A nova encíclica do Papa Francisco será assinada na cidade italiana de Assis, em 3 de outubro. Intitulada Fratelli tutti (“Todos irmãos”, na tradução em português), a encíclica é a terceira de seu pontificado. Deve abordar o tema da “fraternidade humana” e a necessidade de união entre os povos, especialmente na atual pandemia de COVID-19.
Circulavam rumores em Roma sobre a elaboração deste novo texto do Papa. A confirmação, porém, aconteceu apenas no sábado, 5, pelo porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni. Segundo ele, a encíclica será “sobre a fraternidade e a amizade social”.
O Papa irá a Assis, dando uma ênfase franciscana ao documento. Celebrará a Santa Missa diante do túmulo de São Francisco de Assis, de forma privada (sem fiéis), e retornará no mesmo dia ao Vaticano.
Observadores da Santa Sé esperam que, além de marcar este momento histórico para a humanidade, que enfrenta a pandemia, a encíclica reúna os principais apelos feitos pelo Papa nos últimos meses. Entre eles está a noção de que “estamos todos no mesmo barco”, como disse na oração de 27 de março, em que estava sozinho na Praça São Pedro, enfatizando a necessidade de a humanidade voltar seu olhar para Deus, que a acompanha em períodos de sofrimento na História.
Além disso, Francisco tem falado nos últimos dias sobre o papel das religiões na articulação da paz; a promoção da cooperação internacional para resolver problemas mundiais; o pedido de cessar-fogo global (fim dos conflitos locais e internacionais); a canalização de recursos da produção de armas, para a saúde e o combate à desigualdade; o perdão da dívida dos países pobres, para que possam se concentrar no combate à pandemia; a destinação da ajuda econômica aos setores que empregam e são ecológicos, sustentáveis; e o apelo do cuidado ao meio ambiente, que ficou em segundo plano, assim como os problemas sociais, como a pobreza, as guerras e o desemprego.