Papa: que os cristãos sejam amigos, inimigos temos muitos lá fora

Ao receber em audiência na manhã da quarta-feira, 22, a delegação do Conselho Cristão de Hong Kong, Francisco a convidou a trabalhar juntos, por sermos todos cristãos, a orar juntos pela tão almejada unidade entre aqueles que professam a fé no Ressuscitado

Foto: Vatican Media/Arquivo

Pouco antes da audiência geral da quarta-feira, 22, o Papa Francisco recebeu em audiência no Vaticano a delegação do Conselho Cristão de Hong Kong, um grupo de 26 pessoas, às quais dirigiu uma breve saudação.

Falando espontaneamente, ou seja, sem um texto previamente preparado, o Pontífice expressou sua alegria em recebê-los dizendo ser esta visita uma verdadeira consolação, ver muitos irmãos unidos, irmãos e irmãs cristãos unidos.

JUNTOS PELA UNIDADE

“Um grande bispo ortodoxo, Zizioulas, que faleceu há mais ou menos um ano, costumava dizer que a unidade das Igrejas Cristãs só será alcançada no dia do Juízo Final. Mas ‘nesse meio tempo’, dizia ele, ‘devemos orar juntos e trabalhar juntos’”, comentou o Papa.

Isso é muito importante: trabalhar juntos, porque todos nós acreditamos em Jesus Cristo; orar juntos, orar pela unidade, acrescentou o Santo Padre.

SEJAMOS AMIGOS

“Outro grande Patriarca Ortodoxo de Constantinopla, quando recebeu o Papa Paulo VI, disse esta bela frase: ‘Vamos fazer uma coisa: coloquemos os teólogos todos em uma ilha, para que eles briguem entre si e nós sigamos adiante em paz’”.

Francisco ressaltou o que considera ser o importante e fazendo em seguida uma observação e constatação: “Temos o mesmo Batismo e isso nos torna cristãos. Inimigos, temos muitos lá fora. Nós sejamos amigos! Inimigos, lá fora; aqui, amigos. É verdade quando digo inimigos, porque é uma realidade que o Senhor nos disse: a Igreja sempre será perseguida. O martírio da fé está sempre presente na história de nossas Igrejas, sempre, não é mesmo? Vamos em frente”.

O MARTÍRIO DOS CRISTÃOS

“Uma coisa muito bonita aconteceu quando Paulo VI foi a Uganda. Ele falou sobre os mártires católicos e anglicanos. Eles são mártires. E eu mesmo, quando aqueles coptas foram martirizados, disse imediatamente que eles também são “nossos” mártires, são os mártires de todos. Há dois batismos: um, que todos nós temos – o Batismo que recebemos -, e o outro, que o Senhor chama de ‘Batismo de sangue’: o martírio. E todos nós sabemos o que é o martírio para tantos cristãos que deram suas vidas pela fé”, prosseguiu.

Concluindo a audiência, o Santo Padre despediu-se dos presentes agradecendo pela visita e, num gesto de ecumenismo, de busca daquela tão almejada unidade entre os cristãos, convidou-os a rezar juntos a oração do Pai-Nosso.

Fonte: Vatican News

guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
Veja todos os comentários