Que a liturgia conduza à união, não à divisão

Quando a defesa de algumas práticas litúrgicas se torna mais motivo de confronto do que de unidade, é porque algo vai mal na vida da Igreja. Assim sinalizou o Papa Francisco, em audiência realizada com os professores do Pontifício Instituto Litúrgico, no sábado, 7. 

Vatican Media

A vida litúrgica, e o seu estudo, deve conduzir a uma maior unidade eclesial, não à divisão”, afirmou o Santo Padre. “Quando a vida litúrgica é um pouco bandeira de divisão, há o cheiro do diabo dentro, o enganador”, completou. 

A mensagem se refere claramente aos que ainda rejeitam as mudanças no rito romano adotadas após o Concílio Vaticano II – questão que Francisco buscou resolver com a publicação do motu proprio Traditionis custodes, em julho do ano passado, no qual impôs restrições à celebração da missa chamada “tridentina” ou “de rito antigo”, pré-conciliar. No documento, ele já mencionava argumentos parecidos. 

Nas palavras do Papa, “não é possível prestar culto a Deus e, ao mesmo tempo, fazer da liturgia um campo de batalha por questões que não são essenciais, ou mais, por questões superadas, e para tomar posição, a partir da liturgia, com ideologias que dividem a Igreja”, disse na audiência. 

Na visão do Papa Francisco, “o Evangelho e a Tradição da Igreja nos chamam a ser saudavelmente unidos sobre o essencial, e a compartilhar as legítimas diferenças na harmonia do Espírito”, acrescentou. 

“A Igreja, mediante a oração litúrgica, prolonga a obra de Cristo em meio aos homens e mulheres de cada tempo, e também em meio à Criação, dispensando a graça de sua presença sacramental. A liturgia deve ser estudada, permanecendo-se fiel a esse mistério da Igreja”, comentou o Pontífice.

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