Em Chipre, Papa exorta cristãos a serem ‘luminosos’

Papa Francisco preside missa campal na capital de Chipre, durante viagem apostólica internacional (Foto: Vatican Media)

O Papa Francisco presidiu na manhã desta sexta-feira, 3, a primeira missa de sua viagem apostólica a Chipre e à Grécia.

A celebração aconteceu no estádio GSP de Nicósia, capital de Chipre, e reuniu cerca de 10 mil fiéis.

Na homilia, o Pontífice comentou o Evangelho proposto pela liturgia do dia, que narra a cura de Jesus a dois cegos, destacando dessa cena bíblica três passos significativos para o caminho do Advento.

O primeiro passo é “ir ter com Jesus para ser curado”. O Santo Padre explicou que os cegos perceberam que Jesus, na escuridão da história, é a luz que ilumina as noites do coração e do mundo, derrota as trevas e vence toda a cegueira.

“Como sabemos, também nós trazemos a cegueira no coração. Também nós, como os dois cegos, somos caminhantes muitas vezes imersos nas trevas da vida”, afirmou Francisco, acrescentando que Jesus também é o médico que cura e liberta de todo o mal.  

Sair do individualismo

O segundo passo indicado pelo Papa é “suportar, juntos, as feridas”. Ele recordou que, nesse texto bíblico, os cegos são dois que, juntos, dizem a Cristo: “tem piedade de nós”.

“Eis o sinal eloquente da vida cristã, eis o traço distintivo do espírito eclesial: pensar, falar, agir como um ‘nós’, saindo do individualismo e da pretensão de autossuficiência que fazem adoecer o coração”, frisou o Bispo de Roma.

Francisco salientou que o pecado desvirtua a realidade e faz com que as pessoas vejam Deus como “patrão” e os outros como problemas. Nesse sentido, o Sano Padre convidou todos a renovarem a fraternidade. “A cura se verifica quando carregamos juntos as feridas, quando enfrentamos juntos os problemas, quando nos ouvimos e conversamos. É a graça de viver em comunidade”, disse.

(Foto: Vatican Media)

Alegria do Evangelho

O terceiro passo é “anunciar o Evangelho com alegria”. O Papa lembrou que Jesus recomenda aos dois cegos curados a não contarem nada a ninguém. Eles, no entanto, não conseguem conter o entusiasmo.

“E aqui está outro sinal distintivo do cristão: a alegria do Evangelho, que é irreprimível”, afirmou Francisco, acrescentando que isso “não se trata de proselitismo, mas de testemunho; nem de um moralismo que condena, mas de misericórdia que abraça; nem de culto exterior, mas de amor vivido”.

O Pontífice enfatizou que há necessidade de cristãos iluminados que, sobretudo, sejam luminosos, que toquem com ternura a cegueira dos irmãos. “Cristãos que plantem rebentos de Evangelho nos campos áridos da vida quotidiana, levem carícias às solidões do sofrimento e da pobreza”, afirmou. 

Por fim, Francisco concluiu convidando todos a renovar a confiança no Senhor, que passa também pelas estradas de Chipre e, juntos, invocar: “Vem, Senhor Jesus!

Viagem

No programa de atividades do Santo Padre nesta sexta-feira também contou com uma visita ao Arcebispo ortodoxo de Chipre, Chrysostomos II, e um encontro com o Santo Sínodo da Igreja Ortodoxa no país. O último compromisso do dia será uma oração ecumênica com os migrantes.

Essa é a 35ª viagem apostólica internacional, iniciada na quinta-feira, 2 e que segue até a próxima segunda-feira, 6, com um itinerário marcado por grandes temas, em particular, os da unidade dos cristãos e o acolhimento dos migrantes. Além de Nicósia, o Pontífice visitará Atenas e Mytilene-Lesbos.  

(Com informações de Vatican News)

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