Papa aos jovens: ‘A beleza das escolhas depende do amor’

Jovens portugueses recebem símbolos da JMJ, no Vaticano (Foto: Vatican Media)

O Papa Francisco celebrou a missa na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, na Basílica de São Pedro, na manhã deste domingo, 22. Nesta ocasião, houve a entrega dos símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) para um grupo de jovens de Portugal, país que sediará o evento internacional em 2023.

Tradicionalmente, a entrega da Cruz peregrina e do ícone da Virgem Maria acontece no Domingo de Ramos, data em que se comemora a JMJ anualmente nas diocese. Porém, devido à pandemia de COVID-19, o ato foi adiado.

Ao saudar os jovens, o Santo Padre anunciou que a partir de 2021, a comemoração diocesana da JMJ será sempre no domingo da Solenidade de Cristo Rei.

“Enquanto nos preparamos para a próxima edição intercontinental da JMJ, gostaria de relançar também a sua celebração nas Igrejas locais. Passados trinta e cinco anos da instituição da JMJ, depois de ter ouvido o parecer de várias pessoas e o Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, que é competente no que se refere à pastoral juvenil, decidi transferir, a partir do próximo ano, a celebração diocesana da JMJ do Domingo de Ramos para o Domingo de Cristo Rei. No centro permanece o Mistério de Jesus Cristo Redentor do homem, como sempre destacou São João Paulo II, iniciador e patrono da JMJ”, explicou Francisco.

Obras de misericórdia

Na homilia, o Papa chamou a atenção para o Evangelho do dia, no qual, Jesus, exorta aos discípulos sobre as obras de misericórdia sobre as quais os cristãos serão julgados diante de Deus. “Ele [Jesus] nos diz que o bem que fizermos a um dos seus irmãos mais pequeninos, famintos, sedentos, estrangeiros, necessitados, doentes e encarcerados, será feito a Ele”, destacou.

“São as obras de misericórdia que tornam eterna a nossa vida. Cada um de nós pode interrogar-se: coloco-as em prática? Ajudo alguém que não me pode restituir? Sou amigo de uma pessoa pobre?. ‘Eu estou ali’, diz Jesus, nos pobres. Eu estou ali, diz Jesus também aos jovens que procuram realizar os sonhos da vida”, continuou o Pontífice.

“Queridos jovens, queridos irmãos e irmãs, não renunciemos aos grandes sonhos. Não nos contentemos com o que é devido”, exortou o Santo Padre, acrescentando que Senhor não quer que seu povo restrinja os horizontes, fiquem “estacionados nas margens da vida, mas correndo para metas elevadas, com júbilo e ousadia”.

“As obras de misericórdia vão ao centro de nossos grandes sonhos. Se você tem sonhos de verdadeira glória, não da glória passageira do mundo, mas da glória de Deus, esta é a estrada; pois as obras de misericórdia dão mais glória a Deus do que qualquer outra coisa. Ouçam bem isto: as obras de misericórdia dão glória a Deus mais do que qualquer outra coisa. Seremos julgados no final, sobre as obras de misericórdia”, reforçou o Papa.

Papa Francisco preside missa da Solenidade de Cristo Rei (Foto: Vatican Media)

‘Tornamo-nos aquilo que escolhemos’

Francisco sublinhou, ainda, que os grandes sonhos começam a ser realizados pelas grandes escolhas. “Escolhas banais levam a uma vida banal; escolhas grandes tornam a vida grande. De fato, tornamo-nos aquilo que escolhemos, tanto no bem quanto no mal. Se escolhemos roubar, tornamo-nos ladrões; se escolhemos pensar em nós mesmos, tornamo-nos egoístas; se escolhemos odiar, tornamo-nos furiosos; se escolhemos passar horas no celular, tornamo-nos dependentes. Mas, se escolhermos Deus, nos tornamos mais amados a cada dia e, se optarmos por amar, nos tornamos felizes”, afirmou o Pontífice.

O Santo Padre salientou que, todos os dias, apresentam-se muitas opções no coração humano e, por fim, aconselhou:

“Se olharmos dentro de nós, veremos que muitas vezes surgem duas perguntas diferentes. A primeira: o que me apetece fazer? É uma pergunta que engana frequentemente, porque insinua que o importante é pensar em si mesmo e satisfazer todos os desejos e impulsos que me vêm. Mas a pergunta que o Espírito Santo sugere ao coração é outra: não aquilo que lhe apetece, mas aquilo que lhe faz bem. A escolha diária situa-se aqui: escolher entre o que me apetece fazer e o que me faz bem. Desta busca interior, podem nascer escolhas banais ou escolhas vitais, depende de nós.”

(Com informações de Vatican News)

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