Estreia na TV Cultura nesta quarta-feira, 18, o documentário “Arsenal da Esperança”, que traça uma jornada acerca da simbólica construção que fica no bairro da Mooca, que nasceu como Hospedaria de Imigrantes, sendo casa para imigrantes há mais de um século e hoje acolhendo homens em vulnerabilidade social.
Em destaque estão, ainda, os 150 anos da imigração italiana no Brasil, completos em 2024, além dos impactos histórico-sociais desta nação no país. A atração vai ao ar às 20h30.
Repleta de entrevistas, documentos históricos, depoimentos e análises sociológicas, a obra permite compreender as motivações e expectativas italianas em sua vinda ao país, como essa chegada influencia a construção da hospedaria, bem como a forma que os imigrantes se alocaram em São Paulo.
Para isso, coordenadores e acolhidos do Arsenal compartilham relatos, além das de descendentes de italianos, que mantêm até hoje a história de seus antepassados viva.
A produção tem início traçando um panorama histórico sobre a chegada dos italianos no início do século XX, fala sobre a formação de colônias espalhadas pelo interior do estado e a mão de obra nas fábricas, a exemplo das indústrias Matarazzo e Cotonifício Crespi. Em seguida, o documentário destaca os diferentes usos que o espaço teve ao longo dos anos: foi também hospital, presídio e até escola de aviação, chegando aos dias de hoje, em que é o Arsenal da Esperança.
Sermig – Arsenal da Esperança
Atualmente, a robusta construção é gerida por italianos missionários que fazem parte do Sermig (Servizio Missionario Giovani / Serviço Missionário Jovem) e, com o apoio da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social da Prefeitura de São Paulo, acolhe diariamente 1.200 homens em situação de vulnerabilidade social.
Lá, oferecem dormitórios limpos, comida de qualidade, banho quente, acompanhamento médico e psicológico, lazer e apoio educacional e profissionalizante. A atração acompanha a rotina e conta com relatos dos três padres italianos que coordenam o local. Padre Simone Bernardi, um deles, diz que o Arsenal é uma grande mãe e, por isso, também é um grande abraço, um lugar onde todos são tratados com dignidade e respeito. Ele ainda defende que a vida pode – e deve – se regenerar por meio da cultura, da educação e do trabalho, e a missão do Arsenal é apontar esses caminhos a cada um que passa por ali.
Dentre as histórias contadas, há conversas com acolhidos na casa, idosos e ex-acolhidos que tiveram suas vidas transformadas e hoje são colaboradores da instituição ou encontraram um novo caminho para a própria vida. Uma dessas pessoas descobriu sua habilidade para a escrita ao participar de um concurso de poesias, e como prêmio teve seu conto publicado em um livro durante a pandemia.
Assim, o documentário – dirigido por Leandro Fernandez, com roteiro e pesquisa de Camila Coimbra e produção de Eneida Barbosa, Caroline Figueiredo e Kátia Gomes – busca apresentar experiências de migração de sucesso que demonstra como esse fenômeno pode se tornar um elemento de enriquecimento e desenvolvimento pelo país que recebe, da mesma forma como é uma oportunidade de resgate de indivíduos.
Fonte: TV Cultura