‘Eu já era um pró-vida, hoje sou muito mais’, diz preparador físico demitido da seleção de basquete

Participante da ExpoCatólica, Diego Falcão fala sobre sua demissão da Confederação Brasileira de Basquete após declarações contra o aborto

Fotos: Fernando Arthur/O SÃO PAULO

O repost de uma publicação em defesa da vida, uma menção de uma frase de Santa Teresa de Calcutá contra o aborto e outros relatos pró-vida bastaram para que Diego Falcão, até então preparador físico da seleção brasileira de basquete feminino, passasse a sofrer críticas em suas redes sociais e, dias depois, em 22 de junho, fosse demitido pela Confederação Brasileira de Basquete (CBB).

“Eu repostei um conteúdo do padre Paulo Ricardo, que dizia que em qualquer momento da vida o ser humano será feliz e terá a oportunidade de vencer; e depois fiz um post sobre Madre Teresa de Calcutá, em que ela diz que na terra onde se aceita o aborto não existe amor; também fiz um post no qual a mãe do Cristiano Ronaldo fala que queria abortar seu 4º filho, justamente ele. Depois que eu lancei isso, alguns sites começaram a fomentar uma mensagem muito negativa sobre o minhas postagens e algumas atletas, por concordar com uma ideologia de interesses, sem nada me perguntarem, começaram a falar muito negativamente sobre mim, dos meus direcionamentos e valores. Foi assustador”, recordou Falcão em entrevista ao O SÃO PAULO.

O preparador físico esteve na ExpoCatólica na quinta-feira, 4, e lembrou que maior do que as críticas foram os apoios que passou a receber.

“Eu respondi a todas as mensagens, agindo como sempre fiz, falando de Deus. Depois disso, muitas pessoas boas, que são sempre maioria, começaram a projetar o meu nome na causa pró-vida. E, como eu digo, ‘balançamos o céu’. Muita gente me mandou mensagem apoiando, em quantidade muito maior do que aquelas pessoas que estavam falando mal de mim. Falar de Deus pode ter duras consequências, mas é sempre gratificante. Eu fiquei muito feliz e me emocionei demais. Depois disso, se eu já era um pró-vida, hoje eu sou muito mais, pois hoje falo para mais pessoas do que antes”, assegurou.

INTOLERÂNCIA E SILENCIAMENTO

Sobre a demissão da CBB, Diego não têm dúvidas: “O que houve comigo foi uma censura, até mais, intolerância religiosa. Acho que isso ficou claro para todos. Algumas pessoas querem impor suas posições, mas no ambiente do basquete em si nunca tinha tido uma briga, discussão sobre isso. Muito pelo contrário, sempre tive diálogos em que cada pessoa respeita a opinião da outra. Sempre falo sobre aquilo que penso como verdade e sobre aquilo que eu creio, que é o Evangelho”.

Diego Falcão também comentou sobre o recente pedido de demissão do técnico José Neto da função de treinador da seleção feminina de basquete.

“O José Neto é meu irmão. Estamos trabalhando juntos há 17 anos, ele compactua dos meus direcionamentos religiosos, dos meus valores, das minhas ideias de vida. Portanto, eu não espera outra atitude dele a não ser esta, pois eu também faria o mesmo por ele. O aborto vai contra o nosso valor de vida e isso não podemos deixar que passe na sociedade. Do mesmo modo, a censura, a intolerância religiosa, a falta de liberdade de expressão não pode se espalhar na sociedade. Hoje aconteceu comigo, espero que não aconteça com mais ninguém. Se querem nos silenciar, não conseguirão. Vamos pra frente, pró-vida 100%”.

“Aqui na ExpoCatólica, posso verbalizar e expor o que eu quero, que é seguir o Evangelho, que ele seja conhecido e fortalecer a rede pró-vida. Eu sou um cristão fervoroso. Nunca fui omisso e sempre disse o que eu penso sobre as coisas, especialmente quando vejo que posso argumentar com alguém que pensa diferente do que eu penso”, concluiu Diego, que ao circular pelos corredores da ExpoCatólica carregava em Terço nas mãos e um pequeno bonequinho de um feto já formado com 12 semana de gestação.

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