Papa expressa tristeza pela legalização da eutanásia em Portugal

Francisco recorda Aparições de Fátima e mostra-se “triste com promulgação de “lei para matar”. Os deputados da Assembleia da República aprovaram esta sexta-feira o Decreto n.º 43/XV, sobre a morte medicamente assistida.

Vatican Media

O Papa criticou neste sábado (13/05), no Vaticano, a aprovação da lei da eutanásia na Assembleia da República Portuguesa, numa intervenção em que evocava as Aparições de Fátima.

“Hoje estou muito triste, porque no país onde apareceu Nossa Senhora foi promulgada uma lei para matar. Mais um passo na grande lista de países com eutanásia”, referiu, num encontro com centenas de representantes da União Mundial das Organizações Femininas Católicas (WUCWO), na Sala Paulo VI.

Francisco falou de improviso, em espanhol, à margem do discurso que tinha preparado.

Os deputados da Assembleia da República aprovaram esta sexta-feira o Decreto n.º 43/XV, sobre a morte medicamente assistida, depois de, em abril, o presidente da República o ter devolvido ao Parlamento.

O decreto estabelece que a eutanásia só pode acontecer se o suicídio assistido for impossível por incapacidade física do doente.

Marcelo Rebelo de Sousa descartou, esta sexta-feira, a possibilidade de invocar “objeção de consciência” para recusar promulgação da eutanásia, prometendo “aplicar a Constituição”.

“Não tenho mais nada a dizer. Se é isto que digo que vou fazer, é isto que vou fazer. Quando jurei a Constituição, jurei a Constituição toda”, disse aos jornalistas, em Estarreja.

No Vaticano, o Papa referiu-se às celebrações do 13 de maio, “dia em que se celebram as Aparições da Virgem Mãe aos Pastorzinhos de Fátima”.

“Pensando na Virgem, olhemos para Maria como modelo de mulher por excelência, que vive em plenitude um dom e uma tarefa: o dom da maternidade e a tarefa de cuidar dos seus filhos, na Igreja”, apontou.

“Voltando a Fátima: no meio do silêncio e da solidão dos campos, uma mulher bondosa e cheia de luz encontra-se com umas crianças pobres e simples. Como todas as grandes coisas que Deus faz, o que caracteriza a cena é a pobreza e a humildade”, referiu ainda.

Os Pastorzinhos, indicou Francisco, representam “toda a humanidade”, que se revela “desconcertada e assustada perante situações que a colocam em crise.

Nesse ambiente marcado pela fragilidade, é preciso perguntar: o que faz Maria forte? O que deu força aos Pastorzinhos para fazerem o que Ela lhes pedia? Qual o segredo que transformou essas pessoas frágeis e pequenas em testemunhas da alegria do Evangelho? Queridas irmãs, o segredo de todo o discipulado e da disponibilidade para a missão está em cultivar essa união, uma união desde dentro”.

Fonte: Agência Ecclesia e Vatican News

guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
Veja todos os comentários