O primeiro capítulo de João (cf. Jo 1,1-18) inspirou a alocução do Papa Francisco no Angelus do domingo, 5. Ao falar de Jesus, o Evangelho diz que “a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam”. Isto é, recorda quanto é poderoso o amor de Deus, que não se deixa vencer por nada e que, para além de obstáculos e rejeições, continua a resplandecer e a iluminar o nosso caminho.
É o se vê no Natal, quando o Filho de Deus, feito homem, supera muros e divisões; enfrenta o fechamento da mente e do coração dos “grandes” do seu tempo, preocupados mais em defender o poder do que em buscar o Senhor. Compartilha a vida humilde de Maria e José, que o acolhem e crescem com amor, mas com as dificuldades de quem não tem meios.
Diante destes e de tantos outros desafios, disse o Pontífice, Deus jamais desiste: encontra mil maneiras para chegar a todos e a cada um de nós onde quer que estejamos, sem cálculos nem condições, abrindo, mesmo nas janelas mais obscuras da humanidade, janelas de luz.
“É uma realidade que nos consola e que nos dá coragem, especialmente em um tempo como o nosso, em que há tanta necessidade de luz, de esperança e de paz, em que os homens às vezes criam situações tão complicadas, que parece impossível sair delas. Hoje, a Palavra de Deus nos diz que não é assim: ou melhor, nos chama a imitar o Deus do amor, abrindo feixes de luz onde quer que possamos, com todos que encontramos, em todos os contextos: familiar, social, internacional”, afirmou.
NÃO TENHAMOS MEDO!
O convite de Deus – prosseguiu o Papa – é para não ter medo de fazer o primeiro passo, escancarando janelas luminosas de proximidade a quem sofre, de perdão, de compaixão e de reconciliação, para tornar o caminho mais claro, seguro e possível para todos.
“E este convite ressoa de modo especial no Ano Jubilar há pouco iniciado, solicitando-nos a ser mensageiros de esperança com simples, mas concretos ‘sins’ à vida, com escolhas que trazem vida. Façamo-lo todos: este é o caminho da salvação!”, afirmou.
Aos fiéis na Praça São Pedro, o Pontífice dirigiu alguns questionamentos: de que modo posso abrir uma janela de luz no meu ambiente e nas minhas relações? Onde posso ser um feixe que deixa passar o amor de Deus?
“Que Maria, estrela que guia a Jesus, nos ajude a ser para todos testemunhas luminosas do amor do Pai.”
PEDIDOS DE PAZ
Após a oração mariana do Angelus, o Papa voltou a pedir aos fiéis que rezem pela paz. À comunidade internacional, o apelo do Pontífice é para que atue com firmeza para que seja respeitado o direito humanitário.
“Chega de atingir os civis!” Este foi o premente apelo feito pelo Papa após rezar o Angelus com os fiéis na Praça São Pedro. O Pontífice pediu que continuem rezando pela paz, citando alguns países em guerra, como a Ucrânia, Palestina, Israel, Síria, Mianmar e Sudão. De modo especial, Francisco se dirigiu ao conjunto das nações.
“A comunidade internacional atue com firmeza para que nos conflitos seja respeitado o direito humanitário. Chega de atingir os civis, chega de atingir as escolas, os hospitais, chega de atingir os locais de trabalho! Não nos esqueçamos de que a guerra sempre é uma derrota, sempre!”
Ao se despedir dos fiéis, aos quais chamou de “corajosos” por estarem presentes mesmo sob chuva, Francisco marcou um novo encontro na segunda-feira, quando na Itália e no Vaticano se celebra a Solenidade da Epifania.
Pela manhã do dia 6, às 10h locais (6h no horário de Brasília), o Pontífice preside à Santa Missa na Basílica de São Pedro. Na sequência, reza o Angelus com os peregrinos na Praça São Pedro.
Fonte: Vatican News