Durante a Audiência Geral desta quarta-feira, 2, no Vaticano, o Papa Francisco convocou um dia de jejum e oração pelo Líbano a ser celebrado na próxima sexta-feira, 4.
“Tenho a intenção de enviar o meu representante ao Líbano naquele dia para acompanhar a população. Nesse dia, o secretário de Estado irá em meu nome. E ele irá, para expressar minha proximidade e solidariedade. Ofereçamos nossas orações por todo o Líbano e por Beirute”, afirmou o Pontífice.
O Santo Padre ressaltou, ainda, o compromisso concreto da Igreja com a caridade e convidou “os irmãos de outras tradições religiosas” a se unirem a esta iniciativa nas modalidades que considerarem mais adequada, “mas todos juntos”.
EM SÃO PAULO
Nesta data, haverá um ato inter-religioso de oração pelo Líbano, às 10h, na Catedral Maronita Nossa Senhora do Líbano (Rua Tamandaré, 355, na Liberdade).
O ato, que será transmitido pelas mídias digitais da Eparquia Maronita Nossa Senhora do Líbano, contará com a presença se representantes de diferentes tradições religiosas, dentre os quais, o Arcebispo Metropolitano de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer.
‘O Líbano não pode ser abandonado em sua solidão’
Francisco dedicou quase que uma “segunda catequese” à situação vivida pelo País dos Cedros. A profunda crise sócio-política-econômica foi agravada pela catastrófica explosão no porto de Beirute no início de agosto. E recordando as palavras pronunciadas por São João Paulo II há 30 anos, afirmou:
“Diante das repetidas tragédias que cada um dos habitantes desta terra conhece, tomemos consciência do extremo perigo que ameaça a própria existência do país. O Líbano não pode ser abandonado em sua solidão”.
MENSAGEM DE LIBERDADE
O Pontífice observou que “por mais de cem anos, o Líbano foi um país de esperança”, e que os libaneses “conservaram sua fé em Deus e demonstraram a capacidade de fazer de sua terra um lugar de tolerância, de respeito, de convivência, único na região”:
A afirmação de que o Líbano representa algo mais do que um Estado é profundamente verdadeira: o Líbano é uma mensagem de liberdade, é um exemplo de pluralismo tanto para o Oriente como para o Ocidente. Pelo bem do próprio país, mas também do mundo, não podemos permitir que este patrimônio se perca.
Ao povo libanês, o Santo Padre encoraja a perseverar na esperança e a encontrar energia para recomeçar. Aos políticos e aos líderes religiosos, pede para olharem para o bem comum e de se esforçarem com sinceridade e transparência na obra de reconstrução.
FÉ E ORAÇÃO
Um apelo também é dirigido à comunidade internacional, para que ajude o país a sair desta grave crise. Já aos habitantes de Beirute, exorta a recobrarem a coragem:
“Que a fé e a oração sejam a vossa força. Não abandonem suas casas e sua herança, não deixem cair o sonho daqueles que acreditaram no futuro de um país belo e próspero”, afirmou.
DAR O EXEMPLO
O Pontífice fez, ainda, um chamado aos sacerdotes, religiosos e religiosas da Igreja local, para que estejam próximos de seu povo, sendo os primeiros a dar exemplo de pobreza e humildade, “agentes de concórdia” e de “uma verdadeira cultura do encontro”. “Nada de luxo, vivam na pobreza com vosso povo. Sejam exemplo!”, pediu aos sacerdotes.
“Somente olhando para o interesse comum, será possível assegurar a continuidade da presença cristã e a sua inestimável contribuição ao país, ao mundo árabe e a toda a região, num espírito de fraternidade entre todas as tradições religiosas que existem no Líbano”, sublinhou o Papa.
(Com informações de Vatican News)