Dupla faz o Brasil voltar ao topo do pódio no vôlei de praia feminino após 28 anos
O hino brasileiro tocou novamente para elas no alto de um pódio olímpico. Há dez anos, em 2014, nos Jogos Olímpicos da Juventude, em Nanjing, na China, Eduarda Santos Lisboa e Ana Patrícia Silva Ramos foram medalhistas de ouro.
Na noite da sexta-feira, 9, aos pés da Torre Eiffel, em Paris, Duda e Ana Patrícia provaram que são a maior dupla de vôlei de praia do mundo na atualidade e venceram a final olímpica, por 2 sets a 1 (com parciais de 26/24, 12/21, 15/10), contra as canadenses Melissa e Brandie no tie-break.
Além disso, se tornaram a segunda dupla feminina do vôlei de praia brasileiro ao subir ao alto do pódio olímpico: a primeira foi a parceria formada por Jackie Silva e Sandra Pires, nos Jogos de Atlanta 1996, quando a modalidade estreou nas olimpíadas.
Após aquela primeira parceria, quando também foram bicampeãs mundiais sub-21 nos anos de 2016 e de 2017, Duda e Ana Patrícia tiveram outras companheiras nas areias, mas voltaram a jogar juntas após os Jogos de Tóquio, realizados em 2021. Naquela olimpíada, ao lado de Ágatha, Duda ficou em nono lugar; já Ana Patrícia jogou com Rebecca e terminou em quinto.
Desde a retomada da dupla, elas ganharam campeonatos nacionais, o mundial de 2022, ficaram com vice-campeonato do mundo em 2023, e ainda no ano passado foram campeãs do Pan de Santiago, justamente contra as canadenses contra as quais decidiram a medalha de ouro em Paris 2024.
A GLÓRIA OLÍMPICA
“Espero viver novamente, mas é único, é um momento único então tem que vibrar, tem que comemorar, tem que viver, tem que sentir e deu certo”, disse Duda, após a conquista da medalha dourada.
“Muita coisa passa pela minha cabeça agora, mas acho que o que a gente pode falar é que é uma realização que não cabe dentro da gente. É para isso que a gente trabalhou todo esse tempo que a gente vem trabalhando e que bom que a gente conseguiu realizar e ter esse privilégio de ser aqui nesse estádio tão icônico”, disse Ana Patrícia.
Nascida em Espinosa, no extremo norte de Minas Gerais, Ana Patrícia começou a vida esportiva pelo futsal, mas acabou se apaixonando pelo vôlei de praia. Já Duda, natural de Aracaju (SE), começou a praticar a modalidade aos 9 anos de idade por influência de sua mãe, Cida Lisboa, ex-jogadora de vôlei de praia e treinadora.
Após a conquista do ouro Ana Patrícia revelou que tem jogado no sacrifício nos últimos seis meses em razão de uma hérnia na lombar, o que também tem limitado seu tempo de treinamentos: “Comecei a me questionar muito se eu iria conseguir. Quando acabou aqui pra mim foi um alívio, com toda essa dificuldade”.
“É muito trabalho, muita dedicação, muita persistência e muito amor pelo esporte. Essa medalha é um pedacinho de tudo que a gente construiu desde que começou no esporte. Deu certo, todos que contribuíram podem se sentir parte disso”, disse Duda em entrevista ao site Olympics.com.
(Com informações do COB e Olympics.com)