A família e sua vocação à santidade

Amor em família: vocação e caminho de santidade”: este foi o tema escolhido pelo Papa Francisco para o X Encontro Mundial das Famílias, que se realizou em Roma, com abertura no dia 22 e encerramento no domingo, 26. Foi no sexto aniversário da exortação apostólica Amoris laetitia e quatro anos depois da promulgação da exortação apostólica Gaudete et exsultate que o Papa Francisco, por meio do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, convidou todas as pessoas de boa vontade para este Encontro, que ocorreu de forma multicêntrica: realizado em Roma – como foram a primeira e a terceira edições, nos anos de 1994 e 2000 –, onde se fizeram presentes delegados das conferências episcopais do mundo inteiro, além de vários representantes dos movimentos envolvidos com a Pastoral Familiar. Mas o X Encontro foi multicêntrico porque o Papa Francisco convocou todas as Igrejas particulares ao redor do mundo a realizarem atividades simultâneas ao acontecimento central, no qual ele mesmo marcou presença.

Em nossa Arquidiocese de São Paulo, a Pastoral Familiar das seis Regiões Episcopais organizou alguns momentos de adoração, retiros, missas, debates, lives, oração do Terço e várias atividades centradas no tema “família”. Foi um momento de aprofundamento sobre nossa vocação à santidade, sobre a sacralidade da família; foi um especial momento da graça divina.

No dia 22, na abertura, o Papa Francisco se pronunciou assim: “Queridos amigos, cada uma das vossas famílias tem uma missão a cumprir no mundo, um testemunho a dar. De modo particular nós, os batizados, somos chamados a ser uma mensagem que o Espírito Santo extrai da riqueza de Jesus Cristo e dá ao seu povo. Por isso, proponho que vos coloqueis esta pergunta: Qual é a palavra que o Senhor quer dizer, com a nossa vida, às pessoas que encontramos? Qual ‘passo a mais’ é pedido hoje à nossa família? Melhor: à minha família, pois cada um se deve interrogar sobre isto. Colocai-vos à escuta. Deixai-vos transformar por Ele, para que também vós possais transformar o mundo e torná-lo ‘casa’ para quem tem necessidade de ser acolhido, para quem precisa encontrar Jesus Cristo e se sentir amado por Ele. Devemos viver com os olhos voltados para o Céu”.

Na Solenidade de São José, em 19 de março de 2021, o Papa Francisco havia proclamado o início do Ano da Família Amoris Laetitia. A data escolhida marcava os cinco anos desde que ele promulgou a exortação apostólica Amoris laetitia, que trouxe importantes reflexões e questionamentos, desafiando a reavivar nossa consciência sobre a importância do Matrimônio e da família. Este documento pontifício, que é sempre muito atual, é uma proposta de fé e esperança para as famílias cristãs, um estímulo à apreciação dos dons do sacramento do Matrimônio, os dons vividos em família; um convite para que as famílias façam crescer – por meio do amor e da entreajuda – valores como a generosidade, o compromisso, a fidelidade, a tolerância, o perdão, a paciência. Amoris laetitia é um encorajamento para que as famílias sejam sinais de misericórdia e da proximidade de Jesus com o seu povo e, também um alento, pois nos recorda de que, mesmo com as imperfeições de cada um, a vida familiar pode, com a base sólida e indestrutível da fé, transcorrer em paz e alegria.

No último domingo, durante a cerimônia de encerramento do X Encontro e, também, encerramento do Ano da Família Amoris Laetitia, o Papa Francisco propôs, com estas palavras, a promoção da família: “Justamente enquanto afirmamos a beleza da família, sentimos mais do que nunca que devemos defendê-la. Não deixemos que seja poluída pelos venenos do egoísmo, do individualismo, da cultura da indiferença e da cultura do descarte, perdendo assim o seu DNA, que é o acolhimento e o espírito de serviço”.

A Igreja nasceu numa família. As famílias são a Igreja! Rezemos por todas as famílias.

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