Há 15 anos, Frei Galvão era canonizado pelo Papa Bento XVI

Cerimônia de canonização foi presidida pelo Pontífice no Campo de Marte 

Luciney Martins/O SÃO PAULO

O primeiro santo brasileiro, Santo Antônio de Sant’Anna Galvão (1739 – 1822) foi canonizado há 15 anos, em 11 de maio de 2007, em celebração no Aeroporto Campo de Marte, diante de 1 milhão e 200 mil fiéis, pelo papa Bento XVI, no último dos três dias de viagem do Santo Padre a São Paulo. 

Diante dos fiéis, o Papa iniciou sua homilia agradecendo a Deus pela canonização do santo brasileiro e pela presença de tantos paulistas na celebração, além de comunicar sua alegria porque suas palavras e as expressões do seu afeto chegavam às casas de milhões de pessoas. “Tenham certeza: o Papa vos ama, e vos ama porque Jesus Cristo vos ama”, afirmou. 

“Sinto-me muito feliz porque a elevação do Frei Galvão aos altares ficará para sempre emoldurada na liturgia que hoje a Igreja nos oferece. Saúdo com afeto, a toda comunidade franciscana e, de modo especial as monjas concepcionistas que, do Mosteiro da Luz, da capital paulista, irradiam a espiritualidade e o carisma do primeiro brasileiro elevado à glória dos altares”, ressaltou Bento XVI, que também narrou as diversas virtudes que elevaram à honra dos altares, Frei Galvão. 

HOMEM DE PAZ E CARIDADE

Em sua homilia, o Papa Bento destacou que Frei Galvão foi um “homem de paz e caridade” e recordou o trabalho caridoso do Frade junto aos pobres. “As pastorais sociais se forem orientadas para o bem dos pobres e dos enfermos, levam em si mesmas este sigilo divino. O Senhor conta conosco e nos chama amigos, pois só aos que se ama desta maneira, se é capaz de dar a vida proporcionada por Jesus com sua graça”, afirmou. 


EXEMPLO

“Queridos amigos e amigas, que belo exemplo a seguir deixou-nos Frei Galvão! Como soam atuais para nós, que vivemos numa época tão cheia de hedonismo, as palavras que aparecem na cédula de consagração da sua castidade: ‘tirai-me antes a vida que ofender o vosso bendito Filho, meu Senhor’. São palavras fortes, de uma alma apaixonada, que deveriam fazer parte da vida normal de cada cristão, seja ele consagrado ou não, e que despertam desejos de fidelidade a Deus dentro ou fora do Matrimônio. O mundo precisa de vidas limpas, de almas claras, de inteligências simples que rejeitam ser consideradas criaturas objetos de prazer”, afirmou o Papa, ao se referir do exemplo do primeiro santo brasileiro. 

A CANONIZAÇÃO

Precisamente às 10h10, a multidão de fiéis agitou um mar de bandeirinhas com a imagem do Frade e explodiu em palmas com a proclamação do novo santo. 

Descendentes dos irmãos do religioso se abraçaram emocionados. “É indescritível o que a gente sente. Nós, da família, o considerávamos um tio santo, mas, carinhosamente. Agora, ele é de verdade, santificado pelo Papa!” afirmou à época ao O SÃO PAULO, Regina Maia Galvão, pertencente à oitava geração da família. 

COMEMORAÇÕES DOS 15 ANOS

Nesta quarta-feira, 11, no Mosteiro da Luz, acontecem missas em ação de graças pelos 15 anos da canonização de Frei Galvão.

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