Destacou o Pontífice no Angelus do 5o Domingo da Quaresma
“Para Deus, a glória é amar até dar a vida. Glorificar-se, para Ele, significa doar-se, tornar-se acessível, oferecer o seu amor (…). Dom e perdão são a essência da glória de Deus.”
No 5o Domingo da Quaresma, 17, e já próximo da Semana Santa, o Papa recordou que Jesus diz algo importante no Evangelho: que na Cruz veremos a sua glória e a do Pai.
AMAR ATÉ DAR A VIDA
Dirigindo-se aos milhares de fiéis reunidos na Praça São Pedro para o Angelus dominical, Francisco pergunta “como é possível que a glória de Deus se manifeste precisamente ali, na Cruz?”.
“Poder-se-ia pensar que isto acontece na Ressurreição, não na Cruz, o que é uma derrota, um fracasso”, observa, mas ao invés disso, hoje Jesus, falando da sua Paixão, diz que “chegou a hora em que o Filho do Homem vai ser glorificado”. Mas, que exatamente Ele quer nos dizer ao afirmar isso?
“Ele quer dizer-nos que a glória, para Deus, não corresponde ao sucesso humano, à fama ou à popularidade: não tem nada de autorreferencial, não é uma manifestação grandiosa de poder seguida de aplausos do público. Para Deus, a glória é amar até dar a vida. Glorificar-se, para Ele, significa doar-se, tornar-se acessível, oferecer o seu amor. E isto aconteceu de forma culminante na Cruz, onde Jesus manifestou ao máximo o amor de Deus, revelando plenamente o seu rosto de misericórdia, dando-nos vida e perdoando os seus crucificadores”.
A GLÓRIA DE DEUS FEITA DE DOM E PERDÃO
Da Cruz, “cátedra de Deus” – disse o Santo Padre – “o Senhor ensina-nos que a verdadeira glória, aquela que nunca se apaga e nos faz felizes, é feita de dom e perdão”:
“Dom e perdão são a essência da glória de Deus. E são para nós o caminho da vida. Dom e perdão: critérios muito diferentes do que vemos ao nosso redor, e também em nós, quando pensamos na glória como algo a ser recebido mais do que dado; como algo a ser possuído em vez de oferecido. Mas a glória mundana passa e não deixa alegria no coração; nem mesmo leva ao bem de todos, mas à divisão, à discórdia, à inveja”.
QUANDO RESPLANDECE A GLÓRIA DE DEUS
E então, o Papa propõe que cada um se pergunte: “Qual é a glória que desejo para mim, para a minha vida, que sonho para o meu futuro? A de impressionar os outros pelo meu valor, pelas minhas capacidades ou pelas coisas que possuo? Ou o caminho do dom e do perdão, o de Jesus Crucificado, o caminho de quem não se cansa de amar, confiante de que isto testemunha Deus no mundo e faz brilhar a beleza da vida? Recordemo-nos, de fato, que quando damos e perdoamos, resplandece em nós a glória de Deus”.
Que a Virgem Maria, que seguiu com fé Jesus na hora da Paixão – disse ao concluir – nos ajude a ser reflexos vivos do amor de Jesus.
Fonte: Vatican News