Quando alguém se propõe a escutar a Palavra de Deus, será “atraído a Deus e enviado aos outros”. Assim resumiu o Papa Francisco, em sua homilia no domingo, 21, o terceiro do Tempo Comum, dedicado a uma meditação mais atenta dos textos sagrados. O “dinamismo” da Palavra de Deus, disse ele, “não nos deixa fechados em nós mesmos, mas dilata o coração, faz inverter a rota, arrebata os hábitos, abre novos cenários, revela horizontes impensados”.
Francisco convidou todos a colocarem a Palavra no centro de sua vida pessoal e comunitária. Durante a celebração, na Basílica de São Pedro, à qual compareceram 50 mil pessoas, ele também instituiu os ministérios de catequista a nove pessoas leigas e o ministério de leitor a duas mulheres. De acordo com o Vaticano, são fiéis do Brasil, da Bolívia, da Coreia do Sul, do Chade, da Alemanha e da Índia.
Após a instituição dos ministérios, Francisco presenteou-os com uma Bíblia e uma cruz, símbolos do mandato de proclamar e anunciar a Palavra. Da mesma forma que Cristo chamou os primeiros discípulos e os enviou para anunciar sua Palavra, também os textos bíblicos têm essa força nos dias de hoje, disse ele.
ESCUTA E TESTEMUNHO
“A Palavra suscita a chamada de Jesus. Ele nos chama a fazer encontro com os outros. Suscita a missão, nos faz mensageiros e testemunhas de Deus num mundo cheio de palavras, mas sedento daquela Palavra, com maiúscula, que às vezes ignora”, declarou. “A Igreja vive deste dinamismo: é chamada por Cristo, atraída por Ele, e é enviada ao mundo para dar testemunho dele. Esse é o dinamismo na Igreja”, disse o Pontífice. É preciso dedicar um espaço da casa para a leitura meditada da Palavra de Deus, sinalizou o Papa. E carregar consigo, seja no celular, seja em um pequeno livro, textos do Evangelho. “Se Cristo é mais querido para mim do que qualquer outra realidade, como posso deixá-lo em casa?”
É preciso ler os Evangelhos do começo ao fim, comentou Francisco. “Deixemos nos conquistar pela beleza que a Palavra de Deus traz à vida.” Temos que fazer um esforço para não permitir que a Palavra “entre por um ouvido e saia pelo outro”, insistiu o Papa. Em vez disso, é preciso ouvi-la e meditá- la para poder testemunhá-la. “Nós ouvimos a Palavras mas não rezamos sobre ela. Não esqueçamos as duas dimensões fundamentais da oração cristã: a escuta da Palavra e a adoração do Senhor. Demos espaço à Palavra de Jesus, à Palavra de Jesus rezada, e acontecerá conosco como aos primeiros discípulos”, afirmou
