…”, comentou. Ele contextualizou que é com esta idade que os bispos, conforme prescrito pelo Código de Direito Canônico (Cân 401 e 402), devem apresentar o pedido de renúncia do ofício ao Papa, a quem compete aceitar ou não o pedido.
“Já estou escrevendo a minha carta de renúncia e vou apresentá-la ao Papa, mas enquanto ele não decidir continua tudo como está. A vida segue”, concluiu.
HOMENAGEADO NA BASÍLICA NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO E SANTA EFIGÊNIA
No domingo, 22, os fiéis da Basílica Nossa Senhora da Conceição e Santa Efigênia, por meio do Padre João Paulo Rizek, Pároco e Reitor, comemoraram o dia de sua copadroeira, Santa Efigênia. Pela manhã, aconteceu uma procissão pelas ruas próximas à igreja, e à tarde, a missa solene, após a qual ocorreu um concerto em homenagem ao Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, que no dia anterior completara 75 anos de vida. O concerto foi realizado pelo grêmio estudantil do Theatro Municipal, que executou interpretações de peças eruditas de vários períodos históricos e estilos, como árias de óperas e composições sacras.
