Francisco: Deus é nossa alegria: nada de ‘mediocridade’ 

Destacou o Papa, em missa à comunidade congolesa em Roma

Vatican Media

Cristo muda a vida e, portanto, o cristão não deve se contentar com uma vida na “mediocridade”, disse o Papa Francisco, no domingo, 3, durante missa celebrada com a comunidade congolesa em Roma. “O Reino está próximo. Ainda não foi alcançado, mas está perto de nós. Essa proximidade de Deus em Jesus é a fonte de nossa alegria”, afirmou. 

“Somos amados e jamais deixados sozinhos. A alegria, porém, nasce da proximidade de Deus, enquanto dá paz, não deixa em paz. Dá uma alegria especial”, declarou o Pontífice na celebração, que ocorre uma vez por ano na Basílica de São Pedro. A missa de rito congolês é uma adaptação daquela prevista no Missal Romano, com alguns aspectos típicos das comunidades católicas da República Democrática do Congo. 

“O Senhor nos muda a vida sempre”, disse o Papa. “É o que acontece com os discípulos no Evangelho. Para anunciarem a proximidade de Deus, vão para longe, vão em missão, pois quem acolhe Jesus deve imitá-lo, fazer como Ele fez, que deixou o céu para nos servir na terra, e sai de si mesmo.” 

A mediocridade, portanto, “é uma doença”, disse o Papa. Essa palavra, que significa viver de forma mediana, sem grandes aspirações, contradiz a proposta do Evangelho, avalia ele. Uma vida de oportunidades e conveniências não é aberta às “surpresas missionárias de Jesus”, que “deixa espaço ao Espírito Santo”, aos irmãos e à mensagem de Cristo. 

“O cristão é portador de paz, porque Cristo é a paz. Disso se reconhece se somos seus. Se, em vez disso, difundimos fofoca e suspeitas, criamos divisões, obstáculos à comunhão, colocamos nossa aparência diante de tudo, não agimos em nome de Jesus. Quem alimenta o rancor, incita ódio, se sobrepõe aos outros, não trabalha para Jesus, não leva a paz”, refletiu. 

EM VEZ DA PREGUIÇA, O MOVIMENTO INTERIOR 

Dias antes, na Solenidade de São Pedro e São Paulo, celebrada em 29 de junho, feriado em Roma, o Papa Francisco recordou que devemos trabalhar constantemente para superar nossas “resistências interiores” à mensagem de Cristo. “Às vezes, como Igreja, somos sobrecarregados pela preguiça e preferimos ficar sentados a contemplar as poucas coisas seguras que possuímos, em vez de nos levantar para colocar o olhar na direção de horizontes novos, do mar aberto”, disse. 

É preciso romper essas correntes, como Pedro na prisão, superar o medo das mudanças e dos hábitos consolidados, não cair na mediocridade, mas ser “sinal de vitalidade e criatividade” no mundo. 

Falando do caminho sinodal que vem sendo realizado atualmente em toda a Igreja, o Papa completou: “O Sínodo que estamos celebrando nos chama a nos tornarmos uma Igreja que se levanta em pé, não é fechada em si mesma, mas capaz de colocar seu olhar além, de sair das próprias prisões e ir ao encontro do mundo, com a coragem de abrir as portas”. 

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