Unifai oferece curso gratuito sobre apadrinhamento afetivo

A iniciativa é uma parceria com a Vara da Infância e Juventude do TJSP e acontece semestralmente

Por Ana Carolina Milagres

Unifai/Divulgação

Segundo dados do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), no Brasil, existem quase 34 mil crianças e adolescentes abrigados em serviços de acolhimento institucional.

Com o objetivo de resgatar o direito de convivência familiar e comunitária de crianças e adolescentes acolhidos, com remotas perspectivas de adoção ou retorno à família de origem, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) regulamentou o Programa de Apadrinhamento Afetivo.

Entendendo sua importância para milhares de crianças e adolescentes, e alinhado ao compromisso social do Centro Universitário Assunção, o Unifai, em parceria com a Vara da Infância e Juventude do Jabaquara, em São Paulo, contribui para capacitar e selecionar semestralmente candidatos ao programa.

O programa tem como objetivo preparar, por meio de um processo formativo e seletivo, as pessoas que queiram apadrinhar esses jovens. Além disso, a ideia é que a formação também possibilite o contato entre os interessados com as instituições de acolhimento (Saicas). Assim, são oferecidas diversas possibilidades de contribuição para o pleno desenvolvimento dessas crianças e adolescentes.

Os interessados em participar do programa devem primeiramente preencher um formulário disponível no site oficial do Centro Universitário Assunção, na aba “Serviços”. Após a inscrição, os participantes começam a sua capacitação, ministrada gratuitamente pelos professores dos cursos de Serviço Social, Pedagogia e Direito do Unifai.

ETAPAS DE FORMAÇÃO

A capacitação começa pela contextualização do programa e as peculiaridades das crianças e adolescentes institucionalizados. Depois, os candidatos passam por orientação jurídica, que tem como finalidade definir os objetivos legais do programa e trazer segurança aos interessados na decisão de participar. O próximo passo é a orientação pedagógica, que tem como objetivo apresentar as diferentes fases da criança e do adolescente, com ênfase, sobretudo, na importância da sensação de pertencimento do apadrinhado em relação à sociedade e aos diferentes grupos.

A conclusão da capacitação conta com um professor do curso de Serviço Social. Nesse momento, o objetivo é preparar os interessados para as próximas etapas.

LAÇOS DE AMIZADE ENTRE PADRINHOS E AFILHADOS

Para os professores que ministram cada fase do curso, o projeto vai muito além da atuação de cada um como docente, como explica a Profa. Dra. Karen Ambra, reitora do Unifai.

“Eu me sinto visceralmente ligada a um propósito: de promover a capacitação para candidatos a padrinhos, que podem fazer uma diferença enorme na vida de crianças e adolescentes, moradores de abrigos e com mínimas chances de adoção. Nestes anos de existência do projeto, foi possível obter as respostas que motivam a continuidade deste trabalho extensionista. Há várias histórias de sucesso e de ganhos para padrinhos e afilhados, uma vez que se trata de uma via de mão dupla e não de caridade ou doação”.

Após a capacitação, os candidatos passam por uma avaliação social e psicológica, para, então, terem a oportunidade, por meio de visitas e contatos sistemáticos, de acompanhar de perto a vida de seus(suas) afilhados(as).

Também é possível participar de atividades fora do serviço de acolhimento, como passeios, férias, datas e momentos importantes de suas vidas. A ideia é que assim, essas crianças e adolescentes tenham a oportunidade de criar laços com seus padrinhos e madrinhas, que se dispõem a estabelecer uma relação socioafetiva.

Hoje, a maior necessidade é encontrar pessoas dispostas a apadrinhar adolescentes que atingirão a maioridade na instituição de acolhimento e precisam de uma referência que os ajude no alcance de sua autonomia para a vida adulta.

Além do Apadrinhamento Afetivo, o Tribunal de Justiça de São Paulo também regulamentou o programa Apadrinhamento Financeiro, que consiste em uma contribuição econômica para atender às necessidades de uma criança ou adolescente. Nesse caso, não há a necessidade de existir um vínculo afetivo.

Interessados podem entrar em contato em https://www.unifai.edu.br/home. A próxima capacitação está prevista para o final de agosto.

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