No Angelus do domingo, 24, o Papa lembrou que as palavras de Jesus ‘servem, antes de mais nada, para abalar a presunção daqueles que pensam que já estão salvos, daqueles que praticam a religião e, por isso, se sentem tranquilos’

“Ao mesmo tempo que nós, às vezes, julgamos quem está longe da fé, Jesus põe em crise “a segurança dos crentes”. Foi o que destacou o Papa Leão XIV ao introduzir o Angelus do domingo, 24, e comentar a imagem do Evangelho da “porta estreita”, usada por Jesus para responder a alguém que lhe perguntou se são poucos os que se salvam.
“Com efeito, diz-nos que não basta professar a fé com palavras, comer e beber com Ele celebrando a Eucaristia ou conhecer bem os ensinamentos cristãos. A nossa fé é autêntica quando envolve toda a nossa vida, quando se torna um critério para as nossas escolhas, quando nos torna mulheres e homens que se comprometem com o bem e apostam no amor, tal como fez Jesus”.
O Senhor não quer, certamente, desanimar-nos, disse o Papa. “As suas palavras servem, antes de mais nada, para abalar a presunção daqueles que pensam que já estão salvos, daqueles que praticam a religião e, por isso, se sentem tranquilos. Na realidade, eles não compreenderam que não basta realizar atos religiosos se estes não transformam o coração: o Senhor não quer um culto separado da vida e não lhe são agradáveis sacrifícios e orações que não nos levam a viver o amor aos irmãos e a praticar a justiça”.
Recordando que Jesus “não escolheu o caminho fácil do sucesso ou do poder”, mas, para nos salvar, atravessou a “porta estreita” da Cruz, o Papa salientou que Jesus é “a medida da nossa fé”, “a porta que devemos atravessar para sermos salvos, vivendo o seu mesmo amor e tornando-nos, com a nossa vida, agentes de justiça e paz”.
“Às vezes, isso significa fazer escolhas difíceis e impopulares, lutar contra o próprio egoísmo e gastar-se pelos outros, perseverar no bem onde parece prevalecer a lógica do mal, e assim por diante”. Mas – continuou –, ao ultrapassar esse limiar, descobriremos que a vida se abre diante de nós de uma maneira nova e, desde já, entraremos no espaçoso coração de Deus e na alegria da festa eterna que Ele preparou para nós”.
O Santo Padre exortou os fiéis a invocar a Virgem Maria “para que nos ajude a atravessar com coragem a ‘porta estreita’ do Evangelho, de modo que possamos abrir-nos com alegria à largura do amor de Deus Pai”.
Orações pela Ucrânia e por Cabo Delgado, em Moçambique

Após a oração mariana do Angelus, o Papa Leão XIV demonstrou a sua proximidade ao povo de Cabo Delgado, em Moçambique, vítima de uma situação de insegurança e violência que continua a causar mortes e deslocamentos.
“Ao pedir-lhes que não se esqueçam desses nossos irmãos e irmãs, convido-os a rezar por eles e expresso minha esperança de que os esforços dos líderes do país tenham sucesso em restaurar a segurança e a paz naquele território”.
Em seguida o Santo Padre recordou que na sexta-feira, 22 de agosto, “acompanhamos com as nossas orações e jejum os nossos irmãos e irmãs que sofrem por causa das guerras”.
E o seu pensamento foi ao povo ucraniano: “Hoje, unimo-nos aos nossos irmãos e irmãs ucranianos que, com a iniciativa espiritual ‘Oração Mundial pela Ucrânia’, pedem ao Senhor que conceda a paz ao seu martirizado país”.
Nas saudações finais Leão XIV dirigiu sua palavra aos fiéis de Roma e aos peregrinos de vários países, especialmente os de Karaganda (Cazaquistão), Budapeste e à comunidade do Pontifício Colégio Norte-Americano. Saudou ainda a presença da Banda de Gozzano e dos grupos paroquiais de Bellagio, Vidigulfo, Carbonia, Corlo e Val Cavallina. Um pensamento especial aos fiéis que vieram de bicicleta de Rovato e Manerbio, e o grupo itinerante Via Lucis.
Fonte: Vatican News