
Arquivo Pessoal
Mesmo internado no Hospital Policlínico Agostino Gemelli, em Roma, o Papa Francisco escreveu, em 19 de março – cerca de um mês antes de sua morte – a mensagem para o 62º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, celebrado no 4º Domingo da Páscoa, 11 de maio.
Com o título “Peregrinos de esperança: o dom da vida”, a mensagem aponta que “a vocação é um dom precioso que Deus semeia nos corações, um chamado a sair de si mesmo para trilhar um caminho de amor e serviço. E cada vocação na Igreja – seja laical, seja ao ministério ordenado, seja à vida consagrada – é sinal da esperança que Deus nutre pelo mundo e por cada um dos seus filhos”.
PEDIDOS AOS JOVENS
Francisco dirige-se de modo especial aos jovens para lembrá-los de que são “o agora de Deus” (cf. Christus vivit 178) e pede que tomem consciência de que “o dom da vida exige uma resposta generosa e fiel”, como testemunharam Santa Rosa de Lima, São Domingos Sávio, Santa Teresinha do Menino Jesus, São Gabriel de Nossa Senhora das Dores e os Beatos Carlo Acutis e Pier Giorgio Frassati, todos estes também jovens.
Ainda na mensagem, Francisco lembra que muitos jovens têm procurado conhecer o caminho indicado por Deus, e que, independentemente de qual seja, jamais devem esquecer-se de que a vocação é animada pela esperança e se traduz em confiança na Providência.
“A vocação amadurece por meio do compromisso cotidiano de fidelidade ao Evangelho, na oração, no discernimento e no serviço. Queridos jovens, a esperança em Deus não engana, porque Ele guia os passos de quem a Ele se entrega. O mundo precisa de jovens peregrinos de esperança, corajosos em dedicar a sua vida a Cristo, cheios de alegria por serem seus discípulos-missionários”, assegura.
DISCERNIR A VOCAÇÃO NO SILÊNCIO E NA ORAÇÃO
Francisco ressalta aos jovens que a descoberta da vocação e seu discernimento deve se dar no seio da comunidade cristã, a fim de que ocorra de modo verdadeiro.
“O mundo, queridos jovens, induz-vos a fazer escolhas precipitadas e a encher os dias de barulho, impedindo a experiência de um silêncio aberto a Deus, que fala ao coração. Tende a coragem de parar, de escutar dentro de vós e de perguntar a Deus o que Ele sonha para vós. O silêncio da oração é indispensável para ‘interpretar’ o chamado de Deus na própria história e para dar uma resposta livre e consciente”, afirma.
ACOMPANHAMENTO VOCACIONAL
Nesse itinerário, compete aos membros adultos da Igreja, especialmente os pastores, “acolher, discernir e acompanhar o caminho vocacional das novas gerações”.
Do mesmo modo – aponta o Papa – os agentes pastorais e vocacionais, especialmente os conselheiros espirituais, devem “acompanhar os jovens com a esperançosa e paciente confiança da pedagogia divina. Trata-se de ser para eles pessoas capazes de escuta e respeitoso acolhimento; pessoas em quem podem confiar, guias sábios, disponíveis para os ajudar e atentos a reconhecer os sinais de Deus no seu caminho”.
‘A IGREJA É VIVA E FECUNDA QUANDO GERA NOVAS VOCAÇÕES’
Francisco, por fim, escreve que a Igreja precisa de “pastores, religiosos, missionários e esposos que, com confiança e esperança, saibam dizer ‘sim’ ao Senhor”; e ressalta que “a Igreja é viva e fecunda quando gera novas vocações. E o mundo, muitas vezes inconscientemente, procura testemunhas de esperança que anunciem com a vida que seguir Cristo é fonte de alegria. Por isso, não nos cansemos de pedir ao Senhor novos operários para a sua messe, certos de que Ele continua a chamar com amor”.
Na oração do Regina Caeli, no domingo, 11, o Papa Leão XIV recordou essa mensagem de Francisco e de igual modo exortou os jovens: “Não tenham medo! Aceitem o convite da Igreja e do Cristo Senhor!”.