A Igreja no Império Romano aos nossos dias

“Pois há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens, um homem, Cristo Jesus, que se deu em resgate por todos” (1 Tm 2,5-6). A plenitude da Salvação, nos foi garantida, em Jesus Cristo. O Mistério da Encarnação (cf. Jo 1,14) e o querer do Redentor, na edificação da sua Igreja (cf. Mt 16,18-19), na Palestina, nos tempos do Império Romano, fez chegar até nós a alegria do Evangelho “Ora, o Senhor Jesus, depois de lhes ter falado, foi arrebatado ao céu e sentou-se à direita de Deus. E eles saíram a pregar por toda parte, agindo com eles o Senhor, e confirmando a Palavra por meio dos sinais que a acompanhavam” (Mc 16,19-20).

A Palavra anunciada por Cristo Jesus foi pregada pelos Apóstolos e discípulos e discípulas em toda geografia do Império Romano. O Evangelho chegou a todas as etnias que habitavam o vastíssimo e populoso Império. O Salvador foi perseguido pelas autoridades civis e religiosas. O Redentor foi julgado e morto pelo Senado romano e pelo Sinédrio judaico. Os cristãos, também, foram perseguidos e mortos pelos imperadores e foram expulsos das sinagogas. O Cristianismo incomodou tanto o poder civil quanto o poder religioso. Porém, a Igreja de Cristo Jesus, para se expandir entre os povos e culturas e dilatar a mensagem do Reino de Deus, harmonizou-se com às práticas religiosas do judaísmo e amoldou-se às estruturas do Império Romano.

A Igreja de Cristo Jesus, nos primórdios, acomodou-se às práticas religiosas judaicas, conformando-se às sinagogas e terminologias utilizadas pelos judeus. O Apóstolo Paulo escreveu nas suas Cartas que a Igreja era alicerçada pelos Apóstolos, mas também, era composta de Profetas e Doutores (cf. 1 Cor 12,28; At 13,1).  A vida cristã das primeiras comunidades relacionava o Tempo, lugar sagrado para os judeus, como ambiente de oração: “Dia após dia, unânimes, mostravam-se assíduos no Templo e partiam o pão pelas casas, tomando o alimento com alegria e simplicidade de coração” (At 2, 46).

A Igreja de Cristo Jesus, de fato, se expandiu geograficamente, utilizando as estruturas do Império Romano. O Cristianismo nascente se serviu das vias traçadas pelos imperadores, para que a mensagem do Redentor fosse dilatada a todas às pessoas. Apropriou-se da nomenclatura imperial para a sua organicidade. A palavra diocese, a priori, significava a divisão administrativa. O imperador Diocleciano dividiu o Império em 12 dioceses, governadas por Vigários. Posteriormente, a diocese ficou sob a jurisdição dos bispos. Adequou-se das edificações das Basílicas, antes utilizadas como lugar de mercados, encontro de comerciantes e tribunais, para o lugar de culto religioso.  

Portanto, o Cristianismo primitivo, presente no Império, serviu-se da nomenclatura civil romana e, também, ajustou-se a organização religiosa judaica. A estruturação imperial e o judaísmo foram marcantes e necessários, para que a Igreja sistematizasse a Verdade em Cristo Jesus. Vale dizer que a Igreja de Jesus Cristo não se confunde com o Império Romano. A Esposa de Cristo não é uma seita do Judaísmo. É importante afirmar que o Redentor anunciou o Reino de Deus aos judeus, para que a Plenitude da Revelação se realizasse. É fundamental falar que o Salvador nasceu sob o Império Romano, e, os primeiros séculos foram permeados sob essa mesma geografia.

Como Igreja, somos de fato, a Igreja de Cristo Jesus. Somos alegres e comprometidos em dilatar a Boa Nova por Ele anunciada, em todos os lugares e a todas às pessoas. Efetivamente, reconhecemos a Igreja do Salvador, nas quatro notas essenciais: Una, Santa, Católica e Apostólica.  A Igreja nasceu na geografia do Império Romano e, hoje, se apresenta viva e eficaz nos territórios das dioceses, sob o pastoreio dos bispos. A unicidade está no Romano Pontífice, atualmente, o Papa Francisco “Jesus lhe disse: Apascenta as minhas ovelhas” (Jo 21,17).

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