Que todos os que creem em Deus, independentemente da religião, se unam em oração pelo fim da pandemia de COVID-19. Este é o pedido do Papa Francisco para a quinta-feira, 14, uma jornada de “valor universal” em que se colocará em prática o espírito da “irmandade humana”.
Neste dia, os fiéis de todas as religiões são convidados “a se unir espiritualmente em um dia de oração e jejum e obras de caridade, para implorar a Deus que ajude a humanidade a superar a pandemia do coronavírus”, disse o Papa, no dia 3.
Origem da iniciativa
A proposta de um dia de oração pela humanidade partiu do Alto Comitê para a Irmandade Humana, um grupo criado pelo Papa Francisco com o Grande Imã da Mesquista de Al-Azhar, do Cairo, no Egito, Ahmed Al-Tayeb, em fevereiro de 2019, voltado à construção de pontes
entre todas as religiões, almejando a paz universal.
O documento sobre a irmandade humana, produzido na ocasião, se tornou uma referência mundial com diretrizes sobre a unidade entre os povos, especialmente nos países que vivem o extremismo e a intolerância religiosa. O grupo começou com líderes judeus, cristãos e muçulmanos, aspirando a ter escala global.
De acordo com o Cardeal Miguel Ángel Ayuso Guixot, Presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, “qualquer um, independentemente da cultura, da situação econômica, da fé ou da falta de fé religiosa, sente a imensidade do grito da humanidade que
sofre”, neste momento de pandemia.
Apoio do Papa e mais
Em entrevista ao site Vatican News, o Cardeal Ayuso declarou que, embora as religiões sejam diferentes, todas elas têm elementos práticos e de oração “que nos dispõem em todo caso a um ato de amor aberto ao bem, ao outro e à aceitação”. O jejum e as obras de caridade são atos individuais e comunitários, “que exigem verdadeira responsabilização e consciência das ações a realizar”.
Além da adesão do Papa, o secretáriogeral das Nações Unidas, António Guterres, manifestou seu apoio. No Twitter, ele disse que, “em tempos difíceis, temos que nos juntar pela paz, humanidade e solidariedade. Uno-me à Sua Santidade, o Papa Francisco, e ao Grande Imã de Al-Azhar, xeque Ahmed Al-Tayeb, em seu apoio pela oração pela humanidade em 14 de maio – um momento de reflexão, esperança e fé”.