Colóquio Nacional destaca a riqueza e os desafios da Arte Sacra Brasileira

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Entre os dias 20 e 22, o Mosteiro de São Bento, em São Paulo, foi palco do Colóquio Nacional: Arte Sacra Brasileira – “Da Colônia ao Império”, que reuniu restauradores, historiadores, artistas e especialistas para debater a importância da arte sacra e seus desafios na contemporaneidade. Coordenado pelo museólogo e restaurador João Rossi, responsável pela conservação do acervo do Mosteiro, o encontro promoveu uma imersão na história e preservação desse patrimônio cultural. 

Com o apoio de diversas instituições, a programação contou com palestras e debates sobre temas como a autenticidade das obras, a preservação arquitetônica dos espaços religiosos e o papel dos museus na conservação da arte sacra. A mesa de abertura reuniu as especialistas Ruth Grieco, Silvia Souza Aranha e Cristiane Musse. 

Entre os destaques do evento estiveram as palestras do arquiteto Valdir Arruda, do Departamento de Patrimônio Histórico de São Paulo, e de Mariana Rolim, diretora do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat), que discutiram o papel do poder público na preservação da memória sacra. Já o museólogo Rodrigo dos Santos, da PUC-Campinas, analisou a função dos museus de arte sacra, enquanto a doutora Silveli Russo trouxe à tona o estudo sobre mobiliário e oratórios eclesiásticos, tema frequentemente negligenciado. 

A arquitetura religiosa também teve espaço na programação com as arquitetas Carolina Talarico dos Santos e Tatiane Alvarenga compartilhando estudos sobre a valorização e adaptação dos espaços sagrados. Gabriel Frade analisou as normas conciliares da arte sacra e a influência de São Carlos Borromeu no século XVI, enquanto o perito em obras de arte Gustavo Perino trouxe reflexões sobre a autenticação e atribuição de autoria em obras religiosas. 

Além das discussões acadêmicas, os participantes puderam vivenciar a tradição monástica ao prestigiar as Segundas Vésperas da festa de São Bento, acompanhadas pelo órgão Walcker, de 1954, sob execução do organista titular do Mosteiro, o professor Kenny Simões. 

PRESENÇA DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO

A Arquidiocese de São Paulo também se fez representada no evento, especialmente em dois momentos.

O senhor Jair Mongelli Jr., diretor técnico do Arquivo Metropolitano Dom Duarte Leopoldo e Silva, foi um dos debatedores da mesa-redonda “Arquivos Eclesiásticos e Museu de Arte Sacra”, a partir das realidades de seu trabalho na instituição desde 1985 e como colaborador do Setor de Bens Culturais da Comissão Episcopal de Educação e Cultura da CNBB.

Além disso, o Padre Hernane Módena (foto acima), diretor-geral do Arquivo, falou sobre o histórico deste organismo da Arquidiocese de São Paulo e sobre a importância da conservação dos arquivos eclesiásticos não apenas para a Igreja, mas também para toda a sociedade. Abaixo está a íntegra da apresentação feita pelo Sacerdote.

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