Papa Francisco se emociona ao rezar pela Ucrânia à Imaculada Conceição

Vatican Media

Ele não conseguiu conter as lágrimas. Diante da imagem de Maria, Imaculada Conceição, o Papa Francisco chorou ao rezar pelos ucranianos na quinta-feira, 8. O ato de veneração é uma tradição em Roma: todos os anos, os Papas vêm até o centro da cidade e, com a ajuda dos bombeiros, colocam uma coroa de flores nos braços de Nossa Senhora. A imagem, localizada no alto de uma coluna pelo Papa Pio IX, em 1857, olha para o alto com as mãos abertas, como se estivesse apresentando a Deus a cidade e o mundo.

Por causa da pandemia, Francisco ficou dois anos sem homenagear publicamente a Imaculada Conceição com esse gesto – ele foi até lá, mas sozinho. Neste ano, ele conseguiu voltar. As flores visíveis, disse ele, representam as súplicas e invocações invisíveis, às vezes “sufocadas”, que o povo faz a Ela. “Depois de dois anos, nos quais vim te homenagear sozinho no nascer do dia, hoje retorno a ti junto com o povo, o povo dessa Igreja, o povo dessa cidade. E te trago os agradecimentos e as súplicas de todos os teus filhos, próximos e distantes”, rezou.

O Santo Padre lembrou as crianças, os idosos, os jovens, as famílias. Não conteve a emoção quando se lembrou da Ucrânia, país em guerra desde que foi invadido pela Rússia, em fevereiro deste ano. O conflito já deixou mais de 40 mil mortos e 14 milhões de refugiados.

“Virgem Imaculada, eu gostaria hoje de te trazer o agradecimento do povo ucraniano, pela paz que há muito tempo pedimos ao Senhor”, disse o Pontífice, após se recuperar. “Em vez disso, devo ainda te apresentar a súplica das crianças, dos idosos, dos pais e das mães, dos jovens daquela terra martirizada, que sofre tanto.” Francisco acrescentou que, no entanto, “todos nós sabemos que você está sempre com eles e com todos os que sofrem, assim como ficou ao lado da cruz do seu Filho”.

No mesmo dia, durante a oração do Angelus, no Vaticano, o Papa associou o “dom original” de Maria, que, conforme o dogma da Imaculada Conceição, foi concebida sem pecado, aos dons que todos os cristãos recebem por meio do Batismo. “Também nós, pecadores, recebemos um dom inicial que nos preencheu a vida, um bem maior do que tudo. Recebemos uma ‘graça original’. Nós falamos tanto do pecado original, mas recebemos também uma graça original, da qual nós frequentemente não somos conscientes.”

Nesse sentido, o Pontífice fez o convite a “confiar-se” à intercessão de Maria, “a única criatura humana sem pecado na história”, mas que “está conosco nessa luta” contra o mal. “Confiando-nos, consagrando-nos a Maria, dizemos: ‘Segura-me pela mão, Mãe, e guia-me: contigo terei mais força na luta contra o mal, contigo redescobrirei a minha beleza original.”

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