Em carta, Vaticano incentiva retorno às celebrações onde for possível

Embora a pandemia de COVID-19 ainda não tenha terminado, é preciso retomar a normalidade da vida cristã, pois nada substitui a reunião presencial da comunidade cristã, defendeu o Cardeal Robert Sarah, em carta aprovada pelo Papa Francisco e enviada aos bispos de todo o mundo. Ele é Prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos e, portanto, o principal responsável por supervisionar e orientar as normas da Igreja sobre liturgias.

No texto distribuído às conferências episcopais, publicado no sábado, 12, o Cardeal diz que cabe aos bispos de cada lugar avaliar a viabilidade e a forma de retomada da celebração pública dos sacramentos.

“Assim que as circunstâncias permitam, é necessário e urgente voltar à normalidade da vida cristã, que tem o edifício igreja como casa e a celebração da liturgia, particularmente da Eucaristia”, afirma.

“A comunidade cristã nunca buscou o isolamento e nunca fez da Igreja uma cida de de portas fechadas. Formados pelo valor da vida comunitária e a busca do bem comum, os cristãos sempre buscaram a inserção na sociedade”, acrescentou.

‘MISSA ON- LINE’ COMO SOLUÇÃO TEMPORÁRIA

Além disso, o Cardeal observa que os meios de comunicação ajudaram muito na difusão das missas durante os dias de isolamento – e continuam a ajudar aqueles que não conseguem comparecer.

Entretanto, esclarece a carta, a missa transmitida pelos meios de comunicação, ou a chamada “missa on-line”, de fato nunca substitui a participação presencial.

“Nenhuma transmissão é equiparável à participação pessoal, nem pode substituí-la. Pelo contrário, essas transmissões, sozinhas, arriscam nos afastar de um encontro pessoal e íntimo com o Deus encarnado, que se entregou a nós não em modo virtual, mas, realmente, dizendo: ‘Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele’”, explica, citando o Evangelho segundo São João (6,56).

IDENTIFICAR OS RISCOS E OBEDECER ÀS NORMAS

Nesse sentido, é preciso identificar os riscos em cada realidade eclesial e “reduzir ao mínimo o contágio do vírus” para retomar a reunião da assembleia. Dessa forma, se redescobrirá “a insubstituível preciosidade e beleza da celebração”, diz o texto.

Segundo a carta do Cardeal, não se deve recorrer a “improvisadas experimentações rituais” na liturgia, mas respeitá-la conforme as orientações da Igreja, e sem criar ainda mais empecilhos para o acesso aos sacramentos além dos já existentes.

“Os bispos e as conferências episcopais podem dar normativas provisórias às quais se deve obedecer. A obediência cuida do tesouro confiado à Igreja. Essas medidas ditadas pelos bispos e conferências expiram quando a situação voltar à normalidade”, justificou.

A carta também pede aos bispos que incentivem a participação na Adoração Eucarística e outras formas de oração, conforme as possibilidades.

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