Um dia das crianças especial para José Pio e sua família

Nesta segunda-feira, 12, quando se celebra Nossa Senhora Aparecida, também é festejado no Brasil o Dia das Crianças, data comemorada anualmente no País desde 1925.

José Pio, o JP, prestes a completar 1 ano de vida (foto: Arquivo Pessoal)

Na casa de Talita Alonso Lima e do esposo, Bruno, em São Paulo, este foi sempre um dia de celebrar a vida dos filhos e neste ano será ainda mais especial, após o nascimento, em 11 de novembro de 2019, de José Pio, o caçula dos irmãos Luís, Stella, João e Catarina.

Talita soube que esperava o quinto filho em maio de 2019, já no terceiro mês de gestação. Semanas depois, ela teve um forte sangramento, foi internada e recebeu a informação de que a sua gravidez era de risco e, assim, precisaria permanecer de resguardo. Além disso, exames mostravam que José Pio tinha má-formações cerebrais, que semanais depois já resultavam em quadros de macrocrania e hidrocefalia.

As perspectivas eram que JP, como carinhosamente já era chamado, talvez não nascesse com vida ou morresse nas primeiras horas após o parto. “O médico dizia que eu precisava me preparar para a morte do bebê, que ele não iria sobreviver, ou se nascesse seria uma criança totalmente dependente. ‘Vocês precisam ver se é isso que querem mesmo, pois já têm outros filhos saudáveis, então vão passar por um choque muito grande’, nos disse certa vez. A cada semana era isso e sem um novo prognóstico”, recordou.

Talita conta que seu desejo e o do esposo era, ao menos, que JP nascesse com vida e fosse batizado.

A força da vida

A opção de equipe médica era que o parto acontecesse perto da 37o semana de gestação, porém, já na 34o semana a barriga da mãe estava em tamanho superior ao esperado para esta fase da gravidez. Talita, então, recorreu a outra médica que conhecera no começo da gestação e esta realizou o parto.

Antes que fosse cortado o cordão umbilical, o pai de JP ministrou-lhe o chamado Batismo de Urgência, permitido pela Igreja quando há perigo iminente de morte de um não batizado, em geral, um recém-nascido.

O bebê, então, foi levado à UTI neonatal. A permanência no hospital durou cinco meses, período em que JP resistiu a quatro infecções e foi submetido a nove procedimentos cirúrgicos, para estabilizar seu quadro clínico decorrente da má-formação cerebral.

Atenção permanente

Com a orientação à família para que mantivesse JP em resguardo doméstico por ao menos quatro meses, o bebê pôde deixar o hospital. As saídas de casa, ainda hoje, na maioria das vezes acontecem para consultas e exames e, por vezes, para a realização de terapias, estas não inclusas no plano de saúde contratado pela família.

“O que pudermos pagar para que o José Pio não saia de casa, pagamos, porque ele já fica muito exposto quando vai às consultas e exames de acompanhamento. Ficaria muito perigoso sair ainda mais com ele, pois todos os dados neurológicos dele afetam o pulmão. Assim, uma simples gripe pode ser fatal”, explicou a mãe.

“Atualmente, o José faz fisioterapia motora de reabilitação, por causa do tempo que ele ficou deitado no Hospital, já que a musculatura dele não enrijeceu, e como a cabeça pesa, ele não aguenta segurá-la. Faz também a fisioterapia bobath, que é específica para quem tem danos neurológicos, e realiza terapia ocupacional. Em breve, começará as terapias de estimulação sensorial, psicomotricidade e musicoterapia”, detalhou Talita.

JP também usa uma órtese craniana, no formato de um capacete. “Ele ficou muito tempo sem se mexer no hospital, a cabeça cresceu demais, e como os ossos que são molinhos, amassaram demais de um lado e estavam deformando o olho, o maxilar. Ele deve continuar com este tratamento com o capacete por mais um ano e três meses”, conta Talita, que ainda busca uma vaga para o filho em serviços de reabilitação que atendem pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Por amor

A um mês de completar seu primeiro ano de vida, as condições de saúde de JP melhoram a cada dia. “Ele está muito bem, se alimenta muito bem pela boca, mama direitinho, não precisa mais do auxílio de respirador”, contou a mãe.

Em uma live no mês de agosto, Talita, que tornou pública a história do filho já ao longo da gestação, agradeceu a todos que a ajudam nesta vitória da vida. “O José já não é mais só da minha família, ele é nosso, de todos”, afirmou. “É muito fora do normal o que o José transmite por todos os lugares onde ele passa”, assegurou.

VOCÊ PODE AJUDAR

Os que queiram colaborar com os custos do tratamento do pequeno José Pio, podem fazer um depósito financeiro em qualquer valor na seguinte conta:

Banco Inter

Ag 0001

Conta: 3929827-2

CPF 228.597.408-64

Talita Alonso Lima

guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
Veja todos os comentários