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A intensificação dos sintomas de uma bronquite, com consequentes dificuldades para respirar, levaram à internação do Papa Francisco no Hospital Policlínico Agostino Gemelli, em Roma, na sexta-feira, 14.
Exames posteriores revelaram que o Pontífice, de 88 anos, está com uma infecção polimicrobiana do trato respiratório, uma condição que ocorre – conforme a literatura médica – quando mais de um microrganismo (vírus, bactéria ou fungo) afeta o sistema respiratório. Na terça-feira, 18, uma tomografia computadorizada do tórax indicou o aparecimento de uma pneumonia, o que passou a exigir um tratamento medicamentoso adicional.
Os mais recentes boletins divulgados pela Sala de Imprensa da Santa Sé apontam para um “tratamento terapêutico mais complexo”, que exige uma “internação hospitalar adequada”, mas que o Pontífice “está de bom humor”. Ainda não há previsão de alta hospitalar.
Esta é a quarta vez que Francisco é internado no hospital romano. As anteriores foram em junho de 2021, para uma cirurgia programada devido a uma estenose diverticular sintomática do cólon; em junho de 2023, para uma cirurgia de “laparotomia e reconstrução da parede abdominal”; e em março de 2023, para exames médicos.
GRATIDÃO PELAS MENSAGENS DE CARINHO
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No hospital, o Papa busca manter uma rotina em meio à orientação médica para que repouse. “Esta manhã, ele recebeu a Eucaristia e depois se dedicou a algumas atividades de trabalho e à leitura de textos”, informou a Santa Sé na segunda-feira, 17.
Francisco tem recebido centenas de mensagens com votos de pronta recuperação, além de desenhos e bilhetes. Alguns deles foram enviados por crianças internadas no mesmo hospital, especialmente aquelas do setor de oncologia.
“O Papa Francisco está comovido com as numerosas mensagens de afeto e proximidade que continua recebendo nestas horas; em particular, deseja agradecer àqueles que estão atualmente hospitalizados pelo carinho e amor que expressam por meio de desenhos e mensagens de pronta recuperação; reza pelos doentes e pede orações por ele”, consta em um dos comunicados da última segunda-feira.
Em razão de sua condição clínica, o Papa não rezou a oração do Angelus no domingo, 16, nem esteve nas atividades que participaria no Jubileu dos Artistas e do Mundo da Cultura, realizado no Vaticano, mas na sua tradicional mensagem dominical, enviada por escrito, ele enalteceu o Dicastério para a Cultura e a Educação “pela preparação desse evento, que nos lembra a importância da arte como linguagem universal que difunde a beleza e une os povos, ajudando a trazer harmonia ao mundo e a silenciar todo grito de guerra”.
No mesmo texto, o Pontífice agradeceu a todos “pelo carinho, a oração e a proximidade com que me acompanhais nestes dias, assim como gostaria de agradecer aos médicos e profissionais de saúde deste hospital por seus cuidados: eles fazem um trabalho precioso e tão cansativo, vamos apoiá-los com a oração!”.
Entre as mensagens que recebeu está a enviada pela presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em agradecimento à audiência com o Pontífice no último dia 6: “Em nossas comunidades espalhadas por todo o Brasil, o povo de Deus une-se em orações fervorosas, suplicando ao Senhor que lhe conceda saúde renovada e forças para continuar sua missão apostólica. Que Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, interceda junto a seu Filho pela sua pronta restauração”.
No programa Encontro com o Pastor, na rádio 9 de Julho, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, exortou os fiéis: “Continuemos a rezar pela saúde do Papa Francisco e por sua recuperação. Rezemos com muita fé, pedindo a Deus e, também, pedindo a intercessão de Nossa Senhora Aparecida, para que o Papa Francisco possa se recuperar e continuar a sua bela missão diante da Igreja e de toda a humanidade”.
MUDANÇAS NA AGENDA DE COMPROMISSOS
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Ainda sem previsão de alta médica, todos os compromissos com a presença do Papa no sábado, 22, foram adiados. Já a missa no domingo, 23, por ocasião do Jubileu dos Diáconos, que seria presidida pelo Pontífice, estará sob a presidência de Dom Rino Fisichella, Pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização.
Mesmo internado, Francisco telefonou na noite do domingo, 16, ao Padre Gabriel Romanelli, Pároco da Paróquia da Sagrada Família, em Gaza, como tem feito nas últimas semanas, para deixar uma palavra de esperança aos refugiados de guerra. “Ele nos perguntou como estávamos, como estava a situação e nos enviou sua bênção. Escutamos sua voz, está mais cansado, mas ele mesmo disse: ‘Tenho que me cuidar’. Porém, sua voz era clara, e nos escutava bem”, disse o Sacerdote em entrevista às mídias do Vaticano.
(Com informações de Vatican News)