Papa manifesta preocupação com conflito entre Israel e Irã e pede negociações de paz

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O Papa Francisco acompanha “com oração e preocupação, e também dor” as notícias que chegam sobre o agravamento de conflitos armados no Oriente Médio, desta vez envolvendo um acirramento das tensões entre Israel e Irã. Após a oração do Regina Caeli, no domingo, 14, o Pontífice declarou: “Faço um apelo para que cesse toda ação que possa alimentar uma espiral de violência com o risco de arrastar o Oriente Médio a um conflito bélico ainda maior”.

Naquele mesmo dia, o Irã realizou pela primeira vez na história um ataque contra Israel, diretamente do seu território, utilizando drones e mísseis guiados. A ofensiva foi uma retaliação ao bombardeio do consulado iraniano em Damasco, na Síria, em 1° de abril, por forças israelenses. O Irã é aliado e financia diversos movimentos armados que lutam contra Israel, entre eles o Hamas.

“Ninguém deve ameaçar a existência do outro”, disse o Papa, reforçando a solução que prevalece na comunidade internacional, a de que dois Estados coexistam, Israel e Palestina. “Todas as nações se alinhem do lado da paz, e ajudem os israelenses e os palestinos a viver em dois Estados, lado a lado, em segurança. É um profundo e lícito desejo deles, é um direito!”

NEGOCIAR COM DETERMINAÇÃO

O Papa repetiu seu desejo de que a paz seja alcançada por meio da negociação “determinada”, e pediu um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, que, embora ainda esteja controlada por radicais islâmicos do Hamas, uma organização terrorista, foi amplamente bombardeada e ocupada por forças militares de Israel.

Os ataques de Israel já deixaram mais de 30 mil mortos em Gaza, segundo dados de organizações humanitárias internacionais, a vasta maioria deles civis. Do lado de Israel, estima-se 1,4 mil mortes, a maior parte deles durante a invasão sangrenta do Hamas a Israel, em um atentado terrorista de 7 de outubro do ano passado.

O Hamas ainda detém reféns de Israel, capturados na ocasião. “Que seja ajudada aquela população, que se precipitou em uma catástrofe humanitária. Que se libertem os reféns imediatamente, sequestrados meses atrás. Quanto sofrimento. Rezemos pela paz. Basta com a guerra, basta com os ataques”, disse o Papa. “Basta com a violência. Sim ao diálogo e sim à paz”, reforçou em seu apelo.

JORNADA MUNDIAL DAS CRIANÇAS

“Rezemos, irmãos e irmãs, pelas crianças que sofrem por causa da guerra – são tantas!”, lamentou Francisco, recordando, em especial, as crianças da Ucrânia, da Palestina, Israel e Mianmar.

Ele aproveitou para reforçar o convite para a Jornada Mundial das Crianças, evento que instituiu e que será celebrada pela primeira vez em 25 e 26 de maio. No dia 25, haverá um evento no Estádio Olímpico, em Roma, como momentos de diversão e um diálogo entre as crianças e o Papa. No domingo, 26, o Papa presidirá a missa com crianças provenientes de diversas partes do mundo na Praça São Pedro, no Vaticano.

“Espero vocês! Precisamos, crianças, da sua alegria e do seu desejo de um mundo melhor, um mundo em paz”, disse o Pontífice após o Regina Caeli. Também as dioceses são convidadas a celebrar a Jornada Mundial das Crianças do modo mais apropriado para a realidade local.

O título do evento é “Aprendamos com os meninos e as meninas”. Quando a instituição da Jornada foi anunciada, em 8 de dezembro de 2023, Francisco afirmou que é preciso pensar mais sobre “que mundo queremos deixar para as crianças de amanhã”. Ele recordou que “como Jesus, queremos colocar as crianças no centro e cuidar delas.”

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Buscando valorizar ainda mais sua relação com as crianças, o Papa tem tido mais oportunidades de encontros com elas. Na tarde de sexta-feira, 12, ele realizou uma visita surpresa a um programa de catequese de crianças na Paróquia São João Maria Vianney, na região de Borghesiana, periferia a Sudeste da capital italiana. O encontro foi privado e sem a participação da imprensa. O Papa cumprimentou as crianças e falou sobre a importância de rezar sempre. De acordo com a Santa Sé, “o Papa Francisco reuniu-se com 200 crianças da catequese para o primeiro encontro da ‘escola de oração’, que foi iniciada neste Ano da Oração, em preparação para o Jubileu de 2025”.

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