Ceama e Repam encontram o Papa: convite a novos caminhos para a Igreja na Amazônia

O cardeal peruano Pedro Barreto, Presidente da Conferência Eclesial Amazônica, junto com os outros membros dos dois organismos, foram recebidos na manhã da segunda-feira, 3, pelo Papa Francisco, com quem compartilharam os frutos do caminho sinodal amazônico: “estamos vivendo um kairos eclesial”.

Vatican Media

“A Amazônia reconhece o Papa Francisco como o ‘avô’. É assim que eles o chamam, o avô, e para os povos nativos, o avô é a pessoa sábia, a pessoa que guia, a pessoa que não tem outro interesse a não ser poder servir e encorajar a vida”, explica o cardeal peruano Pedro Ricardo Barreto Jimeno, presidente da Conferência Eclesial Amazônica (Ceama), em entrevista à Rádio Vaticano – Vatican News, após seu encontro com o Pontífice na manhã da segunda-feira, 3. A audiência contou com a presença de membros da Ceama e da Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam).

CEAMA O FRUTO MADURO DO SÍNODO SOBRE A AMAZÔNIA

“Oferecemos ao Papa os progressos que fizemos nos últimos anos, após o Sínodo sobre a Região Pan-Amazônica que foi realizado há cinco anos, em 2019”, enfatizou Barreto, “e vimos como a Conferência Eclesial Amazônica seja um fruto maduro desse processo sinodal que se desenvolveu em toda a região”. Durante o encontro, os participantes puderam expressar ao Papa sua preocupação com o assassinato de defensores do meio ambiente e a exploração dos recursos naturais: “a mineração ilegal”, disseram eles, “torna a situação cada vez mais dramática, devido aos efeitos das mudanças climáticas”.

“NOSSA EXPERIÊNCIA SINODAL É UM MODELO PARA A IGREJA UNIVERSAL”

O presidente da Ceama conta que o Papa Francisco lhes agradeceu “pelo trabalho que a Igreja está fazendo no contexto vital da Amazônia e nos disse para continuar trabalhando juntos, comprometendo-nos para que a experiência sinodal na Amazônia se torne uma experiência modelo do que pode ser a vida na Igreja universal”. Estamos vivendo um kairos eclesial, continuou o cardeal peruano, “um momento propício para a renovação da Igreja na Amazônia e, a partir da Amazônia, também estamos oferecendo à Igreja universal um novo caminho, como foi solicitado no Sínodo da Amazônia: novos caminhos para a Igreja”.

O JUBILEU 2025 TAMBÉM ESTÁ LIGADO À ESPIRITUALIDADE SINODAL

Todos juntos, todos os batizados e batizadas “fazem parte do povo de Deus que está peregrinando na história com as consolações e carícias de Deus, mas também com as angústias e lágrimas de tantos irmãos e irmãs”, enfatiza o cardeal, olhando para o futuro do trabalho missionário e sinodal na Amazônia. E olhando para o Jubileu de 2025, o cardeal Barreto esclarece que “o Jubileu da Esperança também está intimamente ligado a essa espiritualidade sinodal. Já há um início de sinais de entusiasmo e esse entusiasmo está se transformando em esperança. Mas a esperança está sendo traduzida em ação, em ação comum”.

APRESENTAÇÃO DOS ATOS DO SÍNODO PAN-AMAZÔNICO NA FAO

Nesta, terça-feira, 4 de junho, no Centro Sheikh Zayed da sede da FAO em Roma, serão apresentados os Atos da Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Região Pan-Amazônica, intitulados “Novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”. E na sexta-feira, 7 de junho, a Pontifícia Universidade Gregoriana sediará uma conferência sobre o caminho sinodal da Igreja na Amazônia, promovida pela Repam e pelo Ceama.

Fonte: Vatican News

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