Serão 12 os representantes de outras tradições cristãs presentes na assembleia sinodal de 4 a 29 de outubro, no Vaticano. Os chamados “delegados fraternos” são líderes não católicos de confissões cristãs que participam ativamente no Sínodo sobre a sinodalidade (2021-2024). No sínodo de 2018, sobre os jovens, eles eram oito.
Durante a apresentação do evento “Together”, vigília de oração que será realizada no dia 30, a pedido do Papa Francisco, O SÃO PAULO questionou os organizadores sobre qual será o papel dos delegados fraternos na assembleia deste ano – dado que “Together” é uma vigília de oração ecumênica, organizada pela comunidade Taizè, da França, e um convite a todos os cristãos para rezar pelo Sínodo, pela unidade e pela paz.
De acordo com a Irmã Nathalie Becquart, subsecretária da Secretaria Geral do Sínodo, o aumento do número de delegados fraternos sinaliza uma maior importância do diálogo ecumênico.
“O papel dos delegados é de participar em tudo. Eles estarão nos encontros em pequenos grupos [circoli minori], nas plenárias e podem falar. Eles são participantes, mas não membros do Sínodo, portanto não podem votar”, esclareceu. A ideia, disse Irmã Nathalie, “é que possamos aprender uns dos outros, a partir da sinodalidade, da experiência dos outros”. Ela acrescentou que “muitas diferentes igrejas e comunhões cristas [grupos de igrejas] estão ‘em caminho’ conosco, ajudando, contribuindo”.
Em resposta à mesma pergunta, o capo ufficio (gerente) da seção ocidental do Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Monsenhor Juan Uma Gómez, disse “é importante manter em mente que o Sínodo mudou sua metodologia”, de modo que a participação dos delegados fraternos será ainda maior do que no passado. “Somos convidados, como católicos, a ouvir. Ao Ocidente e ao Oriente, vivendo a sinodalidade”, acrescentou.
“Não estamos pedindo aos delegados fraternos apenas que sejam parte de um processo, mas que partilhem conosco a sua forma de viver a sinodalidade. Há algumas igrejas que são bem formadas em sinodalidade, outras vivem uma sinodalidade que é diferente da nossa”, disse o Monsenhor. “Esperamos aprender deles”, concluiu.
Ainda não foi divulgada a lista dos 12 delegados fraternos que participarão da assembleia plenária de outubro, a primeira de duas no atual Sínodo. De acordo com a Irmã Nathalie, haverá entre eles, por exemplo, representantes das igrejas protestantes históricas, das ortodoxas e também do pentecostalismo.